Homilia Pe. Ângelo Busnardo: Vigília Pascal/Domingo de Páscoa.

VIGÍLIA PASCAL

30 / 03 / 2013

Nove Leituras do Antigo Testamento e duas no Novo Testamento.

Ao ser criado por Deus, antes do pecado, Adão era perfeito e constituído dos seguintes elementos:

1. Corpo físico.

2. Vida física.

3. Alma imortal.

4. Vida eterna (sopro de Deus).

Os três primeiros elementos são criados. O quarto elemento é incriado, ou seja, é um elemento eterno. Jesus chama este elemento de vida eterna: 54 Quem come minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia (Jo.6,54).

Ressuscitar significa recuperar a vida. Antes do pecado, Adão tinha duas vidas: a vida física e a vida eterna. Com o pecado, Adão e Eva perderam a vida eterna (o sopro de Deus) e ficaram somente com a vida física que, posteriormente também perderam ao morrer. A vida eterna deve ser recuperada durante esta vida, isto é, antes da morte física. Quem morrer sem a vida eterna, o sopro de Deus, se condena. Portanto, é mais importante esforçar-se para recuperar e conservar o sopro de Deus, a vida eterna, do que se preocupar com a ressurreição da carne que acontecerá automaticamente para salvos e condenados no último dia.

Ao pecar, Adão e Eva obedeceram a satanás e por isto satanás passou a ser o senhor do primeiro casal e de todos os seus descendentes. A pessoa que recebe um batismo válido deixa de ser escrava de satanás e se torna filha adotiva de Deus. Mas a pessoa batizada precisa ressuscitar, isto é, recuperar a vida eterna, o sopro de Deus. A primeira ressurreição, ou seja, a recuperação do sopro de Deus é conseguida através da Eucaristia (Cf.Jo.6,54). A vida eterna, o sopro de Deus, pode ser conservada ou perdida. O indivíduo que comete um pecado mortal, enquanto permanece em pecado mortal, perde o sopro de Deus e se torna escravo de satanás e deverá recorrer ao sacramento da penitência se quiser restaurar a sua condição de filho adotivo de Deus.

A ressurreição da carne que acontecerá no último dia é secundária, porque todos irão ressuscitar, bons e maus, salvos e condenados: 25 Na verdade eu vos digo: vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. 26 Assim como o Pai tem a vida em si mesmo, assim também deu ao Filho ter a vida em si mesmo. 27 E deu-lhe o poder de julgar, porque é o Filho do homem. 28 Não vos admireis, porque vem a hora em que todos os

que estão mortos ouvirão sua voz. 29 Os que praticaram o bem sairão dos túmulos para a ressurreição da vida; os que praticaram o mal ressuscitarão para serem condenados (Jo.5,25-30).

A ressurreição, no último dia, para a salvação ou para a condenação é determinada durante esta vida pela fidelidade ou infidelidade na observância dos mandamentos. Quem se liberta dos pecados e procura evitá-los está se preparando para ressuscitar para ir para a casa do Pai. Quem peca e permanece em pecado, no último dia, ressuscitará para a condenação.

A ressurreição de Jesus é garantia da nossa ressurreição, mas não garante a nossa salvação, porque a nossa salvação depende da nossa fidelidade na observância de tudo aquilo que Jesus ensinou. O primeiro mandamento indica que se deve amar a Deus acima de si mesmo. Não é necessário ser mau para se condenar. Todo aquele que não ama a Deus acima de si mesmo, por melhor que pareça ser aos olhos do mundo, se condena.

Código : pascoa27

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

DOMINGO DE PÁSCOA

31 /03/ 2013

At.10,34ª.37-43 / Cl.3,1-4 / Jo.20,1-9

A ressurreição de Jesus é garantia da nossa ressurreição. Jesus prometeu que ressuscitaria e cumpriu a promessa ressuscitando no início do terceiro dia após a morte. Jesus prometeu que todos ressuscitarão no último dia: 25 Na verdade eu vos digo: vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. 26 Assim como o Pai tem a vida em si mesmo, assim também deu ao Filho ter a vida em si mesmo. 27 E deu-lhe o poder de julgar , porque é o Filho do homem. 28 Não vos admireis, porque vem a hora em que todos os que estão mortos ouvirão sua voz. 29 Os que praticaram o bem sairão dos túmulos para a ressurreição da vida; os que praticaram o mal ressuscitarão para serem condenados (Jo.5,25-29). Como Jesus cumpriu a promessa de sua própria ressurreição, cumprirá também a promessa da nossa ressurreição.

Por isto, o dia de páscoa deve ser um dia de grande alegria para Jesus e para nós. Na terra, ninguém fez festa para Jesus no dia em que Ele ressuscitou, porque os discípulos não acreditaram nas palavras dele que anunciavam a ressurreição. No céu certamente foi preparada uma grande festa para receber Jesus e as almas dos justos do Antigo Testamento que estavam na mansão dos mortos aguardando a encarnação e ressurreição de Jesus para entrar no céu com Ele. Jesus não pôde participar da festa no céu. Entregou as almas dos justos para o Pai e voltou para terra para provar aos discípulos que tinha ressuscitado e evitar que debandassem todos para suas casas.

Dois discípulos já estavam a caminho de casa apesar de ter ouvido pela boca de algumas mulheres que o túmulo estava vazio e que Ele tinham ressuscitado: 22 É verdade que algumas de nossas mulheres nos assustaram. Elas tinham ido de madrugada ao túmulo 23 e não encontraram o corpo. Voltaram dizendo que tinham tido uma aparição de anjos e que estes afirmaram estar ele vivo. 24 Alguns dos nossos foram ao túmulo, acharam tudo como as mulheres tinham dito; mas não o viram” (Lc.24,22-24).

Devemos nos alegrar com a certeza da nossa ressurreição no último dia. Passaremos pela morte, mas não permaneceremos nela. No último dia seremos beneficiados pela ressurreição. Mas a garantia da ressurreição não é garantia de salvação. Ressuscitaremos para festejar com Jesus ressuscitado ou para sofrer nas garras de satanás.

Jesus cumpriu a sua missão: deixou à disposição de todos os méritos infinitos dele e indicou o caminho que devem seguir aqueles que quiserem reinar com Ele. Jesus chegou à ressurreição através da cruz, quem quiser reinar com Ele deve carregar sua cruz durante esta vida.

Em Jerusalém, houve fenômenos extraordinários ligados à morte e à ressurreição de Jesus. Na sexta feira, após a crucifixão de Jesus, houve escuridão total em toda a região e a cortina do templo que separava o santo dos santos do resto do templo se rasgou milagrosamente: 44 Já era quase meio-dia quando toda a região ficou coberta de escuridão até às três da tarde. 45 O sol escureceu e a cortina do Santuário se rasgou ao meio (Lc.23,44-45). Apareceram almas dos justos em forma humana: 52 Os túmulos se abriram e muitos corpos de santos ressuscitaram. 53 Eles saíram dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, entraram na Cidade Santa e apareceram a muitos (Mt.27,52-53). Apesar dos sinais as lideranças eclesiásticas não se converteram e os discípulos não se convenceram que Jesus cumpriria a promessa de ressuscitar no terceiro dia.

Código : pascoa28

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 26/03/2013
Código do texto: T4209335
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