DOUTRINA ESPÍRITA
DOUTRINA ESPÍRITA
“O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal” – Allan Kardec.
Infelizmente ainda, nos dias atuais, muitas criaturas seguem caminhos religiosos sem ter, conscientemente, noção de filosofia que esses caminhos representam. O mais das vezes o fazem por tradição de família ou porque, socialmente é recomendável.
Assim são católicos que frequentam os Centros Espíritas; Umbandistas que confundem seus trabalhos com o Espiritismo; Umbandistas procuram o catolicismo; católicos que procuram o Espiritismo, etc. tudo a confundir que assim procede e ao público, não se sabendo, finalmente o que realmente é o que....
Todos os seguimentos são dignos e merecem respeito. Também deve ser digno e respeitável o comportamento daquele que dá testemunho público de sua convicção. Isto agrada o Senhor.
O Espiritismo é o resultado de um trabalho exercitado pelo missionário Allan Kardec sob a orientação do Espírito da Verdade. Nesse trabalho, o Missionário de Lion codificou todos os fatos tidos como sobrenaturais, legando a Humanidade a Obra que forma a base e o esteio de toda a reformulação do que até então era entendido e praticado em nome do Cristianismo.
Constitui esse trabalho, as obras, “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno” e “A Gêneses”. Doutrina Espírita ou Espiritismo, fora dos conceitos e ensinos objetos desse conjunto, não exista.
Assim, interpretando os postulados de Doutrina dos Espíritos como codificados por Allan Kardec, para o qual o único culto é o interior, vamos que o Espiritismo não adota a prática de atos, objetos e formulas exteriores de qualquer natureza, principalmente:
1) Exorcismo para afastar maus espíritos;
2) Sacrifícios de animais;
3) Rituais de iniciação de qualquer espécie ou natureza;
4) Permanência, uniforme ou outros objetos materiais;
5) Altares, imagens ou andores;
6) Promessas, despachos, riscaduras de cruzes e pontos, práticas de atos materiais oriundos de quaisquer outras concepções religiosas ou filosóficas;
7) Rituais e encarnações extravagantes de modo a impressionar o público.
8) Confecções de horóscopos, exercício de cartomancia, e outras práticas similares;
9) Administração de sacramento como batizados e casamentos, concepção de indulgências e sessões fúnebres ou reuniões especiais para preces particulares e desencarnados;
10) Talismã, amuletos, orações miraculosas, bentinhos, escapulários, breves ou quaisquer outros objetos e coisas semelhantes;
11) Pagamentos ou retribuição de qualquer natureza por benefício recebido;
12) Atendimento de interesses materiais para “abrir caminhos” ou resolver problemas particulares;
13) Danças, procissões e atos análogos;
14) Hinos ou cantos em línguas mortas ou exóticas;
15) Incenso, mirra, fumo, velas ou substancias que induzam a prática de rituais;
16) Qualquer bebida alcoólica;
E evidente que só podem ser reconhecidos como legítimos Centros Espíritas as Instituições que, orientadas, seguem e vivenciam a Doutrina Espírita como claramente definida na Obra da Codificação de Allan Kardec.
Qualquer confusão, após o conhecimento de reiteradas recomendações como esta, só poderá ser atribuída à má fé de quem insistir.
Sérgio Lourenço
Pub. em Correio Fraterno do ABC
Nº 159 – março/84