Evangelização fundamentos bíblicos

A evangelização brota do coração de Deus

O ser humano foi criado por Deus conforme sua imagem e semelhança para que o ser humano tivesse comunhão com Ele e O glorificasse. Todavia, o pecado retirou do ser humano a imagem de Deus e o desviou propósito original de Deus. Logo, a evangelização possibilita ao ser humano, em Cristo, retorna ao propósito de Deus ao que Shedd afirma que a evangelização precisa ser vista no contexto do deleite divino. Jesus Cristo suportou a cruz e a ignomínia em troca da alegria que lhe estava proposta. Há jubilo de alegria no coração do pai quando o filho retorna a casa paternal e quando a ovelha perdida é achada.

Outro aspecto para Shedd na evangelização é o fato de Deus ter criado a humanidade e os anjos para que estes revelassem a sua glória quando os seres humanos abraçam a fé no redentor e se rendem à sua vontade, a glória de Deus resplandece com louvor exultante. Logo, Deus reúne e forma sua igreja para que seu povo o glorifique com louvores. Assim, a evangelização, como meio ordenado por Deus para atrair os pecadores para sua família, deveria estimular os cristãos a glorificarem a Deus por intermédio do louvor agradecido e da vida transformada.

O amor de Deus é o sustentador da evangelização o pecador é alvo do amor de Deus. Foi o amor que levou Deus a nos dar o seu melhor dom. Evangelizar é a responsabilidade de instar com os perdidos para que não deixem de usufruir da oferta magnífica de perdão e de reconciliação oferecidas por Deus. A natureza divina, em sua busca pelo pecador foi muito bem definida como centrípeta e centrífuga. A primeira fica evidente no contexto do AT em Israel deveria atrair às nações para Deus, a segunda no contexto do NT em que os discípulos são enviados as nações.

A evangelização é ordenada pela graça de Deus a qual se refere ao que Deus fez pelos pecadores, por causa de seu amor e de sua misericórdia sem fim. Jesus Cristo é a materialização histórica da graça de Deus. A evangelização, que proclama as bênçãos salvadoras de Deus, tem como principal objetivo a obtenção do louvor da graça divina. Quando proclamamos as boas novas, cumprimos o desejo supremo de Deus de ser conhecido e louvado como o Deus de graça.

Deus exige santidade, todavia, Ele não se isola das suas criaturas e/ ou se torna indiferente a elas. A santidade na Bíblia é um desejo divino para a suas criaturas bem como, um imperativo para que se possa ver ao Senhor. Daí a evangelização ser o meio para esse propósito, pois as boas novas de salvação é que o mal que habita em nos possa ser transformado, de culpa e de vergonha, em inocência e pureza.

A necessidade desesperadora do homem

Essa é a condição do homem ainda não regenerado por Jesus uma situação em que a esperança foi-lhe negada a não ser que haja a intervenção de um salvador, nesse caso, Jesus Cristo. Por si só todo esforço humano em nada muda a sua situação diante da ira de Deus fruto da à alienação resultante da desobediência do homem à lei de Deus. Condição esta, corolário da desobediência de Adão no Éden quebrando a comunhão e amizade com Deus tornando-se agora seu inimigo e trazendo sobre si o juízo divino. Todavia, para o homem moderno pecado é uma palavra que não há no seu dicionário logo, evangelizar esse homem é tentar salvar alguém que caminha para a morte mas assim não se percebe. O que as pessoas precisam entender é que o pecado é uma afronta ao justo Legislador do universo e dele não se zomba pois o que o homem plantar isso ceifará. A ira de Deus é uma realidade histórica (Sodoma e Gomorra, o dilúvio...) rejeitar o perdão em Cristo Jesus significa que o pecador permanece sob a ira divina.

O pecado do homem sujeitou-o a satanás isso aconteceu quando Adão e Eva deram ouvidos a mentira de satanás no Éden, a partir daí satanás sujeitou o homem fazendo-o se inclinar para o mal. Satanás escraviza o homem pelo poder do pecado. Os pecadores, endurecidos para a palavra de Deus, deixaram de ser parte da criação divina para se tronarem filhos do diabo. Para Emile Caillet o egocentrismo é a essência do pecado presente no diabo como no homem.

O pecado é um intruso e não um elemento original da criação do homem, certamente o mal não deixará de produzir contradições na sociedade, alienação e tragédias no mundo. As manifestações do pecado: orgulho, egoísmo, falsa religião e idolatria, sensualidade e perversão e incredulidade.

A independência é a marca registrada do orgulhoso, ele não sente necessidade alguma de Deus. A natureza humana, repleta de orgulho e de obstinação, não faz caso da oferta misericordiosa de perdão e de paz que Deus lhe oferece. A evangelização conclama os orgulhosos ao altruísmo e ao quebrantamento.

O egoísmo nega a imagem de Deus, que é amor, por isso, à restauração da imagem de Deus em nós exige que passemos do interesse pessoal para o altruísmo verdadeiro e para a genuína adoração. A evangelização oferece uma resposta ao egoísmo natural do homem.

Outro sinal da realidade do pecado é a inclinação do homem em desprezar a Deus e adorar a deuses falsos muitos feitos a imagem e semelhança do próprio homem. Desta forma o homem abandona o criador pela criatura. As boas novas da salvação devolvem a Deus o lugar que lhe pertence, acima de todas as colisas.

Ao se perceber independente de Deus o homem manifesta os seus desejos por meio corpo, que lhe pertence. A busca pelo prazer torna seu imperativo; sexos, drogas e todo tipo de perversão. A evangelização traz as boas novas para todos os que se acham algemados pelo vício e pela sensualidade.

A incredulidade abre espaço para a dúvida e por consequência negação da existência de Deus e menosprezo à sua palavra. O pecado da incredulidade lança o homem no lago que arde como fogo e enxofre. A evangelização conclama os pecadores a que se arrependam do pecado da incredulidade pois a apropriação das bênçãos do evangelho depende da entronização da fé no lugar da descrença.

O pecado produz uma ilusão na mente do homem fazendo com esse julgue as ações por si mesmas, mas Deus julga a motivação. Para o homem pecador o adultério esta na ação para Deus só em olhar e na mente cobiçar já adulterou. A evangelização torna-se eficaz quando convence os pecaminosidade.

O pecado traz consequências o seu salário é a morte a ver a segunda morte (Ap). mesmo com toda ação graciosa de Deus Ele atua como justo juiz e como tal, sentenciará o pecador definitivamente.

A solução de Deus para o pecado do homem

O homem pecador caminha debaixo da ira de Deus não tem como se salvar, contudo o próprio Deus proveu a salvação, enviando Jesus Cristo para pagar o preço do pecado.

No NT a afirmação de Paulo em II Co 4.5 serve de alicerce para a evangelização. No cerne do ato evangelizador está a salvação do pecado e a reconciliação com Deus.

Jesus por meio das suas exigências e ensino postulou três verdades: a primeira, a perfeição que Deus requer está totalmente além da capacidade do esforço humano a segunda, a presunção de todos os que se julgam aceitáveis por Deus deve ser estilhaçada na rocha da justiça sem par de Deus e a terceira, sua exigências éticas e espirituais não tinham por objetivo restringir-se a uns poucos descendentes e Abraão, mas todas as nações do mundo.

Os milagres realizados por Jesus tinham duas finalidades: demonstrar que Jesus era o filho de Deus e comunicar verdades importantes tais como o poder sobrenatural de Deus em curar, alimentar e ressuscitar.

O evangelista João apresenta Jesus como o filho de Deus preexistente na eternidade e veio habitar com os homens a fim de salvar àqueles que crem Nele. Para demonstrar esse propósito João atribui a Jesus vários títulos: o Cordeiro de Deus que remorre a culpa do pecado. O Filho de Deus apontando para o compartilhar da divindade e o prazer que Jesus despertou no coração do Pai pela obediência. Filho do Homem aponta para um Messias preexistente que assumiria o trono. A fonte de águas vivas só Jesus pode saciar a sede existencial transformando o beneficiados em fontes. Jesus, o pão do céu significa que ele dá e preserva a vida espiritual dos que confiam nele. Jesus, a luz do mundo é porque ele oferece à Terra todo o conhecimento perfeito de Deus e a sua vontade. Jesus, porta e pastor expressa o papel singular como único meio de ter acesso a Deus e aquele que cuida. Jesus é a ressurreição e a vida aponta-o como guardião da vida ressurreta além-sepultura. Jesus é a semente que reproduz a si mesma demonstra que o compartilhamento da morte e da ressurreição de Jesus traz vida eterna. A casa do Pai significa que Deus habita nos crentes e esse em Deus. A videira e os ramos ele é o tronco e os crentes os galhos que grudados a ele darão frutos. Com esses títulos João queria demonstrar o aspecto evangelístico de Jesus Cristo.

Deus é nosso redentor, pois é Ele quem redime a Israel de todas as suas iniqüidades. Ele é o Autor e Consumador de nossa salvação. A salvação que todo pecador deve receber pela fé vem do nosso Senhor Jesus.

O senhor da Glória no AT Deus é descrito como único Deus no NT, a glória do Pai é compartilhada com o Filho.

Noivo e esposo Oséias retrata o quadro em que Deus escolhe casar-se com Israel, a despeito da infidelidade. No NT as bordas do cordeiro é esperada em Jesus Cristo é o noivo.

Deus é rei – Jesus é juiz no AT Deus é o rei eterno também é o supremo juiz sobre Israel. No NT Jesus é juiz que ocupará o trono no dia final.

Com todos esses títulos e afirmação da sua natureza divina Jesus também foi humano nasceu de mulher, possuiu um corpo que foi crucificado na cruz sentiu e expressou sentimentos e necessidades por meio do corpo; teve fome, chorou..

O papel do Espírito Santo na evangelização é indispensável sem a atuação dele é praticamente impossível aos homens chegar ao ponto de admitirem o pecado, a enfermidade que é para morte. É o Espírito Santo que transmite a verdade sobre Jesus Cristo à alma atuando como testemunha essencial de Jesus.

A graça, cujo significado é favor, bênção, generosidade e bondade divinas, veio à Terra na pessoa de Jesus. Somos salvos pela graça sem ela estaríamos todos condenados. Por isso morreu Jesus a qual trouxe reconciliação e expiação, redenção e adoção e justificação para o homem. Mas ressuscitou, e a ressurreição sem sua humanidade, seria uma ressurreição inócua e, sem a divindade, a sua ressurreição da sepultura talvez não tivesse significação maior que a ressurreição da vida de Lázaro. A ressurreição é central para o cristianismo. Assim, a evangelização sem a ressurreição assemelha-se a um carro sem motor ou a um corpo sem alma. A evangelização oferece esperança, não somente para esta vida, mas também para a que virá. O segredo dessa esperança repousa sobre a doutrina do retorno de Cristo.

O evangelho proclamado e recebido

Para Boer, o enfoque dado à evangelização como obrigação primeira e mais importante data apenas do século passado. Antes disso, o evangelho era compartilhado naturalmente. A expectativa em trono da nova vida tornava o compartilhamento do evangelho um prazer mais que uma obrigação. O evangelho propõe uma obediência alegre sem paralelo em nenhuma outra religião. A proclamação do evangelho é definida no NT por proclamar as boas novas e testemunhar além dessas, Michael Green a define como a proclamação das boas novas de salvação a homens e mulheres tendo em vista a sua conversão a Cristo e filiação à sua igreja. A natureza a comunicação do evangelho. O propósito, oportunizar ao homem receber Jesus como Senhor e Salvador. A meta, fazer discípulos que sirvam ao Senhor na comunhão da igreja.

Ao longo da história tivemos várias conseqüências:

1. Evangelização não significa a promoção de uma filosofia da religião ou de um credo mas, sim, Jesus Cristo;

2. Os evangelistas devem ser discípulos do mestre pois exige testemunho;

3. A mensagem precisa adequar-se às formas de pensamento de seus receptores;

4. A apresentação do evangelho deve ser prolongada o suficiente para impactar seus receptores;

5. A oportunidade válida para receber a Cristo e a salvação implica tudo o que já mencionamos até aqui, porém é preciso que haja o poder de convencimento do Espírito Santo.

6. A Escala Engel desenvolvida pelo professor Engel para que os evangelistas e missionários pudessem avaliar a distância ou a proximidade dos crentes em potencial.

A proclamação do evangelho transcurso da historia sofreu e sofre várias ameaças que deverão ser combatidas tenazmente, tais como: distorção sutil das boas novas que possa transformá-la em outro evangelho; o evangelho da absoluta liberdade que identifica salvação com o assentimento mental; os mercadores da palavra; o evangelho superdimensionado; o acréscimo ao evangelho; o reducionismo, os teólogos da libertação pois o reino de Jesus é santo e eterno e o universalismo.

Os evangelistas do Novo Testamento

Os rudes pescadores de peixes foram chamados por Jesus para se tronarem pescadores de homens para tanto, Jesus os preparou. Primeiramente Jesus os tirou da ocupação diária para uma aprendizagem com ele. Em segundo, concedeu autoridade aos discípulos e responsabilidade. Em terceiro, eles foram instruído acerca do reino, a igreja, liderança humilde, oração e adoração, sobre as doutrinas centrais da fé. Tudo isso para que os discípulos se empenhassem para que o caráter de Jesus ganhasse forma em suas vidas.

Um evangelista deve ter as seguintes qualidades: precisam se importar com as pessoas deve ter um profundo interesse emocional pelos perdidos. Disso resulta um fardo que é uma dívida, ou seja, fazer com que todos ouçam a mensagem sobre a oferta gratuita de salvação. Os evangelistas precisam ser enviados negligenciar o ide significa que os ouvintes em potencial não invocarão o nome do Senhor e não se salvarão. Os evangelistas precisam ter o dom o termo evangelista aplica-se a alguém que não somente proclama o evangelho, mas também incentiva e treina os membros do corpo de Cristo nesse ministério específico.

A proclamação eficaz do evangelho se configura na vivencia na igreja e dela na sociedade. A atração exercida pelos cristãos do primeiro século é explicada pelo efeito que o evangelho tinha em sua vida diária. A fidelidade dos mártires era sempre a primeira coisa a atrair os pagãos. O altruísmo prático na vida da comunidade fez com que as pessoas se sentissem atraídas por Cristo. Esse tipo de igreja tinha uma evangelização dinâmica, graça à sua vida atraente e às suas explicações cativantes. Daqui uns cinco séculos estas palavras poderão ser ditas sobre nós a igreja de hoje? O que mudou?

O recebimento do evangelho

O arrependimento é uma evidência de quem recebe o evangelho sem ele é impossível receber a graça de Deus. E o batismo é um sinal público desse arrependimento, pois significa renuncia dos outros mestres. Quando o pecador recebe o batismo, ele faz uma declaração de entrega à supremacia de seu Senhor. Significa também, participar da morte de Jesus Cristo e juntamente com ele ressuscitar para uma nova vida.

Crer no Senhor Jesus é essencial para o recebimento do evangelho, pois como afirma a Reforma justificação exclusivamente pela fé foi isso também declarado por Paulo crê no Senhor Jesus e será salvo.

A fé como mero assentimento intelectual não produz salvação e por consequência mudança de mentalidade. Receber Jesus Cristo como Senhor e salvador implica a decisão de obedecer. Quem reduz a fé a mero assentimento mental ou à mera crença nos eventos salvadores, perdeu de vista as implicações transformador\as de vida resultantes da união com Cristo.

A regeneração e o novo nascimento é ação de Deus por meio do Espírito Santo. O pecador sofre a ação de Deus, o Espírito, e é conduzido à comunhão dos redimidos. Deus faz por nós o que jamais poderíamos fazer por nós mesmos.

Jesus identificou a vida eterna com o conhecimento de Deus Pai e de Jesus Cristo. Os que conhecem a Jesus conhecem também o Pai porque o Filho proporciona a revelação verdadeira e cabal de Deus. Os verdadeiros crentes guardam os mandamentos de Deus dando assim evidência objetiva de seu conhecimento salvador.

A evangelização cumpre seu objetivo na adoração o recém-nascido precisa ser ensinado a adorar em espírito e em verdade. Componentes da adoração: Exaltação uma vez que Deus é prioridade em suas próprias afeições, nada que o diminua ou que profane deve ser feito ou dito pelos crentes dentro ou fora do culto de adoração. Ação de graças em tudo devemos dá graças porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para nós. Ações de graça é fruto de um coração agradecido. Oração demonstra dependência de Deus e lhe confere honra. Aproximação em toda há ordenanças para que nos aproximemos de Deus, despidos de tudo que possa atrapalhar a aproximação e a comunhão.

A evangelização é a ação mais urgente da igreja devido aos inúmeros homens e mulheres que caminham para a morte e a igreja está diante de Deus indesculpável por justificar a dormência em fazê-la. O propósito de Deus na historia depende da execução da ordem de evangelização dada a igreja, logo, crente que se envolvem precisa se arrepender e mudar de atitude. Possa Deus ajudar seu povo a perseverar em sua meta com alegria até o fim.

BIBLIOGRAFIA

SHEDD, Russel P. Evangelização Fundamentos Bíblico. 1º edição, Shedd Publicações, São Paulo, 2006.