Usos e costumes dentro das igrejas.

Sempre ouvimos em diversas igrejas críticas contra determinados usos e costumes, como tipos de roupas, cortes de cabelos, maquiagens etc., mas nem sempre ouvimos da parte de quem critica uma base sólida à luz da Bíblia. É lógico que não irei fazer aqui qualquer tipo de apologia a certos costumes que se infiltram dentro do ambiente cristão, mas apresentarei de forma sucinta, diante da palavra de Deus, alguns argumentos que nos ajudem a entendermos isso.

Na Bíblia sagrada não encontraremos versículos que tratem deste assunto diretamente, de maneira explícita, haja vista a Bíblia ter sido escrita em época e cultura totalmente diferente da nossa. Mas vamos aos fatos. O Apóstolo Paulo diz: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém". "Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine". Em outra parte ele diz: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém". “Tudo é permitido, mas nem tudo edifica" (1co 6. 12-13; 10.23). Logo, de uma maneira subjetiva, essas passagens já nos dão uma boa orientação quanto ao assunto em questão. Mas quero apresentar mais algumas outras.

O mesmo Paulo, ao escrever à igreja de colossos, diz que todas essas regras de não "toque’’, não "manuseie’’, não "prove’’, têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne (Cl 2. 20-23). Ou seja, todas essas regras não podem mortificar o pecado que habita em nós, pois essa obra é exclusiva do Espírito Santo. A pessoa pode até tentar enfeitar o exterior, não usando isso ou aquilo, dando uma falsa imagem de santidade, mas e dentro dela? Será que essa disciplina externa pode controlar seus impulsos internos? Toda sua decência e moralidade exterior podem mortificar a cobiça, a inveja e a ira? Na realidade, não. Paulo deixa isso totalmente claro em várias de suas cartas. Nenhuma regra ou doutrina humana pode de fato mortificar a nossa natureza adâmica. Jesus nos advertiu quanto a isso ao censurar bravamente os legalistas de sua época que tentavam agir assim.

Então, diante de tudo isso, fica claro que posso usar e fazer o que tenho vontade, visto que nada disso possa me prejudicar? Claro que Não! Aqui entraria o conceito de “Andar no Espírito” (Gl . 5.16), mas não entrarei por essa porta, pois esse não é o meu objetivo no momento.

Os usos e costumes condenado pela palavra de Deus são todos aqueles que, ao se praticar, resulte no enfraquecimento de nossos irmãos. Este é o problema.

Primeiro vamos ao Evangelho de Lucas.

No capítulo 17 vs 1 em diante, Jesus diz: “É inevitável que aconteçam coisas que levem o povo a tropeçar, mas ai da pessoa por meio de quem elas acontecem. Seria melhor que ela fosse lançada no mar com uma pedra de moinho no pescoço, do que levar um desses pequeninos a pecar”. Séria advertência, não?

No capítulo 14 vs 21 da Carta aos Romanos, Paulo escreve: “Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer 'outras coisas' em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça”( ARC). Neste caso, em “outras coisas” se encaixa perfeitamente determinados usos e costumes dentro das igrejas. Agora, todo Cristão, nascido de novo, deverá ter o bom senso e analisar se o que ele usa ou pratica dentro ou fora da igreja não está levando o seu irmão a tropeçar, a se escandalizar ou até mesmo a se enfraquecer na fé. O nosso alvo é Jesus, devemos estar com os olhos fitos nele a todo momento (Hb 12.2). Se aquilo que fazemos não convém, não edifica, enfraquece nossos irmãos, faz com que erremos o alvo, levando pessoas a errarem conosco, estaríamos assim agindo de acordo com a Palavra de Deus? Imaginemos uma cena: uma determinada irmã entra na igreja com roupas justas (digo justas mesmo), com as curvas de seu corpo toda evidente, cheia de maquiagem, com todos os acessórios que a destaca entre as outras, quais efeitos ela provocaria? Não chamaria a atenção dos homens para seu corpo? E se os tais forem casados? O ciúme e a raiva não brotariam no coração das irmãs? Qual seria o objetivo real para tanta ostentação? Paulo nos adverte contra a lascívia, aqueles comportamentos que induzem à sexualidade. Os que a praticam não herdarão o reino dos Céus (Gl 5.21). Em suma a consequência certa disso seria o Escândalo. E por ai vai.

Reitero, porém, dizendo que todos os usos e costumes que, na prática, resultem no enfraquecimento de nossos irmãos devem ser evitados, para não sermos condenados com o mundo.

Em Cristo, com amor... ;)