ALMA, AMOR E CORPO ESPIRITUAL

Na Intimidade do Espírito

No Mundo Espiritual existe namoro, sexo, noivado casamento, união por atração e separação.

Os espíritos se relacionam sexualmente, tendo naturalmente o corpo perispiritual como instrumento de expressão no ato sexual. Portanto, o perispírito não é um corpo desprovido de genitália. Contudo, observa o Dr. Inácio Ferreira (espírito) no livro Espírito é Gente, psicografado pelo médium Carlos Baccelli: “à medida que o espírito evolui, os órgãos através dos quais ele se expressa afetivamente, vão suprimindo-se e perdendo a sua função”. E acrescenta mais adiante: “nos corpos espirituais mais aperfeiçoados, os órgãos da sexualidade se revelam quase imperceptíveis”.

Nas regiões inferiores, porque aí o espírito se mostra leviano e viciado, existem, como na crosta terrestre, zonas de promiscuidade.

Onde houver corpo, físico ou extrafísico, haverá reencarnação pela reprodução dos corpos. No entanto, nos mundos mais adiantados, o período da infância não é tão negligente quanto na Terra.

Ao contrário do que muitos pensam, o ser humano está longe de ser o padrão perfeito de amor e sexo do universo.

Eis ainda a chaga do orgulho a manifestar-se.

As Almas Gêmeas

Os espíritos reúnem-se, nos planos físicos e extrafísicos, obedecendo aos laços da empatia, afeição mútua, ou ainda, pela necessidade de reajustes no campo das lutas morais.

Dentro do círculo familiar, podem coexistir as três modalidades, e embora as características hereditárias dominem no campo biológico, a vontade do Espírito predomina sobre a matéria, imprimindo-lhe algumas vezes no quesito semelhança física, caráter algo adverso ao dos pais.

A atração (por inclinação moral) que certos Espíritos exercem uns sobre os outros, leva-os a buscarem-se através das reencarnações sucessivas, conforme a lei de afinidades, que promove o encontro das chamadas “almas gêmeas” ou irmãs. Assim, quando essas almas afins se reencontram, isso lhes é motivo de grande júbilo espiritual.

A união dos sexos opostos, quando comandada pela legítima afeição e o desejo recíproco de crescimento espiritual, é um dos mecanismos de evolução mais eficazes utilizados pela Providência Divina, porque ninguém evolui sozinho. Desse modo, a reunião dos sexos vem complementar o entrelaçamento das almas, gerando o equilíbrio que propicia o auxílio mútuo no ambiente da esfera terrestre, como também em outros mundos, guardando certas diferenças. .

O casamento deve constituir a sagrada comunhão das relações afetivas.

Mas, porque o amor verdadeiro não se restringe às uniões conjugais, e as posições se alternam para nos oferecer maiores possibilidades de aprimoramento, as almas gêmeas não reencarnam apenas predestinadas a serem cônjuges. Podem reencontrar-se pelos laços da consanguinidade fraterna, como mãe e filho, amigos queridos etc.

Mesmo entre os Espíritos afins, existem as separações momentâneas, em favor de outros irmãos que tenham permanecido na retaguarda, pois frequentemente, pelo ato nobre da renúncia temporária da própria felicidade, os Espíritos moralmente mais elevados, auxiliam no progresso dos retardatários. Contudo, felizes após cumprirem a missão _ que o seu coração amoroso ordenara _ essas criaturas benevolentes reúnem-se novamente àqueles que sempre estiveram ligadas pelos laços indesatáveis do amor.

O egoísta jamais cogitará de uma separação; vê o ser amado como sendo de sua exclusiva propriedade. Para este, o sacrifício provisório do seu bem-estar afetivo é algo inconcebível. Deixemo-lo em seu atual estágio evolutivo, sem mais críticas, considerando que o burilamento da alma exige tempo e dedicação.

O amor correspondido é sentimento promissor, no que tange às edificações no bem.

Amar significa doar-se incondicionalmente (o ideal). É esse, o sentimento que nos proporciona a real felicidade. Portanto, AMEMO-NOS UNS AOS OUTROS, como o Cristo nos exortou.

“O amor é a celeste atração das almas e dos mundos, a potência divina que liga os Universos, os governa e fecunda; o amor é o olhar de Deus! Não se designe com tal nome a ardente paixão que atiça os desejos carnais. Esta não passa de uma imagem. de um grosseiro simulacro do amor. O amor é o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração; é o coroamento das virtudes humanas, da doçura, da caridade, da bondade; é a manifestação na alma de uma força que nos eleva acima da matéria, até alturas divinas, unindo todos os seres e despertando em nós felicidades íntimas que se afastam extraordinariamente de todas as volúpias terrestres.”

Léon Denis

5) A expressão “almas gêmeas”, empregada no texto, não guarda nenhuma relação com a teoria das Metades Eternas. Servimo-nos dela como uma figura, apenas para designar os espíritos que possuem as mesmas inclinações e igualdade de graus de elevação. Ver questões 298, 299, 300, 301 e 302 de O Livro dos Espíritos de Allan Kardec.