UM SÓ MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS (II)

Mediador é a pessoa que media uma relação sem envolvimento, um transmissor de informações, um intermediário entre uma coisa e outra.

Quando Paulo diz que “Só há um Mediador entre Deus e o Homem”, ele alude ao plano da salvação. Ninguém, ninguém mesmo, é capaz de solucionar o problema do homem no que diz respeito a sua salvação, senão Jesus. Este sim é de foto, o “Mediador entre Deus e o homem”. Não foi à toa o que Ele - Jesus falou: “sem mim, nada podeis fazer”.

Voltemos ao caso de Jeremias, 15:1, mencionado no artigo anterior, já publicado nessa página, quando Deus diz: “Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, não seria a minha alma com este povo”.

Descrever sobra a vida desses dois homens de Deus, suas personalidade, seus ministérios, suas intimidades com Deus, precisaríamos de muito tempo, de papel e tinta, além, é claro, de um grande repertório que enriquecesse a descrição.

Sobre Moisés e Samuel, não há necessidade de se falar sobre suas biografias, pois as mesmas encontram-se nas Escrituras sagrados. Um fato curioso na vida desses dois homens de Deus é que na maioria dos grandes lideres da Bíblia, pouco se fala em sua infância, porém, tanto Moisés quanto Samuel teve algo em comum, ambos foram escolhidos por Deus desde criança; e o mais interessante ainda, é que tiveram a participação de suas mães; e suas ações junto ao povo de Israel foram impactantes.

Na verdade, Moisés e Samuel eram contados como os dois dos maiores Profetas do Antigo Testamento, o primeiro escreveu o Pentateuco, instituiu uma nação, dando a Constituição, a Lei; e o segundo, instituiu a era profética e ungiu os dois primeiros reis de Israel.

Moisés era apenas um hebreu como muitos outros, porém, aprouve Deus, usá-lo numa tão importante missão, pois abdicou de ser o principal monarca do Egito, o sucessor de Faraó, (preparo para isso, ele tinha), para ser o líder do seu povo, um povo obstinado, rebelde, insubordinado e murmurador. Moisés, foi o maior líder da história desse povo e fez desse povo uma nação, com estatutos e leis, que embora, na sua época fosse um povo nômade, tornou-se uma nação poderosa na face da terra.

Moisés tinha tanta intimidade com Deus, que, muitas vezes, Deus mudava de plano após uma intervenção sua.

Certa vez, Deus disse que consumiria todo aquele povo no deserto e faria de Moisés uma grande nação, porém, desistiu desse plano por uma intervenção de Moisés. O Texto sagrado diz que o “Senhor se arrependeu do mau que dissera que havia de fazer ao seu povo”. Ex. 32:14. Porém, oitocentos anos depois, de acordo com Jeremias, Deus não ouviria Moisés, numa possível intervenção, ou mediação para salvar um povo rebelde.

Samuel assumiu o comando do povo de Israel numa época de grande turbulência, quando os filhos de Eli cometeram, podemos dizer – sacrilégio - profanaram o que era sagrado, no nosso entendimento, quiseram forçar Deus está com eles, (quando há muito o Senhor já com eles não estava pela sua conduta desordenada), levando para o campo de batalha a Arca da Aliança, que caiu nas mãos de seus inimigos, os filisteus, causando a morte de inúmeros israelitas, bom como de dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, e do próprio Sacerdote Eli, bem como de sua nora, quando souberam da tragédia que acontecera no campo de batalha. Fui justamente, após tudo isso, que assumiu o comando da nação de Israel o Profeta Samuel.

A Bíblia diz: “E crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra” I. Sm. 3:19.

Samuel se tornou um dos maiores profetas de Israel, e exerceu três importantes ministérios: Sacerdote, Juiz e Profeta. Samuel era um homem de oração e de uma visão extraordinária, instituiu a era profética e deu ao povo escola. A Bíblia diz que o povo desde Dã até Berseba teve conhecimento que Samuel era Profeta.

Samuel foi responsável pela transição política de Israel, quando o sistema de governo passou do comando dos Juízes, considerado teocrático, para o sistema monárquico.

Porém o Samuel, com seu exemplo de vida, sua atuação como homem de Deus, citado, inclusive na galeria dos heróis da fé, pelo escrito do Livro aos Hebreus no capítulo 11, não seria capaz, segundo Jeremias 15:1, de intermediar junto a Deus, para salvar um povo pecador do castigo que o Senhor já havia determinado.