Homilia Pe. Ângelo Busnardo: II Domingo Comum.

II DOMINGO COMUM.

20 / 01 /2013

Is.62,1-5 / 1Cor.12,4-11 / Jo.2,1-11

Citando Jesus, São Pedro disse que nós esperamos “novos céus e nova terra”: 13 Nós, porém, de acordo com a sua promessa (promessa de Jesus) esperamos novos céus e nova terra em que mora a justiça. (2Pd.3,13). A palavra “justiça” indica santidade. Quando Deus estabelecer neste planeta os novos céus e a nova terra todos aqueles que estiverem em pecado mortal morrerão e quem pecar após a vinda dos novos céus e da nova terra será exterminado por Deus. Por isto São Pedro afirma que no novo paraíso terrestre habitará a justiça isto é a santidade.

Isaías anuncia uma restauração para Jerusalém com o predomínio da justiça divina: 1 Por amor a Sião não posso ficar calado, por amor a Jerusalém não posso ficar quieto, até que desponte como a aurora a sua justiça e como tocha acesa sua salvação (Is.62,1). A justiça não se restringirá a Jerusalém. Todas as nações serão beneficiadas pela santidade. Os sobreviventes de todos os povos serão santos e se unirão para formar um único povo, o povo de Deus: 2 As nações verão tua justiça e todos os reis tua glória. Receberás um nome novo que a boca do Senhor determinará (Is.62,2). O reino construído pelo homem não está baseado na justiça (santidade). Por isto, para estabelecer neste planeta o seu reino, Deus precisará destruir o reino do homem, transformando radicalmente a superfície da terra com o extermínio sumário da maior parte dos seus habitantes: 1 Eis que o Senhor devasta a terra e a desola, transtorna sua superfície e dispersa os habitantes. 2 E acontecerá o mesmo ao povo como ao sacerdote, ao escravo como ao senhor, à escrava como à patroa, ao vendedor como ao comprador, ao que empresta como ao que toma emprestado, ao credor como ao devedor. 3 A terra será totalmente devastada e inteiramente saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra. 4 A terra está de luto, ela murcha, desfalece e murcha o universo, desfalecem os lugares altos juntamente com a terra. 5 A terra foi profanada pelos habitantes porque transgrediram as leis, passaram por cima dos preceitos, romperam a aliança eterna. 6 Por isso a maldição devorou a terra e são culpados os que nela habitam. Por isso os habitantes da terra foram consumidos e restaram poucos homens (Is.24,1-6).

A ação de Deus para restaurar o paraíso terrestre pegará de surpresa a maioria absoluta dos habitantes da terra: 1 Quanto ao tempo e prazo, irmãos, não há por que vos escrever. 2 Bem sabeis que o dia do Senhor chegará como o ladrão à noite. 3 Quando disserem: “Paz e segurança”, então de repente sobrevirá a ruína, como as dores do parto à gestante, e não escaparão (1Ts.5,1-3). A humanidade procura segurança nos bens materiais. Como, para estabelecer na terra o seu reino, Deus precisará destruir tudo aquilo que o homem construiu, a segurança em que o homem confiava desaparecerá.

Antes mesmo de começar o banquete, Jesus sabia que o vinho não era suficiente. Quando o vinho terminou, Jesus não se importou com a falta dele. Havia água e a água é mais saudável que vinho. Sem vinho ninguém teria ficado bêbado e estaria eliminada a possibilidade de algum convidado, após ter exagerado na bebida, criar alguma confusão. Maria, porém, agiu de forma diferente: 3 Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho” (Jo.2,3). Primeiro Jesus deixou bem claro para a sua mãe que não era problema deles e que não tinha ainda chegado tempo de manifestar publicamente os seus poderes: 4 Jesus respondeu: “Mulher, o que temos nós a ver com isso? Ainda não chegou a minha hora” (Jo.2,4).

Havia diversas alternativas:

1. Avisar os convidados que o vinho tinha acabado e que bebessem água que era mais saudável que o vinho e que não embebeda.

2. Enviar alguns empregados com uma carroça até o fornecedor mais próximo e comprar vinho. Caná era uma cidade pequena e o fornecedor mais próximo não devia estar longe.

3. Ignorar a falta do vinho e deixar os convidados perceber que o vinho tinha acabado e que, se tivessem sede, deviam beber água.

Maria se comportou como “mulher” e foi assim que Jesus a chamou, em vez de chamá-la de “mãe”. O filho dela tinha poder de fazer milagres e ela ignorou as outras alternativas e deu ordens aos empregados para cumprir as ordens que Ele lhes desse: 5 Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei tudo o que ele vos disser”. (Jo.2,5). Assim, Jesus ficou mais ou menos sem outra alternativa e fez o milagre. Os milagres são feitos pelo Pai. Quando Jesus fazia milagres, na realidade, Ele agia como intercessor junto ao Pai que nunca se nega a atendê-lo. Na ressurreição de Lázaro fica claro que o Pai fez o milagre a pedido de Jesus: 41 Jesus levantou os olhos para o alto e disse: “Pai, eu te dou graças porque me atendeste. 42 Eu sei que sempre me atendes, mas digo isto por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que tu me enviaste”. 43 Depois dessas palavras, gritou bem forte: “Lázaro, vem para fora”! (Jo.11,41-43). Em Caná, Maria intercedeu junto a Jesus e Ele pediu para o Pai e o milagre aconteceu. Jesus afirmou que aqueles que crêem farão milagres iguais a aqueles que Ele fez e ainda maiores, se pedissem ao Pai em nome dele (Jesus). Os milagres serão feitos pelo Pai pelo fato de Jesus estar junto a Ele: 12 Na verdade eu vos digo: quem crê em mim fará também as obras que eu faço. E fará maiores ainda do que essas, porque eu vou para o Pai. 13 O que pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei (Jo.14,12-14).

Os milagres fazem parte dos dons carismáticos. São Paulo classifica os dons carismáticos em três grupos, atribuindo cada um dos grupos a uma das pessoas da Santíssima Trindade:

1. Os dons propriamente ditos, como o dom de falar, rezar ou cantar em línguas, são atribuídos ao Espírito Santo: 4 Há diversidade de dons mas um mesmo é o Espírito (1Cor.12,4).

2. Os ministérios, como o anúncio do Evangelho, são atribuídos a Jesus: 5 Há diversidade de ministérios mas um mesmo é o Senhor (Jesus) (1Cor.12,5).

3. As operações, como curas e milagres, são atribuídas ao Pai: 6 Há diferentes atividades mas um mesmo é Deus que realiza todas as coisas em todos (1Cor,12,6).

Código : domin823

Ângelo José Busnardo - e-mail : ajbusnardo@gamail.com

Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 16/01/2013
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