Sal da Terra.                                                                                                                                                 
 
Dia de Festa numa Igreja local. O prato especial, bem ao centro da mesa, preparado com muito esmero está esplêndido! Nele destacam-se: o verde das hortaliças dos legumes e azeitonas; o amarelo suave das batatas; o amarelo insinuante das mandioquinhas; o vermelho das beterrabas e dos tomates; o alaranjado das cenouras.
Em volta dos sabores, organizados com brejeirice, sabedoria e arte, folhas de alface divertidas finalizam tal composição culinária.
Que bela mesa! Organizada com tanto amor e capricho! Tudo parecia perfeito!
Até que um apressadinho “fora de Tempo”, antes da Oração, aproxima-se e discretamente serve-se de um pouco de Salada. Que embaraço! Todos os olhares para ele voltados! O                                                            Apressadinho era na verdade um irmão novo na Igreja; extremamente modesto e tímido. Nunca faltava... Chegava, sentava-se discretamente no último banco e permanecia ali, olhos baixos, em suposta atitude de oração até o final do culto. Não falava com ninguém.
Porém, ao degustar a primeira garfada, procura inutilmente disfarçar a expressão de desagrado, dizendo meio envergonhado:- Perdoem o meu atrevimento... Ao servir-me assim antes de todos. Perdoem a sinceridade das palavras que vou dizer agora – “Só encontrei um defeito aqui”! Este prato primoroso digno de um cerimonial não apresenta sabor algum! NÃO TEM SAL!
Nesta vida muita gente, de aparência esplendorosa, com rico vocabulário e a cabeça cheia de letras e filosofias, cofres cheios de dinheiro, possuindo e desfrutando de todos os prazeres que o dinheiro, o luxo e a ganância, podem lhes proporcionar, são Exuberantes por fora porem vazios por dentro. São sepulcros caiados de branco, vazios... Não carregam mensagem alguma dentro das Almas. Não confortam o aflito, não socorrem o necessitado. São pessoas que nada oferecem porque trazem as mãos fechadas e os corações vazios. São indigestos como este lindo prato.Que me perdoem as irmãs,neste caso,sabemos que foi apenas uma distração,levada talvez até pela pressa ao preparar a mesa.Irmãos,sei que sou simples,raramente faço uso da palavra.Sei que a minha precipitação mexeu com os sentimentos de muitos,porém sei também que nada acontece fora dos propósitos de Deus.Penso que Isto tudo aconteceu para que neste instante,deixando a timidez de lado  eu lhes dissesse estas palavras.
Irmãos, que sejamos de fato o bom perfume de Cristo, medindo as nossas palavras e atitudes.
Que sejamos vasos por Deus escolhidos, para toda a boa obra. Que sejamos Árvores plantadas junto a Ribeiros de Águas,frutificando na estação própria.Não escondendo estes abençoados frutos,mas repartindo-os.
Somos a dracma perdida, o filho pródigo que voltou a ovelha desgarrada, e resgatada.
Peço-lhes... Não!Rogo-lhes: Parem de ler, ler e ler este versículo. Parem de pensar, pensar e pensar sobre ele. VIVAM ESTE VERSÍCULO!Que este versículo seja cravado em nossos corações como os Mandamentos foram pelo próprio Deus cravados nas Tabuas da Lei!
VÓS SOIS O SAL DA TERRA; ORA, SE O SAL VIER A SER INSÍPIDO, COMO LHE RESTAURAR O SABOR?PARA NADA MAIS PRESTA SENÃO PARA, LANÇADO FORA, SER PISADO PELOS HOMENS.
(Mateus 5.13).
Mesmo não sendo costume, a Igreja aplaudiu o irmão “que nunca falava”.
Simples assim.
 
Irmã Neli Silva
Igreja Presbiteriana – Sapopemba.