13º COMUM ANO C “...que espírito sois animados”

13º COMUM ANO C

“...que espírito sois animados”

Palavra da Liturgia – Lc 9,51-62

Neste Domingo celebremos a maturidade e a coerência na caminhada da fé cristã.

Caminhar em Deus é acima de tudo saber acolher o outro com o amor e o perdão.

É incompatível a vida cristã com o ódio! A fé com a exclusão! A oração com a omissão! A lei sem a Graça! A vida litúrgica sem o acolhimento! A ressurreição sem a cruz!

Somos chamados por Deus para gerar no outro a vida, nunca a morte.

Portanto a Palavra deste domingo nos relata que Jesus ao caminhar para Jerusalém resolveu se hospedar numa povoação samaritana. Os samaritanos ao perceberem que iriam para Jerusalém lhes negaram hospedagem.

Os apóstolos Tiago e João indignados disseram a Jesus:

“Senhor queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?”

Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente:

“Não sabeis de que espírito sois animados”.

Estamos diante de um fato histórico que comprova que o ódio alimenta mais ódio. Os samaritanos que no passado e presente foram perseguidos e excluídos pelos judeus alimentaram dentro de si um ódio também. Jesus e os apóstolos por serem judeus não puderam ser acolhidos em uma cidade samaritana.

Jesus compreendeu a situação e ao invés de amaldiçoar preferiu usar da situação para ensinar seus apóstolos a serem protagonistas da paz e não da guerra e do ódio. O mal se corta pela raiz.

Por sua vez a atitude de João e Tiago nos mostra que Deus não escolhe os perfeitos e que por ser da igreja não nos faz melhor que ninguém. Não somos os únicos portadores do bem! Não somos credenciados para julgar. Caminhar ao lado de Jesus é aprender a não acusar e nem condenar, mas sim, amar e acolher a todos sem discriminação e exclusão. O cristão deve ser animado pelo Espírito de Deus, cujo sinal visível é o amor.

Somos chamados por Deus para levar as pessoas para o céu e não para o inferno! Devemos ser testemunhas vivas do amor. As palavras convencem, porém o testemunho arrasta. O que é bem realizado não precisa ser explicado e nem anunciado.

Jesus diz uma frase iluminadora para uma evangelização ideal:

“O Filho do homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las”.

Eis nossa missão! Eis o espírito que nos anima!

Para tanto, serem discípulos de Jesus não é um mero entusiasmo. A caminhada é exigente. Não adianta se enganar. Não é uma escolha simplista entre o Bem e o Mal; é muito mais: uma escolha entre o Bom e o Melhor. O Diabo não pode ser uma opção de justificativa da nossa falta de ação e covardia.

Disse Jesus: “O Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”.

Em relação aos deveres mais sagrados, como as relações familiares, quando entram em colisão com o plano do Pai, devem ser postos em segundo plano: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o Reino de Deus”.

Esta adesão ao Reino de Deus deve vir acompanhada de firme decisão:

“Aquele que põe a mão no arado e olha pra trás, não é apto para o Reino de Deus”.

Optar pelo Reino de Deus é uma decisão de paz e benção para a família.

Olhemos firmes no Senhor para frente com os passos na Jerusalém Terrestre (local da vontade de Deus) e com os olhos para Jerusalém Celeste (local da realização), hospedando em nossos corações todos os que encontrarmos pelo caminho!

Que nesta Eucaristia possamos compreender que todos nós somos os verdadeiros culpados pelo bem que não fizemos e só assim colocaremos limites à ação do diabo.

Gilberto Ângelo Begiato

http://gilbertobegiato.blogspot.com.br/

Gilberto Ângelo Begiato
Enviado por Gilberto Ângelo Begiato em 25/06/2013
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