18º COMUM ANO C “rico para Deus”

18º COMUM ANO C

“rico para Deus”

Palavra da Liturgia – Lc 12, 13 – 21

Jesus nos leva ao essencial da vida cristã, ou seja, aquilo que não passa o que permanece. Estamos o tempo todo, a procura de algo que nos preenche, que nos completa, e parece que nunca encontramos a plena felicidade, somos cidadãos do infinito e como tal encontraremos a realização do nosso eu quando buscamos a fonte do nosso ser: O Criador.

Mas a busca do reino de Deus começa aqui e, portanto não se constrói o Reino de Deus com a ganância material e com o egoísmo. Nossa oração deve ser de solidariedade, como pedir algo pra mim se há tanta gente precisando de Deus e do pão necessário para sobrevivência. Na vida há riqueza suficiente para todos, mas nunca haverá para satisfazer nossa ambição.

É lamentável ver cristãos rezando para prosperidade como que querendo fazer marketing de sua religião ou de seu movimento. São lamentáveis nossas reuniões de fé se transformar em um verdadeiro mercado de curas e milagres, quando o essencial às vezes não acontece: o amor compromissado com o irmão que sofre e marginalizado.

O homem que se aproximou de Jesus pediu o que todos nós comumente pedimos: algo para si mesmo. Pedimos muito e muito mal. Agradecemos pouco e confiamos quase nada.

Nesta passagem Jesus deixa muito claro que na mesa de todos nós não se devem ter sobras, pois quando sobra, falta à mesa de alguém. Ensina-nos diante desta sociedade consumista que não devemos acumular bens e sim partilhar para que todos tenham o necessário para viver. A riqueza verdadeira não está na quantidade de bens acumulado e sim no bem que fazemos.

Corremos atrás dos curandeiros, dos milagreiros, dos profetas da prosperidade, dos líderes que apresentam enormes estruturas, dos que tem nomenclaturas, dos que podem oferecer algo, dos famosos, do acumulo de bens, etc. Não conseguimos enxergar Jesus presente no simples, no pequenino, nos que detém a sabedoria da vida, os que passam despercebidos entre nós. Não conseguimos enxergar a presença de Deus nas pequenas coisas, no dia a dia, nas coisas importantes da vida: amizade, diálogo, natureza, o sorriso de uma criança, o amor dos pais, o valor dos filhos, um bom livro, a harmonia na família, etc.

Santa Teresa já dizia: Tudo na vida passa só Deus basta. Até São Francisco viu em vida a obra de Deus distorcida, foi recusado, pois optou pela Senhora Pobreza.

Profetas de carreira, cujo intuito é o poder, a promoção e o desejo de ser alguém admirado pelos outros. Triste realidade que mancha a verdadeira presença de Deus entre nós.

Nunca os meios de comunicação foram tanto disputados como nesta sociedade de aparências, as estruturas enormes que construímos que nos fazem pedir dinheiro o tempo todo como verdadeira adoração a este maldito deus (dinheiro) que nos desviou da verdadeira santidade. Tudo isso travestido de uma falsa fé e ousadia. Cultuam o demônio em nome de deus.

A unção é medida hoje pela quantidade de obras realizadas e estruturas físicas construídas. O menino do presépio passa despercebido de todos nós.

“Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma. E as coisas, que ajuntaste, de quem serão?”

O homem insensato acumulou bens sobre bens e achou que poderia viver sossegado, ter uma boa vida garantida, só que se esqueceu de um detalhe importante: A vida é um empréstimo de Deus, e por ser de Deus, ela possui o seu valor em Deus, isso significa que o dom da vida deve ser administrado para o bem, para a partilha e para o serviço dos irmãos.

A medida e o valor do ser humano nesta sociedade são baseados no que ele tem na sua posição e o quanto é lucrativo para sociedade. Esta sociedade que marginaliza o idoso, o pobre, o deficiente, os jovens, as crianças, etc. Riqueza material e covardia andam de mãos dadas.

Amar a todos e se apegar no que é essencial, o que permanece é ser rico para Deus.

Busquemos ao Deus verdadeiro não com interesse próprio. Buscamos a Deus pelo que é “Eu sou o que sou” e deixemos-nos nos encontrar não preocupado com o que possuir, mas como repartir a grande providência que o Pai dispõe a nós o tempo todo.

Gilberto Ângelo Begiato

http://gilbertobegiato.blogspot.com.br/

Gilberto Ângelo Begiato
Enviado por Gilberto Ângelo Begiato em 29/07/2013
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