Homilia Pe. Ângelo Busnardo: BATISMO DE JESUS.

BATISMO DE JESUS

13 / 01 / 2013

Is.40,1-5.9-11 / Tt.2,11-14;3,4-7 / Lc.3,15-16.21-22

(Leituras alternativas: Is.42,1-4.6-7/At.10,34-38/Lc.3,15-16.21-22)

Deus criou Adão, soprou nele, infundindo-lhe um elemento eterno e assim ele se tornou filho adotivo de Deus. Adão e Eva pecaram e se tornaram escravos de satanás. Escravos só podem gerar escravos. Todos os descendentes de Adão e Eva são gerados sob o senhorio de satanás. Os escravos não têm poder para se libertar da escravidão. Para libertar os escravos é necessário que venha outro mais poderoso que aquele que os mantém escravizados.

Para libertar suas criaturas escravizadas por satanás Deus enviou seu Filho único. Jesus é Filho único de Deus porque Ele é o único que foi gerado por Deus. Jesus não precisava do batismo, porque possuindo a natureza divina, Ele nunca foi e nunca será escravo. João Batista precisava do batismo e não Jesus: 13 Jesus veio da Galiléia ao rio Jordão até João, para ser batizado por ele. 14 João, porém, se opunha, dizendo: “Eu é que devo ser batizado por ti e tu vens a mim?” (Mt.3,13-14). O Batismo de João não era um sacramento mas apenas um convite à penitência em preparação para acolher Jesus assim que Ele começasse a anunciar a Boa Nova. Para colocara a salvação à disposição da humanidade Jesus precisava sofrer. Por isto, o Batismo de João servia também para Jesus: 15 Jesus respondeu: “Deixa agora, pois convém que assim cumpramos toda a justiça”. Então João concordou (Mt.3,15). Jesus não batizou João porque todos os sacramentos foram instituídos na última ceia. Por isto, João morreu sem o batismo e, portanto, com o pecado original e foi para a mansão dos mortos onde esperou até ressurreição de Jesus para entrar no céu junto com ele. Durante os três dias incompletos em que o corpo morto de Jesus estava no túmulo, a divindade e a alma de Jesus que não morreram desceram à mansão dos mortos para infundir em todas as almas que lá estavam a vida eterna e torná-las filhas adotivas de Deus: 18 Pois também Cristo morreu uma vez pelos pecados, o Justo pelos injustos, para vos conduzir a Deus. Sofreu a morte em sua carne mas voltou à vida pelo Espírito. 19 E neste mesmo Espírito foi pregar aos espíritos que estavam na prisão (mansão dos mortos) (1Pr.3,18-19).

Ao se despedir dos apóstolos após a ressurreição, Jesus mandou-os anunciar o Evangelho a todos os povos e batizar todos aqueles se convertessem: 16 Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. 17 Logo que o viram prostraram-se; alguns, porém, duvidaram. 18 Então Jesus se aproximou e lhes disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide, pois, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20 ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei. Eis que eu estou convosco, todos os dias, até o fim do mundo” (Mt.28,16-20). Apesar de ter recebido ordem de Jesus de batizar todos aqueles que se tornassem discípulos e se comprometessem a aprender e observar tudo aquilo que Ele tinha ensinado, no início os apóstolos restringiram o anúncio da Boa Nova aos israelitas. Foi necessária uma intervenção de Deus para Pedro conferir o batismo a estrangeiros.

Deus enviou um anjo a Cornélio, cidadão romano adorador do Deus de Israel, dizendo-lhe que mandasse chamar Pedro. O mesmo anjo apareceu a Pedro, ordenando-lhe que seguisse os homens enviados por Cornélio. Na casa de Cornélio, Pedro constatou os mesmos fenômenos que aconteciam com os israelitas que se tornavam discípulos de Jesus e por isto os batizou: 44 Pedro ainda estava falando, quando desceu o Espírito Santo sobre todos os que ouviram a pregação. 45 E os fiéis da circuncisão, que tinham vindo com Pedro, ficaram perplexos porque o dom do Espírito Santo tinha sido derramado também sobre os pagãos. 46 De fato ouviam-nos falar em várias línguas e glorificar a Deus. Então Pedro tomou a palavra: 47 “Poderá alguém negar a água do batismo a estes que receberam o Espírito Santo, como nós?” 48 E mandou batizá-los em nome de Jesus Cristo. Então eles pediram que ali ficasssem alguns dias (At.10,44-48).

O batismo é indispensável para a salvação. Mas para salvar, o batismo deve ser precedido pela conversão. De nada adianta receber o batismo se a pessoa permanecer na indiferença ou pior ainda numa vida de pecados. Antes de receber o batismo é necessário tornar-se discípulo de Jesus através de uma mudança radical de vida: 12 Veio para nos ensinar a renúncia à impiedade e aos desejos mundanos, para vivermos sóbria, justa e piedosamente neste século, 13 aguardando nossa esperança feliz e a vinda gloriosa do grande Deus e do Salvador nosso, Jesus Cristo. 14 Ele, que se entregou por nós a fim de nos resgatar de toda iniqüidade e adquirir para si um povo exclusivamente seu e zeloso na prática do bem. (Tt.2,12-14).

A Igreja hoje distribui o batismo indiscriminadamente para quem o pede sem exigir previamente a conversão e o compromisso de viver fiel a Deus. Por isto, muitas pessoas batizadas se condenam e Deus pedirá severas contas aos eclesiásticos que distribuem os sacramentos como se eles tivessem poder de salvar mesmo aqueles que insistem em continuar pecando.

Código : domin822

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 11/01/2013
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