APÓS A ESCURIDÃO, ENCONTREI A LUZ

APÓS A ESCURIDÃO, ENCONTREI A LUZ

APRESENTAÇÃO

Como escrever a minha historia

É muito triste o modo como vim para cá

É triste dizer que foi difícil

Eu encontrar a luz

Foi complicada a minha vida

Foi um tanto triste,

Quando meus pais me perderam

Mas também, como outros espíritos

Tenho necessidade de contar, de dizer

Sobre minhas lutas, conquistas,

Sobre meus sonhos.

Talvez seja extenso o conteúdo deste

Mas o importante é que ele seja escrito

Por alguém que poderá dar a ele o valor que merece

Não digo em dinheiro, mas escrever com

Carinho e dedicação.

confio em você.

 Andreia Lucia

CAPÍTULO I

- Minha vida era como a de qualquer garota, mas algo era diferente, o dinheiro da minha família, meus vestidos, meus sapatos, nosso luxo.

Quase todas as meninas queriam ser minhas amigas, nunca sabia, se elas realmente queriam a minha amizade, ou o que eu tinha.

Minha infância foi boa, mas esse problema com minhas amigas foi constante, até eu chegar à minha adolescência e poder distinguir realmente quais eram minhas amigas e quais não eram.

Daquele tempo sobraram poucas, quase todas queriam se aproveitar da minha bela casa, dos jardins e de outros pertences que a minha família possuía.

Mudei de colégio quando fui para o II grau, meu I grau fiz em um colégio de freiras, muito rígido, e fui para este colégio, não muito rígido, onde arrumei muitas amigas e amigos.

Lá fizemos logo uma turma, eu, Paulo, Roberto, Sergio, Livia e Deise, éramos inseparáveis e nos dávamos muito bem, depois vinha outros amigos, Yolanda, Paula, Luis, Cris e o Jones, mais tarde conheci a Laura, a quem me apeguei muito.

Todos nós tínhamos ou quase o mesmo nível social e como aquela escola era ruim, não podíamos fazer nada.

Nos fins de semana aproveitávamos, Paula tinha muitos outros amigos , mas não era tão rica quanto nós, tinha poucas condições e como seu pai havia falecido ela tinha um certo desconto na escola e sua mãe era professora.

Mas o custo dos estudos foi aumentando e Paula nos deixou, nossos pais tentaram ajudar, mas Paula recusou, disse que já estava cansada de tantas regras.

Íamos sempre a festas e lá conhecíamos novas pessoas, conheci Orlando e Junicéia, eram amigos, pobres, mas eu nunca me importei com riquezas, gostava deles mesmo sendo de classe mais humilde.

Gostava muito deles e fiquei muito amiga deles, eu e meus amigos da turma, íamos sempre visitar Paula, que se empobrecia a cada dia, sua mãe havia deixado a escola por causa da bebida e foi mudando de casa até ir para uma rua muito perigosa, cheia de ladrões e marginais.

Nós íamos sempre visitá-la, Orlando e Junicéia também moravam por aqueles lados.

Nas festas havia muitas drogas, e eram consumidas, mas eu não as queria, nunca, sempre lembrando da minha educação e aprendizado.

Todos entraram na moda, um dia ao tomar uma bebida tive uma enxaqueca muito forte, me deram um comprimido, tomei e sem que meus pais percebessem fui para um mundo diferente, onde as drogas eram a minha curtição.

CAPÍTULO II

Comecei consumir muito, deixei o colégio e mudei para outro onde

O consumo de drogas era constante, James meu amigo também consumia, Sergio e meus amigos do outro colégio se distanciaram de mim, eu Orlando e Junicéia entramos nessa vida de cabeça.

Paula por mais pobre que estava disse um dia : Andréia, minha amiga, você anda com o Orlando e a Junicéia, e pelo que eu fiquei sabendo, eles não são boa companhia.

Eu respondi:

- São meus amigos, da mesma forma que a Laura.

Ela prontamente retrucou:

- Só a Laura, porque os outros se foram e seus pais coitados estão muito decepcionados, você anda se envolvendo com drogas ?

- Sim. ando respondi

Paula não se surpreendeu, me deixou e foi embora sem dizer mais nada.

Em casa meus pais já iam percebendo, até que chegaram a conclusão, que eu precisava de um psicólogo, meu noivo, é eu já estava noiva

André nem suspeitava, eu só tinha 17 anos e já estava bem encrencada.

André começou a perceber e também pediu para que eu procurasse ajuda e fosse me tratar, Papai e mamãe me mandaram para uma psicóloga , mas eu não quis, só fui na terceira vez que marcaram e não falei nada.

Meu noivo, me proibiu de sair com aqueles dois, Orlando e Junicéia, mas eu sempre dava uma escapadinha.

Meu ultimo ano, terceiro colegial, eles me matricularam novamente em outro colégio, um colégio muito bom, mas só fiquei alguns meses, eles logo repararam do que eu gostava, parei o terceiro colegial no meio, já estava atrasada pois havia repetido o segundo.

Meus pais tentavam conversar, meu pai nunca me bateu sempre conversando e me dando atenção.

Eu, chegava de madrugada toda noite, completamente drogada, com meus únicos amigos Orlando e Junicéia.

Papai proibiu-me de vê-los e me trancou em casa para que eu não saísse e cometesse minhas loucuras, tinha crises e meu pai me colocou num tratamento, fugi de casa, resolvi me distanciar e me encrenquei com pessoas da pesada, o James era um drogado como eu.

Fui me encrencando, meu pai desistiu de correr atrás de mim e o meu noivo estava quase desistindo.

Ninguém entendia o porque e eu era a vergonha da família.

Decidi voltar para casa, mas estava tão viciada , tão dependente que mal conseguia andar.

Fiquei em tratamento por alguns meses e quando finalmente retornei para casa, ainda em observação, tinha 20 anos e André apesar de me amar, parecia distante.

James não me queria fora dessa vida, era amigo de Orlando e apesar de ter estudado no mesmo colégio que eu, tinha uma vida não muito boa, Orlando era meu amigo e Laura apesar de ter se enfiado nesta vida estava bem.

James andava com outros rapazes que também eram viciados, mas eram pobres e viviam atrás de mim.

Apesar de estar em casa continuava em observação, e fui me curando aos poucos.

Um amigo de James, pobre drogado vivia a me atormentar, fazia telefonemas anônimos, sempre atrás de mim, nunca soube o que ele queria, não contava a minha mãe para não preocupa-la.

Quando completei 23 anos já estava curada, voltei ao colégio, mas as vezes encontrava James e o tal homem, Orlando e Junicéia nunca mais tinha visto, só Laura era minha amigona.

Um dia ao voltar da faculdade, fui abordada por um homem a quem não conhecia e fui brutalmente assassinada.

CAPÍTULO III

Quando minha família soube, mandou a policia atrás dos suspeitos, James estava acabado e logo acharam que era ele, mas não foi, coitado do James à meses não ligava para mim, estava em outra área e o tal homem dos telefonemas havia me esquecido.

Bem, a tristeza foi grande, e eu ao acordar não vi luz, vi mamãe de longe e corri em sua direção dizendo :

- Oi mamãe, porque está triste?

Mamãe nem me notou, eu não entendia .

Encontrei papai no jardim, estava de saída e pelo que ouvi ia ao velório, eu o segui e ele nem me notou, me desesperei e ao chegar ao velório vi Laura, Sergio, Orlando, Junicéia e até Paula, choravam muito.

James nada tinha a ver com a história, estava sumido à muito tempo, bem antes do acontecido já não se via ele.

Olhei para o caixão, e lá estava ... EU

Não acreditei, comecei a gritar e uma luz se aproximou e me convidou a ir com ela, me acalmando com palavras doces.

Eu não quis ir.

Depois de muito insistir a luz desapareceu e prometeu que voltaria.

Fiquei lá sem entender e completamente perdida entre a barreira que separa vivos de mortos.

Todos choravam muito, mamãe que também chegou estava muito triste, se eles estavam , imagine eu que nem sabia que tinha morrido.

James apareceu e chorou muito mais que todos os meus amigos, dizia que me amava e o homem estava junto, chorava também, ele era muito amigo de James, eles estavam abalados, vendo-os tive muita dó do James, nunca me fez mal e entrou nessa vida e se perdeu sozinho, eu entrei depois, sem que me obrigassem, quando deixei a vida do vicio ele apenas se sentiu só e logo desapareceu.

Eu me recuperei, voltei a ser feliz, mas minha missão havia chegado ao fim.

Quem me assassinou foi alguém completamente estranho, que depois de roubar as poucas coisas de valor que eu tinha colocou um fim na minha vida.

Ninguém nunca saberá, eu era muito rica, e qualquer pessoa poderia ter cometido o crime.

André estava arrasado, chorava e abraçava papai.

Fiquei por aqueles instantes desesperada, mas logo fui me acalmando, meu corpo doía com as marcas do meu assassinato, até que dormi ao lado de mamãe que velava na madrugada, meu corpo sem vida.

Acordei minutos depois com uma gritaria, papai acalmava mamãe, deu-lhe um calmante e mandou o motorista leva-la para casa, junto com titia, a mãe de Laura e a própria.

CAPÍTULO IV

Eu, fui junto, chegando em casa fui para o meu quarto, eu não me conformava, tudo no seu lugar, minhas coisas, Laura apareceu à porta e entrou no quarto, chorava e suas lágrimas corriam copiosamente, ela começou a dizer:

- Andréia, você está bem ?

Eu pensei que ela falava comigo, bem não pensei, ela falava e eu respondi:

- Não, não estou bem, não estou entendendo nada.

Laura assustada disse:

- Você está aí ? ouço sua voz mas não consigo vê-la, Andréia, Andréia, fale comigo minha amiga.

Eu feliz, vi que ela realmente me ouvia .

- Laura estou aqui na cama, tente me ver, você consegue ?

A luz então apareceu, acalmando Laura com a voz e a mim que já estava desesperada, vendo a minha aflição, sorriu e saiu do quarto, comecei a gritar por Laura que já não me ouvia, eu olhei para a luz e disse:

- O que você fez, eu estava falando com ela, deixe-me, vá embora.

luz sorrindo como sempre fazia disse:

- Andréia, porque afligir os que a amam? porque você faz isso? você está com o corpo machucado e necessita de cuidados especiais está assim porque continua aí, sem compreender que sua presença os fará sofrer mais e você também ficará mais triste. Vamos comigo querida, venha, vamos para um lugar novo, você não pertence mais a este lugar.

Eu chorando corri da luz e fui me acalmar ao lado de mamãe que com a minha presença chorava mais, eu então dormi.

No dia seguinte fiquei andando pela casa, vi a Laura, chamei, mas ela não me ouviu.

Orlando apareceu e abraçou papai que nunca gostou dele, eu então fiquei com medo do que poderia acontecer, mas Orlando logo se foi, eu gritei por ele, mas ele não me ouviu.

A luz apareceu e desta vez pude ver com nitidez, era uma mulher lindíssima, me chamou e eu novamente não atendi e ela se foi.

Continuei na casa, vagando pelos cantos, mamãe chorava muito e papai apesar de triste entendeu e se conformou.

Fiquei meses vagando pela casa e a luz não apareceu mais, ela já havia dito, Quando você precisar chame que eu virei.

Ouvi alguns gritos, eram outros espíritos que também não queriam partir, um deles se aproximou e perguntou :

- Você mora aqui?

Eu muito alegre disse:

- Você me ouve, me vê ? então quer dizer que eu estou viva

O espírito respondeu :

- Não. está morta e eu também, vago por todos os lugares e somente hoje compreendi que terei que chamar a luz e ele a chamou, ela veio e o levou.

Outros espíritos vieram em minha direção, eram maus e riam o tempo todo, fugi deles e fui ficar com mamãe que começou a adoecer muito, fiquei no seu leito com as minhas mãos sobre as dela

Os espíritos apareceram e disseram venha conosco, você errou na sua vida.

Eu disse que não, que eu era boa e não iria, eles então se foram, mas ouvia a todo momento gritos e risadas a me perturbarem, então depois de muito tempo chamei a luz , ela veio e me levou.

CAPÍTULO V

Era um jardim imenso, e era lindo, com pessoas sorridentes e felizes, a luz então disse que se chamava Amel.

Eu perguntei :

- Onde eu estou?

Ela sorrindo respondeu:

- Você está em um lugar bonito, se ficasse em sua casa ninguém ficaria em paz, espíritos maus vagam, sofrem e nunca a luz vem, eles são pegos por outros espíritos maus, os bons são levados pela luz.

Os inconformados vagam e sofrem porque não querem partir, aparecemos sempre, até que um dia deixamos que eles comprovem sozinhos o sofrimento, e peçam o nosso socorro, alguns querem a luz, pedem, gritam, então nós aparecemos e os levamos para outro lugar, onde aprendem que já cumpriram a missão e são julgados por seus erros.

Não sofrem, apenas aprendem a viver novamente com dignidade e compaixão, mas dificilmente isto acontece, outros que são bons e também muitas vezes temos que conversar e até reencarnar de novo para terminar a missão que ficou inacabada.

Agora que você está aqui, vou levá-la à um hospital para curarem essas marcas.

Fiquei no hospital por muitos meses, até aprender como tudo seria, não vou dizer que estava conformada, não, não estava, mas Amel procurava me dizer que era normal, minha morte foi muito rápida e de repente era normal eu me sentir assim.

Meus pais melhoraram e Amel sempre me trazia noticias

Já estava lá à muito tempo, mas era para eu me conformar, não tinha ido à escola para aprender, Amel era boa e muito me ajudava, trazia noticias de André que estava tentando se relacionar com outra garota, fiquei com ciúmes e Amel ao perceber disse:

- Querida, é preciso ele continuar, sei que quase não teve tempo de dar-lhe amor, mas ele poder dar o dele para outra.

Então eu disse:

-Eu também amo.

- Eu sei meu bem, e ele também e um dia estarão juntos novamente, você não quer vê-lo feliz ?

- Sim, eu quero, querida Amel, mas quero pedir perdão por ter dado valor ao seu amor.

- Sei disso Andréia, um dia você dirá.

Por mais doces que as palavras de Amel fossem, não me faziam ter a paciência de espera-lo, mas eu tinha que ter e muita, a missão dele continuava e a minha também.

Amel, muito boa e prestativa ficava horas conversando comigo em meu quarto, o meu quarto era muito bonito e calmo, aquele lugar em que eu vivia, não era o único, existiam muitos iguais e dependendo de alguns fatores e missões cada pessoa vai para um determinado.

Talvez André quando terminasse sua missão não viesse para cá, mas para um outro lugar tão calmo e bom quanto este, com certeza ele seria feliz.

Como já disse fiquei um ano e alguns meses em minha casa, depois fiquei mais uns dois anos para me conformar, já estou aqui à alguns anos e não tenho mandado nenhuma mensagem, à papai e à mamãe ou ao André, meu eterno amor.

Depois de mais algum tempo, Amel veio conversar comigo sobre meus amigos, família e sobre André, que estava com sua nova namorada.

Já não sentia tanto ciúme, estava bem melhor, já me considerava feliz, Amel pegou a minha mão e disse as seguintes palavras, com a voz mais calma que eu já ouvira :

- Andréia tenho três coisas para lhe contar , promete que entenderá tudo.

- Prometo, Amel diga logo o que a Trouxe aqui?

Amel começou dizendo: Orlando aquele seu amigo que muito sofre com as drogas esta para desencarnar, e você irá encontra-lo, a segunda é que sua família está indo em busca de mensagens suas e você se bem conformada poderá enviar-lhes.

Meu sorriso era enorme e eu disse:

- Amel, não se preocupe, você só me trouxe boas noticias, porque achou que eu não entenderia?

Ela calmamente respondeu, resta mais uma , André irá se casar em pouco tempo com Raquel, a garota com quem noivará amanhã.

Meu rosto se modificou e pensei em gritar para não deixarem acontecer, mas antes que pudesse pensar no que fazer Amel disse:

- Assim querida só piorará as coisas para você e para ele, sei que está magoada e que gostaria de estar com ele, mas minha querida deve compreender tudo.

Eu com muita tristeza , fiz com a cabeça que sim.

Amel então disse:

- Vou deixar você vê-lo, irá lá, mas não poderá se emocionar e querer voltar, vou leva-la porque acredito que você já entendeu, promete que fará tudo certo?

- Prometo Amel, podemos ir sempre?

- Não. ... será a primeira e a última vez, poderá vê-los e ajuda-los com preces daqui, não poderá ir lá, só irá vê-lo para se despedir e sem que ele a veja, caso contrário ele ficará desesperado, não acha?

- Não o André, ele me entenderá, talvez chore, mas não irá se desesperar.

- Está bem, então vamos vê-lo e em breve voltará à terra para buscar Orlando e mandar a sua mensagem, agora querida para aparecer e vê-lo, será só desta vez.

Entendi, e junto com Amel fui à casa de André.

CAPÍTULO VI

Ele estava no quarto deitado na cama, com certeza pensando no seu noivado, estava triste e parecia não querer casar, pois pensava em nosso noivado, então resolvi ser breve para evitar maiores catástrofes, apenas di-ria para se casar se o coração quer assim e não pensar no passado, pediria para ele viver sua vida , pois eu estava feliz.

Quando entrei no quarto, André olhou para a porta, mas não me viu, apenas disse assustado e emocionado:

- É você Andréia ?

Eu então me aproximei e respondi :

- Sou eu André, vim conversar com o você e me diga se você me ver não vai ficar assustado ?

André muito feliz respondeu:

- Oh ! meu amor, serei o mais feliz dos homens , se puder vê-la mais uma vez e guardar esta última imagem, ao invés daquela que me atormenta desde seu enterro.

Eu olhei para Amel, que fez que sim, eu poderia aparecer, então eu disse :

- André, aparecerei, não tenha medo.

Uma luz começou a clarear e foi ficando cada vez mais forte. até a minha figura aparecer à frente de André, que com lágrimas a lhe correr pelas faces via-me como eu era.

- Andréia, não posso ficar noivo e esquecer a sua pessoa.

- André, quero que me responda uma pergunta, gosta dela , diga-me , se sente bem quando está com ela ?

André disse que sim.

Eu, continuei.. . meu querido, deves viver sua vida, pois estou bem, deve lutar e ser feliz, não quero que me esqueça, quero apenas que lembre com saudade de alguém que muito te ama, mas deseja vê-lo feliz com a Raquel.

André chorava muito e disse:

- Sempre te amarei, sobre todos os problemas, barreiras e distancia, vou continuar a minha vida e farei Raquel feliz..Eu te amo.

Eu sorridente olhei e disse:

- André meu querido, seja feliz, ...seja feliz.... sentia vontade de chorar e Amel rapidamente me acolheu e me levou de volta para o meu novo caminho.

Amel ficou feliz e pediu para me acalmar, iríamos buscar Orlando, que morria à cada dose da droga.

Perguntei a Amel porque André agiu tão naturalmente e porque não perguntou quem me matou.

Ela respondeu que ele já estava conformado e sabia que não devia perguntar.

Eu compreendi, ele nunca saberá, nem eu conhecia a pessoa que me levou a vida, estava interessado no meu dinheiro, mas me matou para que eu não recorresse à policia.

Fui buscar Orlando que, morreu aos gritos, mas logo que viu a minha figura se acalmou. Foi para um hospital daqui e estava bem conformado, ele não era ruim, por isso foi recebido com amor, mas necessitava de cuidados e aprendizado para não cometer os mesmos erros na próxima encarnação.

Mandei a minha mensagem à mamãe, que muito alegre chorou de emoção.

Depois de algum tempo fui conversar com Orlando, que ainda se encontrava no hospital, mas ele dormia, achei melhor ele entender tudo antes de me ver.

Ele não vagou como eu, logo que viu a luz e viu que era eu, se aproximou e partiu.

Meses se passaram e André se casou com Raquel, Amel me trouxe a noticia, fiquei feliz e ela me disse que André me amava muito, realmente amava, pois vi o meu retrato no quarto dele quando fui até lá conversar com ele, no dia do seu noivado.

Orlando estava melhor, já havia entendido e eu fui ter com ele uma longa conversa, conversei muito com Orlando e vi que realmente estava muito bem, com certeza passaria muito tempo à aprender e um dia voltaria, da mesma forma que eu também retornaria.

Amel veio conversar comigo, sempre muito atenciosa e amiga, pedi para ver minha última encarnação, mas Amel pediu que esperasse um pouco, depois de algum tempo, finalmente fui.

CAPÍTULO VII

- Eu era uma garota, muito bonita , cabelos compridos e um belo corpo, era boa, mas fiz muito mal à algumas pessoas, sempre quis que elas me obedecessem e acabei por fazer elas entrarem em uma vida a que não pertenciam, eu fazia coisas erradas e sempre colocava a culpa nas pessoas que estavam ao meu lado.

Um dia, sem intenção cometi um crime, sem intenção joguei meu irmão no rio, ele se afogou, tentei salva-lo, mas não consegui.

Fiquei com aquela culpa por muito tempo e um dia quis que a empregada assumisse a culpa, ela não quis e muito chorou, achei melhor então esquecer, até que João que me amava e era muito meu amigo, assumiu toda a culpa de todas as coisas erradas que fiz.

Mandei em alguém também de modo errado, fiz muita chantagem com ele, se chamava Manuel.

Mamãe e Papai, Cecília e Alberto sempre me ajudando e Livia minha amiga também.

Um dia resolvi contar toda a verdade sobre o acidente, admitindo minha culpa, mas não entenderam, amava muito João, não queria que ele ficasse com aquela culpa, conversei com João e como eu era muito rica e ele ao contrário muito pobre, continuou sendo acusado, mesmo com a minha palavra, então com a ajuda de Livia nós fugimos.

Morri muito jovem, João bem velho, Manuel ainda vivia triste e na miséria por causa das minhas chantagens.

Amel me explicou que tudo tinha um fundamento, João era André, e não tive tempo de dar-lhe amor, por isso voltamos à terra, Manuel era James, que me manipulou e me amou toda a vida, a situação se inverteu e eu nessa última vida fiquei nas drogas com ele.

Livia que seria Laura, papai e mamãe continuaram a ser os mesmos, mas só vieram para me ajudar a cumprir minha missão.

Manuel, ou seja James errou com sua vida, caminhando nas drogas e morrendo a cada dia, sem força para mudar, sofreu para pagar seus erros do passado.

Meu irmão não apareceu nesta vida, era um espírito evoluido e estava em missão. Entendi tudo.

No passado, eu Deise fui rica e orgulhosa, forte e poderosa, nessa vida fui fraca, me entregando as drogas e a pessoas , sofri, passei muita vergonha e discriminação, consegui mudar, pena que não tive tempo de dar amor a André, não pelos meus erros passados, mas pelo fato de alguém interromper minha vida, sem motivo.

Eu um dia voltarei e quem sabe meu amor com André poderá ser possível.

André e Raquel já estavam casados à algum tempo, ela estava grávida, o filho logo nasceria, seria muito bonito e vinha especialmente para ajudá-los a entender o significado da vida.

Depois de alguns meses Cleber nasceu e foi gratificante ver André ser feliz, Raquel ficou muito doente, pegou uma doença muito grave depois da gravidez e desencarnou depois de um tempo.

A avó de Raquel foi buscá-la e o que mais preocupava Raquel era Cleber, tão novo e tão sozinho, mas foi acalmada pela avó.

André lutava muito para educar Cleber e com certeza permaneceria só pelo resto da vida.

Laura ia se casar e estava muito feliz.

Papai e mamãe iam bem, Orlando conformado e muito feliz, não sei se um dia iria encontrar André, Amel disse que sim, que quando chegasse, o dia eu iria busca-lo e ele cairia em meus braços com alegria, ficaria ao meu lado , o nosso coração de espírito iria fazer o encanto e o momento seria o mais lindo.

Um dia ficaríamos juntos, por isso pedi a Amel que me dissesse logo o que aconteceria.

Amel disse apenas :

OS LAÇOS DA CARNE SE DESFAZEM, MAS OS LAÇOS DO AMOR SÃO ETERNOS.

Patrícia : Ponha o nome desse conto assim :

APÓS A ESCURIDÃO, ENCONTREI A LUZ.

Quero que entenda que depois de sofrer na vida e vagar na morte, encontrei Amel, minha luz e André a outra e era com essas duas luzes que ofuscam amor e paz que pretendo ser feliz.

EPÍLOGO

Nasci no dia 09 de dezembro de 1.966, desencarnei no ano de 1.989, na cidade do Rio de Janeiro, Hoje estou bem e agradeço por tudo.

Andréia Lucia

Observação:

A= Estou desencarnada à 5 anos, fiquei 1 ano em casa e mais 2 para aceitar e me conformar.

B= Os outros fatos aconteceram devido aos 2 anos que sobraram, alguns meses também fazem complemento aos anos, mas não vou dizer para não complicar as datas.

C= Faça como achar melhor, arredonde os números, mas lembre-se que desencarnei à 5 anos.

D= Não temos noção de tempo

E= Se preferir, ao invés de citar datas escreva algum tempo, alguns dias, alguns anos ou meses.

F= O importante é que compreendam a história.

 ANDREIA LUCIA AMARAL

PATRICIA CAVAZZANA DA SILVA

GIDELSON E. DA SILVA

Gil o sete e Patricia Cavazzana da Silva
Enviado por Gil o sete em 31/08/2015
Código do texto: T5365379
Classificação de conteúdo: seguro
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