HOMOSSEXUAIS – A BOLA DA VEZ

Durante séculos, a Igreja católica perseguiu, torturou e matou infiéis (os não-cristãos) e hereges, pessoas que tinham comportamento e opiniões contrários à doutrina cristã.

A separação entre Estado e Igreja, devido a Revolução Francesa (1789) demoliu grande parte do poder papal, e de lá para cá, nenhum papa aplicou a pena de morte para se livrar de feiticeiras e hereges, e o Vaticano, pressionado pela sociedade esclarecida tornou-se menos perigoso. No entanto, a “caça às bruxas” nunca deixou de existir efetivamente, pois a Igreja precisa assegurar seus interesses e manter seu status quo. Religiosos liberais são calados e excomungados. A Igreja, na impossibilidade de mandar para a fogueira seus desafetos – o estado laico não permitiria – tem voltado suas setas para os homossexuais.

Líderes cristãos fundamentam seus discursos homofóbicos na Bíblia: Levítico 20,13 e Romanos 1,24 atestam claramente que Deus ordena a morte de homossexuais. No entanto, os tempos são outros. Deus ama os homossexuais, mas odeia o pecado, dizem. Embora padres e pastores tentem amenizar os efeitos do Antigo Testamento, não livram os homoafetivos dos preconceitos, porque continuam acreditando que a homossexualidade é pecado perante Deus.

Vamos pensar: será que um Deus amoroso decretaria a pena de morte a homens e mulheres apenas por serem homossexuais? Por que o amor entre dois homens ou duas mulheres irritaria esse Deus, enquanto práticas cruéis como a mutilação de braços de ladrões, o estupro de meninas virgens pelos soldados de Moisés, assassinatos de idólatras, inclusive de crianças e bebês, a morte por apedrejamento de noivas que não guardaram a virgindade para o marido, de pessoas que cultuavam outros deuses, de filhos beberrões, astrólogos, espíritas, etc., seriam para esse Deus, crimes perfeitamente merecidos e justificados? Vocês nunca pensaram que o autor do código mosaico (as leis bíblicas) e o mandante das centenas de atrocidades que lemos na Bíblia poderia não ter sido Deus?

Segundo os especialistas em Bíblia, o código mosaico é criação dos sacerdotes hebreus. Os antigos quando queriam impor uma lei, diziam que o autor era Deus. Dava mais credibilidade. Os autores do código mosaico se inspiraram em antigos legisladores: Ur-Nammu (ou Ur-Engur) da antiga cidade de Ur na Suméria, e Hamurabi, rei babilônico. Ambos criaram estatutos e divulgaram que o autor era Deus, pois sabiam que teriam mais êxito.

Por que a homossexualidade era punida com a morte na Bíblia? A nação de Israel precisava crescer. Mais gente, mais mão de obra, e mais soldados para o exército. Relações homossexuais não interessavam os governantes por não contribuir para o aumento da população. Com a pena de morte, desejavam coibir essa prática.

A Ciência afirma que todos nós nascemos com a orientação sexual formada. Se seu filho nasceu para ser hetero, não é seu vizinho gay que vai estimulá-lo a ser gay. Se você tem um filho gay, nenhum tratamento ou castigo vai transformá-lo em hetero. O mínimo que você vai conseguir é arruinar a vida dele.

Não são tão raros os casos da pessoa homossexual assumida vir a ter um relacionamento hetero, casar e ter filhos. Mas é engano pensar que obteve alguma espécie de “cura” ou “milagre”; ele provavelmente foi coagido por medo de um castigo pós-morte, para agradar a família, ou outro motivo.

Obviamente que esta pessoa não perdeu o desejo por alguém do mesmo sexo, mas pode se excitar pensando nas suas fantasias gays e transar como heterossexual, mas as pesquisas e entrevistas com psicólogos, psiquiatras e pesquisadores da sexualidade apontam que há elevada carga de frustração e problemas emocionais nas pessoas que decidem alterar sua orientação (tornando-a opção).

Ou seja, mudar sua orientação sexual por conveniência ou medo vai gerar, sim, algum dissabor no campo afetivo e na estrutura psíquica, que afasta a pessoa da felicidade e da plenitude enquanto ser humano.

Autor: Fernando Bastos.

Com colaboração de Gilmar de Oliveira, psicólogo.