Capítulo 01 - Traídos pela própria fé [Diga aos Mórmons que EU os amo]

Dedicatória

Dedico este livro ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

Agradecimentos

Um simples e poderoso gesto: Ela caminhava pela rua naquela tarde, uma tarde agradável e fresca, até que foi abordada por dois jovens... Missionários de “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, e foi uma atitude tomada por ela, um gesto, de ter aceitado o folheto que eles entregaram... Foi esse gesto que mudou a minha vida, e certamente mudará a vida de muitas pessoas.

Dedico esse livro à minha mãe, Maria de Lourdes Lachowski.

Mãe, eu te amo!

Os presentes perfeitos de Deus

Deus deu a nós, seres humanos presentes de valor incalculável. Presentes que poderíamos receber apenas Dele: O primeiro presente perfeito: Jesus Cristo.

Por que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3: 16)

O maior de todos os presentes, o Filho Unigênito de Deus... Santo, Amoroso, Benigno, enfim o Amor em pessoa é o Senhor Jesus Cristo, o bem mais valioso do Pai foi dado a nós humanos. Você não pode roubar Jesus de mim, e eu não posso roubar Jesus de você, Jesus é só meu, e é só seu. É um presente que Deus nos deu sem que pedíssemos, afinal, jamais poderíamos imaginar que Deus nos amasse tanto, que, sendo nós ainda pecadores, Ele já nos tinha amado, e nos dado seu único Filho.

Estamos tão inchados de soberba, que esquecemos o quanto o próprio Senhor Jesus é humilde. Queremos que citem nossos cargos e posições, e nos irritamos quando as pessoas não se curvam aos nossos títulos, esquecendo-nos de que o Senhor Jesus, o Rei da Glória, sentou-se num jumentinho... Filho de uma jumenta.

Quantos de nós hoje faríamos isso?

(...) trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. (Mateus 21:7)

O segundo presente perfeito: A salvação

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; (Efésios 2:8)

Facilidade. É uma das palavras mais cobiçadas hoje em dia, é como um imã ao ego humano. Em busca de facilidades, nós cedemos aos atrativos mais variados para nos sentirmos “privilegiados”. Somos mimados pela tecnologia, e hoje em dia se estamos em uma fila, seja ela qual for, podemos analisar no semblante das pessoas a impaciência. Todos querem poupar tempo, então lá está nosso “amigo”, o caixa eletrônico, ou nosso “colega”, o débito automático, ou o check in fácil. O muito bem vindo “atendimento VIP”, e então somos clientes “especiais” do banco, entramos em uma fila “seleta”, de clientes “top”. Temos os bancos personalizados, cartões prateados, dourados, só faltam enviar agora às pessoas cartões de “ouro”, para dar uma falsa sensação de importância. E ah... Como queremos ser notados. Atenção é o que queremos e muita atenção, então, lá está ela, nossa sala V.I.P. nos aeroportos, com ar condicionado, e acesso à internet banda larga (sem dúvidas), que nos separa da existência dos simples “mortais”, ou nossa primeira classe, e até mesmo nossa “classe executiva”. A suíte luxo, enfim, em tudo o que o ser humano pode fazer para estar à frente dos demais, e sentir-se especial, ou poupar tempo diante dos ponteiros do relógio, é aproveitado. Ah, o tempo...

Mas desapontaremos a muitos agora, dizendo que Deus não tem uma fila de clientes VIP; Deus não faz atendimentos prioritários. Deus não aceita subornos. Deus não envia cartões de crédito especiais para nossa casa, e não tem um plano de clientes “fidelidade”. Deus não oferece “primeiras classes”, ou “classes executivas”.

Deus não deixou opções. Deus nos deu Jesus. Exato! Não há opções, negociações, não há cardápio, ou como queriam chamar a alguma religião por aí, que se propague “um dos” caminhos que levam a Deus. Não, com Deus isso não existe. Através de Jesus Cristo, (e apenas Dele) Deus nos deu o segundo presente perfeito: a Salvação de nossas almas para toda a eternidade. Esse presente é exclusivo, não existe um “genérico”, não existe um “plano B”, um atalho.

Não há como fugir de Jesus, ou entrar em alguma fila de “clientes especiais”, fila de “atendimento prioritário”, não há como pular a “etapa Jesus” ou entrarmos em alguma “sala VIP” espiritual pensando que poderemos inventar nossos próprios caminhos e no final encontrarmos a salvação... Negativo.

O Caminho é Jesus e “ponto final”. Não há outra escolha, outra opção, não há nenhuma forma de “agilizar”, não há pagamentos com cartão de crédito, também não há “cartões de fidelidade” nem o tal “pagamento mínimo”, enfim nem sinal da palavrinha “facilidade”! Não há alternativa para a salvação ela passa obrigatoriamente por Jesus. E usei abundantemente a expressão “NÃO HÁ” para que isso fique muito bem gravado em nossos corações. Quando o assunto é a salvação de nossas almas, Jesus é inevitável. Toda a humanidade terá de encará-Lo um dia... Ou para o bem eterno ou para o tormento eterno.

(...) como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?(Hebreus 2:3)

O terceiro presente perfeito: O livre arbítrio Temos interpretado erroneamente o livre arbítrio, muitos de nós, costumamos dizer: ”Deus não me deu o livre arbítrio? Pois então, faço o que quero de minha vida, e ninguém tem nada a ver com isso”. Mas aqueles que dizem isso não gostam de ouvir que suas atitudes os levarão para um estado de perdição e tormento eterno, chamado Lago de Fogo, e são rápidos em apelar para o “amor de Deus”, com um argumento já conhecido: “Se Deus é amor por que criaria um lugar de tormento eterno?”

Ora, por favor, vamos encará-lo! Ele existe, é real. O Lago de Fogo é um assunto muito desagradável, mas da mais extrema importância! Oh sim, fazemos “o que queremos” de nossa vida, mas no final dela daremos um “relatório” a Deus. E o resultado desse relatório determinará nosso destino eterno. E sim, Deus é soberano sobre esse assunto também, não há algo ou alguém para que possamos “recorrer” a fim de “fugir” disso. Gosto de lembrar uma citação que ouvi um dia em uma rádio que dizia:

“Nossa vida na Terra é como uma gestação, mas uma gestação diferente, pois temos direito de escolher o lugar eterno onde ‘nasceremos’”.

Podemos escolher o Paraíso eternamente ou o Lago de Fogo, eternamente. Um é tão eterno quanto o outro. Mas nós, na ânsia de criar nossos próprios meios para chegar até Deus (desviando da santidade exigida por Ele), acabamos construindo pontes que levam a qualquer lugar, menos a Ele. Nosso velho orgulho não nos deixa ver que fora de Jesus não há salvação. Declaramos “independência” de Jesus, e acabamos complicando algo que Deus fez tão simples.

Encaremos os fatos, se não temos Jesus, não temos salvação, e não estamos falando de “religião”. Não adianta argumentar “Eu tenho minha religião”... Jesus não é religião. Agir assim é como “tapar o Sol com uma peneira”, ou dar “murros em ponta de faca”. Ele é o único caminho, então o resto é o quê? Perdição, não leva a Deus. O objetivo de Deus jamais foi maquiar as coisas, Jesus pagou preço de sangue pela nossa vida, e isso é sério demais para tentarmos manipular a situação privatizando a salvação, e inventando nossos “atalhos particulares” até nosso céu (também particular).

E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. (Atos 4: 12)

As facilidades de Joseph Smith

Já Joseph Smith Jr., o fundador do Mormonismo dá aos que desejarem a doutrina SUD* em suas vidas, as seguintes facilidades: A Exaltação: Todos que forem bons SUD e se casarem com cônjuges SUD, terão a “Exaltação” (serão deuses). Criarão mundos e dominarão as “criaturas” desses mundos. E quanto à salvação? Os SUD não falam em salvação, já que para eles o Lago de Fogo é apenas uma “forma de expressão”, e é apenas momentâneo.

Portanto, não precisam ser salvos desse tormento. Assim, fica completamente sem sentido a morte de Jesus na cruz, já que Ele morreu para nos salvar do Lago de Fogo.

[Jesus] tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. (Colossenses 2:14,15)

Os Graus de Glória: Para os SUD existem classificações, são como “salas VIP” espirituais. Existem três tipos de “céu”. O Reino Celeste, o Terrestre, e o Teleste. O nível de fidelidade do SUD para com as normas do Pai Celestial determinará para qual dos reinos eles irão por toda a eternidade.

Ausência de tormento eterno: Para os SUD não existirá o tormento eterno. Os humanos que foram mais maquiavélicos, assassinos, etc., ficarão “um pouco” em tormentos (tormento esse que é apenas psicológico) em uma espécie de prisão espiritual, e depois irão para o Reino Teleste. Convenientemente, o tormento “realmente eterno”, existe apenas para os membros que deixarem a igreja SUD.

(*) SUD é uma abreviação que será usada ao longo deste livro para denominar os Mórmons. A igreja dos Mórmons é chamada de “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, daí vem o termo “SUD”, que significa “Santos dos Últimos Dias”.

Nossa Escolha no Jogo Mortal.

Os presentes foram expostos. Cada um de nós terá que fazer uma escolha, que terá conseqüências eternas. Se Joseph Smith Jr. estivesse certo, e existissem três “graus de glória”, não perderíamos “nada”, iríamos de qualquer forma para um dos graus.

Agora, se a Bíblia estiver certa (e está), não há nenhuma boa expectativa para os que rejeitam as Palavras de Jesus Cristo expostas unicamente na Bíblia Sagrada, e em nenhum livro mais. Cada ser humano que ainda não se decidiu por Jesus Cristo (e não por uma religião), joga uma espécie de “jogo mortal”. Se no final desse jogo, a pior recompensa fosse apenas o grau de glória “inferior”, nada teria demais. Mas a pior “recompensa” para quem não for salvo em Jesus será o tormento eterno:

E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo. (Apocalipse 20: 15)

A segunda morte citada aqui, não é “morrer” no sentido de “deixar de existir”. É morrer no sentido de estarmos afastados para sempre da Vida em pessoa, que é o próprio Senhor Jesus. A escolha é individual. Os presentes estão na mesa. Os ponteiros do relógio não param você não sabe se o amanhã chegará para você.

(...) como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? (Hebreus 2:3)

Interpretando Joseph Smith Jr.

Ele disse que o Livro de Mórmon era o Livro mais correto do Planeta, e o livro já sofreu mais de 3.193 alterações. Afirmou também que tinha sido proibido por “Deus” de se unir a qualquer seita, e ingressou na Maçonaria. Disse que o povo que cresse em suas palavras seria reconhecido como “Santos dos Últimos Dias”, mas na Maçonaria ele teve uma vida contraditória, convivendo com satanistas, cabalistas, bruxos, espíritas e médiuns. Declarou inúmeras profecias que nunca se cumpriram, mas até hoje, é tido como profeta de Deus, honrado e quase adorado por milhões de pessoas ao redor do mundo. Estamos falando de Joseph Smith Jr, o fundador do Mormonismo, religião fundada nos Estados Unidos em 1830. Interpretaremos Joseph Smith Jr. através das páginas deste livro, e entenderemos os motivos que o

levaram a se tornar uma das figuras mais contraditórias que passou por este mundo.

Capítulo 1 – Traídos pela própria fé

Jesus disse: Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. (Mateus 11:12)

Parte 1 - Traídos pela própria fé…

Que sensação desagradável e humilhante é, para qualquer um de nós, quando descobrimos que fomos traídos. Seja por qual tenha sido o motivo. Você pode ter sido traído por sua operadora de telefone, que lhe prometeu minutos adicionais ou créditos promocionais e eles não existem. Ou a traição pode ter partido daquele que você pensava ser o “seu melhor amigo”, ou seu cônjuge. Mas também, existe uma traição diferente e muito dolorosa que é ser traído pela própria fé.

Cada pessoa que é traída reage de uma forma diferente, ninguém tem reações iguais, pois a reação é diretamente proporcional a quanto perdemos com a tal traição. Um dos fatores determinantes em nossa reação é também a maneira como levamos a vida até aquele momento, ou seja, a maneira como fomos criados e como vemos o mundo.

Se a traição foi de um amigo a quem contamos segredos, do cônjuge a quem entregamos a vida para ser compartilhada, ou da companhia aérea que nos “separou para sempre” dos nossos amados por duas horas de voo, trocando o número das poltronas, isso não importa. A sensação é muito desagradável.

Reagindo às traições, existem pessoas que se atiram em relacionamentos sem futuro, outras entram em depressão, mergulham de cabeça no trabalho, e há até aquelas que cometem suicídio. A pergunta é: “Quanto de você, você mesmo depositou nas mãos de alguém?” É isso que machuca as pessoas que são traídas... É isso que traz aquele sentimento de perda de si mesmo, de ter tido o seu “eu” roubado. O que machuca as pessoas que são traídas é o fato de terem acreditado que as coisas seriam de um jeito e foram de outro.

Quem entrega a vida em matrimônio com amor, para ser compartilhada com alguém, se imagina envelhecendo ao lado da pessoa, e vendo até o crescimento dos netos. Ninguém pensa em ficar viúvo (a) depois de um ano, ou ser traído alguns meses depois. Quando alguém compra um pacote de canais de TV a cabo, não espera que durante horas e horas de vários dias, a TV simplesmente ficará “sem sinal”, ou que o provedor de Internet fornecerá uma velocidade muito inferior à que está sendo paga.

Mas quando somos traídos pela nossa própria fé, é algo estranho de se medir, pois a fé não é uma pessoa a quem temos que perdoar por ter-nos traído, a fé não é uma companhia aérea a quem podemos reclamar nossos assentos que “deveriam ser” lado a lado, a fé não é uma operadora de telefone, onde podemos ligar e reclamar.

A dor causada por uma traição da fé é quase insuportável. Porque não é de dinheiro que estamos falando... É de vida, é de crença. Você não paga por um ano de fé, não assina um contrato... Você investe seu DESTINO ETERNO na sua fé. Quando você crê em algo, você vive em função daquilo. Não podemos “processar” a fé por danos morais, nem “ficar de mal” com a fé. A fé é algo abstrato, mas que pode acabar com a vida espiritual de muitas pessoas.

O maior alvo deste livro são os Mórmons, que, como expliquei a pouco, chamaremos aqui de SUD (Santos dos Últimos Dias). Os SUD vêem o mundo de uma forma totalmente diferente da maioria dos cristãos. Eles crêem que a sua Igreja é a única Igreja verdadeira de todo o Planeta Terra, o que lhes causa certo orgulho, e alegria. Crêem que serão deuses algum dia, o que lhes causa muita expectativa e uma enorme ansiedade. Mas temos que informar aos SUD, que foram traídos pela própria fé. A vida de seu profeta, Joseph Smith Jr. na Maçonaria, será a base principal de nosso enfoque. Afinal, Smith jamais deveria ter entrado para a Maçonaria. Após a descoberta da traição pela fé, a recuperação vai depender de cada um e do modo como foi criado. Se entrou para o Mormonismo recentemente, já adulto, será um trabalho árduo. Mas se o SUD em questão tem heranças familiares de gerações e gerações de sua família terem pertencido ao Mormonismo, se ele serviu como missionário (a) por dois anos inteiros, a recuperação será um pouco mais dolorosa, mas acontecerá. Nenhuma ferida fica aberta para sempre.

Aliás, existem feridas causadas pelo próprio Deus, que Ele mesmo sara:

Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará. (Oséias 6:1)

Querido (a) SUD, Deus, através deste livro, causará uma ferida em você, pois sei que irá doer muitas coisas que você verá, mas não se preocupe, pois Ele mesmo sarará a ferida, e quando você notar a marca dela, não sentirá mais dor, pois ali haverá apenas a cicatriz. Você terá uma grande história para contar. Aceite a declaração de amor de Deus por você, porque um dia, Deus me disse: “Diga aos Mórmons que Eu os amo...”

Aceite esse amor que Deus tem para lhe dar. Descubra sobre a humildade de Jesus, conheça o caráter do Deus que jamais foi criado. Conheça o Deus que te ama!

Parte 2 - Os Dois jovens

Era setembro de 2001, e eu estava em casa fazendo o almoço, quando ouvi alguém batendo palmas. Ao atender, vi que eram dois rapazes, que a meu ver pareciam uniformizados. Usavam uma camisa social branca, calça social de cor escura, e ambos estavam com mochilas nas costas. Imediatamente pensei que fosse engano, até que um deles falou num Português com sotaque americano, que procuravam por uma moça, e citaram meu nome. Percebi uma plaquinha preta com inscrições em cor branca que eles tinham presa na camisa, no peito, na altura do coração, pude ler: “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”.

Logo me lembrei que no mês anterior minha mãe havia encontrado dois jovens rapazes no trânsito, entregando folhetos aos motoristas que paravam ali, e entregaram um à minha mãe, que prontamente concordou em agendar uma visita para que eles “conversassem sobre Jesus” comigo. Naquela época fazia apenas poucos meses que eu tinha começado meu relacionamento com o Senhor Jesus e estava conhecendo a Bíblia. Sempre gostei muito de leitura e de conhecer novos pontos de vista, foi pensando nisso que ela concordou em agendar a visita com os jovens. Quando ela chegou em casa, me entregou o folheto dizendo que “tinha recebido no trânsito”. Achei muito estranho que estivessem entregando um folheto daqueles num farol de trânsito. O folheto tinha cor creme, com alguns detalhes dourados nas bordas, era muito suave ao toque e de um papel muito resistente, parecia mais um “convite de casamento” do que um folheto para distribuição em faróis, eu abri o folheto e li. O título dizia: ”A Família-Proclamação ao Mundo”.

E esse foi o primeiro “material” SUD com que tive contato. Voltei imediatamente à realidade, frente a frente com os dois jovens ao portão de minha casa. Disse-lhes, que eu era quem eles procuravam. Então, por entre as grades do portão os dois, sempre sorridentes, ofereceram suas mãos para cumprimentá-los. Fui buscar as chaves, imaginando o que conversaríamos, já que eu não conhecia absolutamente nada sobre o Mormonismo. Eu havia tido uma breve amizade com uma “mórmon”, quando tinha 10 anos, e nunca havia conversado com ela sobre crenças, éramos crianças, apenas brincávamos. Por isso eu nem imaginava em que os SUD acreditavam, tinha apenas ouvido vagamente, algo sobre “poligamia”, mas os jovens pareciam tão cultos, não aparentavam crer em algo assim…

Ao sentarmos, me apresentei formalmente e quando li as plaquinhas com os nomes dos dois, achei que tivessem o mesmo nome, pois ambos começavam com a expressão “Elder”, ao que perguntei: “Vocês têm o mesmo nome?” Eles explicaram-me então que “Elder” é um termo em Inglês que significa “Ancião”, que é um cargo na Igreja SUD, mas as plaquinhas aqui no Brasil continuam usando o termo “Elder” para que a expressão não seja mal interpretada, já que de anciãos, os jovens não têm nada.

Eles disseram que as palestras seriam divididas em tópicos, então tiraram um livreto cheio de gravuras, dizendo que abordariam temas específicos, e que eu poderia fazer perguntas à medida que eles fossem explicando o conteúdo das doutrinas SUD. As gravuras eram de uma riqueza impressionante. Depois eu aprenderia que os SUD procuram persuadir as pessoas usando gravuras impactantes.

Perguntaram-me como minha mãe soube da Igreja SUD, e expliquei a eles que tinha sido “por acaso”, em um semáforo. Eles então perguntaram o que eu conhecia sobre a igreja deles, respondi que só conhecia sobre poligamia, mas naquele momento nem me lembrava se era uma doutrina da igreja deles ou de outra.

Mencionei o folheto que minha mãe havia recebido e tinha uma pergunta sobre ele. Imediatamente eles se prontificaram a responder, mas não esperavam que fosse de um assunto tão profundo. Nem eu imaginava que eles acreditavam naquilo, apenas pensei que eu havia interpretado errado o folheto.

A frase no folheto dizia: Na esfera pré-mortal, os filhos e filhas que foram gerados em espírito conheciam e adoravam a Deus como seu Pai Eterno (…) (A Família-Proclamação ao mundo; Pode ser visualizado através do site da igreja SUD) – Grifo meu.

Então perguntei: “Vocês acreditam que Deus é casado? Acreditam que Ele e alguma suposta esposa nos geraram lá no céu em espírito?” Os jovens se entreolharam, e um deles, Elder Ethan, me disse: “Você acabou de entrar em uma das doutrinas mais profundas da Igreja”. Fiquei muda, não podia acreditar que criam realmente naquilo. Eles então tiraram um livro de capa azul, volumoso, e me deram dizendo ser um “presente”. Na capa pude ler o seguinte: “O Livro de Mórmon- Outro Testamento de Jesus Cristo”. Pediram que eu lesse, e nas próximas palestras esclareceriam todas as dúvidas que surgissem. Somente muito tempo depois conversaríamos sobre a suposta “esposa de Deus”. Fiquei feliz com o presente.

Assim que foram embora me apliquei na leitura. Na semana seguinte, na segunda palestra vieram não dois, mas quatro Elders até minha casa. Cada dupla de missionários é responsável por uma área toda, que engloba vários bairros, e a minha casa, era exatamente na divisa de área, sendo assim, poderiam vir ambas as duplas, ou seja, quatro Elders, ou poderiam variar as duplas. Os Elders eram Ethan e Petter (que já tinham vindo na primeira vez) e os novos eram Kevin, e Phill.

Todos eles eram membros da Igreja SUD desde o nascimento, mas Kevin teve toda a geração de sua família no Mormonismo, desde a fundação. Aquilo me impressionou muito. Perguntei a eles quem ali já tinha lido a Bíblia inteira alguma vez. Apenas Kevin se manifestou. E quando a pergunta foi sobre o Livro de Mórmon, todos já tinham lido menos Petter, que disse que não tinha lido ainda, mas “sabia que era verdadeiro”. Eu falei: “Mas você é da Igreja desde criança e nunca leu?” Ele respondeu: “Não”. Phill, disse que todos são incentivados a ler o Livro de Mórmon antes de saírem para a missão, para que obtenham um “testemunho pessoal” de que o livro “é verdadeiro”, mas não precisam necessariamente ler, porque “sabem” que ele é verdadeiro. Com relação à Bíblia, não existe o mesmo incentivo à leitura.

Aquela fé cega me preocupou, porque nunca tinha conhecido pessoas que criam em algo que não conheciam. Eles perguntaram o que eu tinha lido do Livro de Mórmon, expliquei a eles, que ficaram muito satisfeitos. Naquela época eu estava desempregada, e poderia usar a maior parte do meu tempo para ler, e conseqüentemente, meu tempo todo foi preenchido pelas visitas deles, que ao invés de irem à minha casa uma vez por semana, passaram a ir todos os dias, menos na quarta feira, que era o dia de folga deles. Em uma semana eu já tinha lido metade do livro! Ao todo, minha experiência com os Mórmons durou de dois a três anos de intensa pesquisa. Ganhei muitos livros doutrinários e outros eu mesma comprei. O que está relatado neste livro é fruto de pesquisas e vivências pessoais.

Também quero deixar claro aqui para os SUD, que nada do que escrevo, li em algum livro “anti-mórmon”, como eles costumam afirmar. São argumentos bíblicos. O Livro de Mórmon é parecido com a Bíblia na disposição de “livros, capítulos e versículos”, também vários personagens do Livro de Mórmon têm os mesmos nomes de personagens bíblicos. Muitas citações do Livro de Mórmon são plágios, de passagens do livro bíblico de Isaías e de outros livros da Bíblia Sagrada.

Parte 3 - Batismo? Não! É apenas água.

A terceira visita que recebi dos missionários foi palco de uma conversa inusitada. Naquele dia vieram apenas Kevin e Phill, e durante a conversa eles perguntaram:

“Você aceita ser batizada na Igreja de Jesus Cristo?”

Eu respondi: “Mas eu já fui batizada há três meses, e…” Phill interrompeu minha argumentação e disse: “Sim, mas não foi na única Igreja ‘verdadeira’, e não foi com uma pessoa que tinha autoridade, portanto seu batismo não foi válido”.

Eu falei: ”Tenho certeza que foi com alguém que tinha autoridade sim!” Ele argumentou (sempre sorrindo muito): “Oh não, a autoridade estava perdida da terra, foi restaurada por Joseph Smith, e só são válidos os batismos feitos na Igreja de Jesus Cristo (SUD)”

Eu ainda estava aprendendo que para os SUD, não é necessária uma verdadeira conversão com arrependimento. Afinal, estávamos apenas na terceira palestra, eles não tinham me explicado praticamente nada, e queriam agendar um batismo como se fosse algo sem muita importância. Os números são mais importantes para eles, e como a conversa não progrediu além daquilo, eu disse: “Como vocês podem convidar uma pessoa para que se batize logo na segunda ou terceira visita? Vocês não sabem se a pessoa está arrependida ou não? A pessoa nem teve tempo de ler o Livro de Mórmon ou aprender sobre as doutrinas!” Fiquei surpresa, com aquela pressa para que eu me batizasse! Eles sequer tinham mencionado Jesus Cristo, e seu sacrifício no Calvário, como falar em batismo sem falar em Jesus?

Quando eu disse a eles que não tinha tido “testemunho” de que o Livro de Mórmon era verdadeiro, eles responderam: ”Você JÁ TEVE testemunho de que o livro é verdadeiro!” Essa afirmação me chocou ainda mais. Eles são extremamente manipuladores e falam sorrindo, como quem diz: ”Sua tolinha, você já sabe que o Livro de Mórmon é verdadeiro, porque não admite?”.

Ao mesmo tempo em que fiquei chocada, fiquei irritada, e respondi: “Eu NÃO TIVE testemunho de que esse livro é verdadeiro! Eu já sou batizada, e eu amo Jesus! Ele mudou a minha vida e não pretendo batizar-me novamente”. Eles, ignorando o que eu havia dito, continuaram o discurso: “Você sente aí, agora, seu coração queimando, e isso é um sinal de que o Livro de Mórmon é verdadeiro! Admita para você mesma”.

Eu respondi: ”Meu coração não está queimando, eu li várias contradições neste livro! Como um livro verdadeiro pode ter essas contradições?” (Naquele momento meu coração estava queimando de indignação pela manipulação deles!).

A conversa ficou mais séria e pude expor a eles algumas das contradições que havia encontrado. Eles são muito evasivos, e cada vez que eu lia passagens Bíblicas que confrontavam o ensino que o Livro de Mórmon estava propondo, eles diziam que “não entendiam direito”, pois a passagem estava em Português. Eu tentava explicar em Inglês, e eles diziam que preferiam ler diretamente na Bíblia. Decidi então comprar uma Bíblia em Inglês, a King James Version, e pensei que aquele problema estaria solucionado... Estava enganada. A próxima desculpa que me dariam seria que aquela versão estava “traduzida incorretamente”. Então me informaram que Joseph Smith havia “traduzido corretamente” a Bíblia, e que era somente essa versão que era aceita por eles como “verdadeira”. Aliás, não era uma “versão” propriamente dita, já que Joseph Smith não conseguiu terminar tal obra.

Com o passar dos meses os Elders me presentearam com um livro que os membros chamam de “Tríplice”. É um conjunto de três Livros principais em apenas um: O Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios, A Pérola de Grande Valor, e contém um Guia de Estudos, bem como algumas fotos de locais históricos, tanto Bíblicos como do Mormonismo. À medida que eu ia lendo, muitas dúvidas foram surgindo a respeito de inúmeras contradições nos livros. Eu expressava aos Elders todas as contradições, mas para meu desapontamento, eles não tinham respostas, e para minha surpresa, tinham em seu coração as mesmas perguntas que eu lhes apresentava! Eles levavam minhas perguntas até os líderes, que respondiam:

“Ainda é muito cedo para ela pensar nisso, ela precisa primeiro ter o testemunho de que o Livro de Mórmon “é verdadeiro”, então saberá que todas as outras coisas também são “verdadeiras”. Mas ela precisa primeiro ser batizada.”

Aquela argumentação deles me deixava frustrada, e eu pensava ”Como eu posso ter testemunho de que um livro cheio de contradições é verdadeiro?” É o equivalente a comprar uma roupa sem provar. Na verdade, eu entendi que eles estavam apenas esperando que eu dissesse que o Livro era ‘verdadeiro’ por que estava ouvindo ininterruptamente eles falarem isso como uma “gravação” nos meus ouvidos.

O clima estava mais ou menos para um jogo de cabo de guerra. Eles puxavam de um lado repetindo vez após vez que “sabiam que o Livro de Mórmon era verdadeiro, e que Joseph Smith foi um profeta de Deus”, e eu puxava do outro lado, apontando as intermináveis contradições. Eles estavam esperando para me “vencer pelo cansaço”. Mas eu estava firmada na experiência que tinha tido com Deus, e jamais diria que o livro era verdadeiro somente por que os ouvia dizendo isso!

Os Elders, na ânsia de me tornarem “membro” da igreja chegaram até a marcar um batismo sem o meu consentimento. Isso aconteceu em dezembro de 2001, fazia três meses que estava tendo contato com as doutrinas, mas já tinha acumulado muitas perguntas sem respostas… Jesus não nos confunde, e eu estava vendo somente confusões no Livro de Mórmon. Jesus é simples, eu estava acostumada com a simplicidade da Bíblia. E a cada página dos livros que eu lia me sentia numa escuridão ainda maior. Uma nuvem de dúvidas não esclarecidas pairava em minha mente. E com Jesus eu não tinha dúvidas, na Bíblia eu não via contradições. Então, certo dia os Elders chegaram até mim e com a seguinte “notificação”:

-“Agendamos seu batismo para o dia ‘X’”. Disse Elder Phill, com um largo sorriso, ele era ruivo, cheio de sardas e com cabelo cor laranja dourado, e por qualquer motivo, ficava muito vermelho. Quando me falou isso e sorriu, ficou imediatamente vermelho, e imaginei que estava feliz em me dar tal notícia. Mas a indignação que tomou conta de meus pensamentos pela ousadia deles foi grande, e tive que me conter:

-“Mas vocês não me ensinaram que as pessoas só se batizam depois de terem o testemunho de que o “livro de Mórmon é verdadeiro”? – Questionei. Ao que Phill respondeu:

-“Sim, mas nós ‘achamos’ que você já teve o testemunho e ‘não percebeu’”- replicou ele sorridente.

-“Bem- ponderei- Eu saberia se tivesse tido, isso não é algo que passaria despercebido por mim de forma alguma, e eu não vou me batizar, já sou batizada.

Entreguei minha vida a Jesus, e já fui batizada nas águas”.

(Mas preciso deixar claro aqui, que foi muito difícil dizer isso a eles. Já tínhamos certa amizade, e não era fácil acabar com o sorriso do meu amigo). Ele, porém, não perdeu o ritmo e continuou:

-“Sim, mas DEPOIS que você for batizada na nossa Igreja, terá seu testemunho. Isso acontece com muitas pessoas, elas se batizam sem saber se o Livro de Mórmon é verdadeiro, e DEPOIS obtém o testemunho!”

Achei absurdo o modo como eles “fazem acontecer”, de maneira totalmente mecânica! Fiquei em silêncio por um instante e falei:

-“Cancelem esse batismo. Eu não vou me batizar novamente, não vou fingir que tive um ‘testemunho e não me dei conta’ apenas para agradar a vocês. Desculpem-me eu gosto muito de vocês, mas esse assunto é sério demais para ser ignorado. Eu tenho muitas perguntas sem respostas, e sempre que pergunto algo sério, vocês dizem que levarão minhas questões aos líderes, mas nunca voltam com respostas.

Sei que o líder de vocês deve estar cobrando o meu batismo, pois vocês têm vindo aqui há algum tempo, mas se não puderem mais vir, tudo bem.”

O silêncio foi sepulcral, e parece ter durado uma eternidade. Eles alegremente continuaram outro assunto, como se nada tivesse acontecido, e aquilo foi esquecido. Não mencionaram o batismo novamente comigo, eu perceberia muitas outras vezes a mesma atitude deles: cada vez que eram confrontados por alguma argumentação Bíblica, eles mudavam prontamente de assunto, eram muito hábeis nisso, agiam como se “nada tivesse acontecido”. Logo eu pediria para que não fossem mais até minha casa. Mas no ano seguinte ainda conheceria outros Elders. E muitos outros SUD ao longo dos anos. Depois percebi que eles procuram intimidar as pessoas com essa imposição de um batismo forçado. Se a pessoa não tiver firmeza, acaba aceitando o batismo apenas para que o clima não fique chato para com os missionários. “Batismo? Não! É apenas água...” Doce ilusão.

Notei também, que a maioria dos membros guarda dúvidas por anos, que são sufocadas em nome da amizade, ou em função de um cargo. A pessoa está sendo corroída pelo câncer da dúvida e da incerteza, mas não se atreve a perguntar, por que ouvirá de seus líderes SUD que ainda “não está em condições” de aprender tal “verdade tão profunda”, então o SUD vai escondendo em uma gaveta dentro de seu ser as dúvidas, essa gaveta fica fechada por anos. As dúvidas estão todas lá, mas não é “conveniente” mexer com elas, podem causar conflitos dos mais diversos, e por anos e anos os SUD vivem uma vida de aparências. Duvidar do profeta Joseph Smith? Jamais! Impensável! E assim os SUD vivem, ano após ano, com uma ameaça interna e oculta. As perguntas que pairam na mente do SUD são das mais diversas, eles pensam: -“Devo estar acreditando em algo verdadeiro, senão”:

-Por que Joseph mentiria sobre algo tão sério?

-Por que Joseph gastaria sua vida com uma mentira?

-Por que os homens que estavam com ele venderiam suas propriedades em prol desta causa tão “nobre” se isso fosse uma mentira?

-Como um homem comum conseguiria escrever uma história com tanto volume, e “tanto sentido” como a que lemos no Livro de Mórmon?

E essas perguntas “consolam” o SUD, que no seu íntimo responde para si mesmo, que o Livro “é verdadeiro” tão somente por que “ninguém brincaria com um assunto desses”. Mas será mesmo que não?Então o Espiritismo é verdadeiro somente por Allan Kardec ter devotado sua vida a ele? Ou a causa dos terroristas do dia 11 de Setembro de 2001 era verdadeira somente por que eles atiraram o avião contra as Torres Gêmeas matando milhões? Afinal - pensaríamos nós - eles não matariam tanta gente se a causa fosse uma “furada”, eles acreditavam estar fazendo o “certo”, acreditavam com todo seu ser que estariam no céu com 70 virgens... Isso é real? Não, não é. Mas assim eles criam, e acabaram com milhões de vidas por que tinham “fé” nisso.

O que faz então a causa de Smith ser verdadeira simplesmente pelo fato de ele ter usado sua vida em função do Mormonismo? O que faz o Livro de Mórmon ser “verdadeiro” somente por ser uma história “coerente” e volumosa? J. K. Rowling escreveu pilhas de livros “coerentes” chamados de série “Harry Potter”, e nem por isso o livro é de Deus. Tolkien escreveu uma série gigantesca, muito mais complexa do que o livro de Mórmon, que virou até o filme “O Senhor dos Anéis”, e não é pelo fato do livro ser volumoso que é “de Deus”, ou real.

Então o que faz os SUD crerem que o Livro de Mórmon é “verdadeiro”? O fato de Smith tê-lo declarado? Bem isso até ajuda, mas não é esse o motor que move os coraçõezinhos dos SUD... Eles dizem que o Livro de Mórmon é verdadeiro por que seu pai o diz, mãe, esposa, marido, seu filho, seu avô, seu melhor amigo, seu irmão.

São seus entes queridos que lhes dizem que o Livro de Mórmon é “verdadeiro”, e isso vira uma espécie de “dominó”, um diz, e o outro diz, outro repete, e assim por diante, porque são pessoas amadas que estão dizendo. Isso é evidente. A pessoa vê seu ente querido devotando tempo naquilo, crendo de coração que aquilo é real, e acaba cedendo ao que vamos chamar de “pressão emocional”.

Diante dessa realidade que é desconhecida por muitas pessoas e até mal interpretada, faremos um convite sincero a todos os SUD: abram as gavetas de suas dúvidas que ficaram sufocadas, empoeiradas, e esquecidas por anos! Encare os fatos: Uma mudança na sua vida é possível somente com a sua autorização! Se você não quiser, nada acontecerá e você continuará do mesmo jeito, mas depois não adianta chorar pelo famoso “leite derramado”. É preciso força, e que você use seu livre arbítrio. Já pensou nisso? Você tem poder de decisão! Você pode sim mudar essa situação. Você não precisa crer em algo que não tem lógica pelo simples fato de que milhões creem cegamente nisso. Você não estará rejeitando seus amigos SUD, jamais! Estará apenas mudando seus conceitos de vida.

Achou o convite muito ousado? Calma, não precisa se assustar ou pensar que é demais para você. Sei que você consegue mudar. Mas, como você viveu por muito tempo crendo que a sua igreja era a única verdadeira, você deve estar se perguntando: ”Mas e depois... para onde eu vou?” Eu lhe respondo: Para Jesus. Não se preocupe com o “depois”, pense no “agora”. Interessante essa opção não é? Você já pensou no fato de que Jesus não é apenas um nome, ou uma religião? Ele, Jesus, é o caminho... Você leu corretamente, Ele não é “um” caminho, Ele é “o” caminho:

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; (João 14:6)

Jesus é muito mais do que imaginamos. Ele pode salvar! Sim, sozinho, sem nada mais a ser acrescentado. Sem nenhum ritual a mais, nenhuma ordenança a mais, nenhum jejum a mais, nenhum minuto a mais... Jesus salva sozinho. É como uma ligação, se você precisa falar com alguém que está distante, você não precisa de um sofá, precisa de um telefone. Jesus é o meio adequado de termos acesso ao Pai. Ele é o “telefone”. Ele tem poder para salvar! É o único Caminho ao Pai. Você não precisa de uma igreja para ter acesso ao Pai, você precisa de Jesus. Você não precisa de um homem orando por você para chegar-se a Deus, você precisa de Jesus. Você não precisa ir a algum lugar específico, você precisa de Jesus! É simples assim! E é exatamente JESUS que lhe ofereço agora, através deste livro que você tem em mãos. A decisão é toda sua.

Parte 4 - Fome: O vazio espiritual

Quando eu ia às reuniões de Domingo dos SUD, sentia um aperto no coração, eles são tão maravilhosos. Eu podia ver o empenho deles em cada trabalho da igreja, cada reunião sacramental (a reunião dos domingos pela manhã tem esse nome), tudo que fazem é com muito amor e eu sentia muita pena por ver que muitos faziam sem nem ao menos conhecer o Livro de Mórmon... E o pior, sem conhecer Jesus. Eu mesma já tinha lido a Tríplice duas vezes, enquanto membros antigos nunca tinham sequer lido o Livro de Mórmon. Outros sabem do começo ao fim a história de Joseph Smith, mas não conhecem a história do Salvador Jesus...

É muito triste (apesar de muito comum) histórias de moças que se batizam na Igreja SUD por terem a esperança de que um dia se casarão com algum missionário americano quando o jovem terminar a missão. Sonham que o jovem voltará para levá-las aos Estados Unidos para um casamento de conto de fadas. As moças fazem isso, por que os SUD só se casam com quem é SUD e isso limita bastante as “opções” que eles têm. Pensando nisso muitas jovens se deixam seduzir pela conversa polida dos missionários estrangeiros e se deixam batizar por eles.

Cheguei a entrar em contato com uma moça que se batizou na Igreja dos Mórmons apenas por que imaginava que o missionário a levaria para morar nos Estados Unidos ao findar a missão (porque durante a missão eles são proibidos de namorar), o jovem retornou à América e se casou com uma jovem americana, que já esperava por ele.

A decepção da jovem brasileira sonhadora foi grande demais. Ela se casou com outro homem, mas apenas para cumprir o protocolo SUD (que determina que os membros que não forem casados serão servos dos que se casarem, que serão então, deuses). Após poucos meses de casamento, a desilusão tinha tomado conta de sua vida, e ela entrou em depressão, afundou na lama da vida homossexual, abandonou seu marido SUD, e foi viver com outra mulher, com quem estava há oito anos.

Deixo esse triste relato como um alerta para as moças que se imaginam casadas com algum missionário americano, para que não se deixem iludir. Os jovens americanos cooperam para nutrir esse sentimento nas moças, pois muitos são os olhares lançados pelos missionários, os gestos e atitudes falam muito, e a moça fica imaginando um conto de fadas. O que na verdade o missionário quer, é apenas o batismo da moça em questão, e não um relacionamento com ela, por mais que isso muitas vezes pareça ser o objetivo do jovem Elder.

Já os missionários brasileiros não têm esse “ibope” todo, porque não são “novidade”, então, estrategicamente, a igreja SUD coloca um americano e um brasileiro juntos. Dificilmente as pessoas verão dois brasileiros juntos. A igreja SUD tenta passar a imagem de que sua mensagem é tão “interessante”, que jovens do “primeiro mundo” aderiram a ela. E isso realmente funciona com muitos, que se batizam por puro interesse, apenas para ter alguém com quem praticar o Inglês, enfim, tudo menos o conhecimento de Jesus Cristo.

Cada vez que ouvia os missionários dizendo que “o Livro de Mórmon era verdadeiro”, eu sabia que eles REALMENTE ACREDITAVAM nisso (ou pelo menos tentavam acreditar), não estavam ali “tentando me enganar”. Mas eu já tinha lido a Tríplice * duas vezes, e qualquer um que fizer isso verá claramente tantas discrepâncias, que somente alguém com motivos emocionais muito fortes aceitaria fazer “vista grossa” para tais contradições. Digo “motivos emocionais”, pelo que já falamos anteriormente, sobre o SUD afirmar que “O Livro de Mórmon é verdadeiro” apenas para salvar seu casamento, ou porque ouviu dos pais a vida toda que era “assim que as coisas funcionavam”, ou pelo fato de gerações e gerações da família ter sido mórmons, ou os seus únicos amigos pertencerem à Igreja.

Somente Jesus pode dar a pessoas assim a força necessária para encarar o fato de que serão os “pioneiros” da família a abandonar o Mormonismo. Essa não é uma decisão simples, implica em talvez perder o cônjuge, o respeito dos pais, a convivência com os filhos, perder os amigos tão queridos. Isso só pode acontecer debaixo de muita cobertura de oração. A pessoa que está querendo abandonar o Mormonismo precisa procurar algum grupo de oração, procurar alguém que acredite que não é fácil sair de lá, já que não são todos os cristãos que estão atualizados com o fato de que sair da Igreja SUD não é tão simples assim. Muitos cristãos não fazem idéia do perigo do Mormonismo, pensam se tratar de “mais uma igreja”, mas isso é um pensamento errôneo. Ao final deste livro, você SUD que desejar sair da Igreja SUD para ter compromisso com Jesus, encontrará algumas dicas de como fazer para manter um relacionamento profundo com Jesus, e não com alguma Instituição. (Ver Capítulo 11 – “Diga aos Mórmons que Eu os amo...”)

Para um SUD, também é muito difícil entender o que de fato está errado, já que em sua mente, ele acredita em Deus Pai, Jesus Cristo e no Espírito Santo, acredita na Bíblia e em vida após a morte. O problema começa no fato de que eles acreditam em tudo isso à maneira de Joseph Smith, que mudou completamente o contexto de tudo isso.

*Tríplice- Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios, e A Pérola de Grande Valor.

Parte 5 - Dúvidas? Levantando o tapete...

Como os Elders insistiam em continuar indo até minha casa para conversar, eu simplesmente não consegui dispensá-los. Na verdade eu queria aprender mais sobre a história da Igreja SUD, para entender o real motivo de tudo aquilo. Eles passam dois anos inteiros longe de casa em uma missão de tempo integral, e aquilo foi fazendo parte de minha vida, sempre que eles iam até minha casa, minha mãe preparava bolos, algo como um mini “café colonial”, sem café claro (pois os SUD não tomam café), e fazíamos uma recepção agradável a eles, que ficavam cerca de duas horas conversando comigo. Quando eu deixei claro a eles que não me tornaria membro da igreja SUD, eles continuaram indo até minha casa apenas para vermos algum filme (da Igreja SUD), ou apenas conversar. Na época pensei que eles fossem muito amigos meus por continuarem indo até minha casa mesmo após minha negativa. Só depois de muito tempo fui perceber que eles usaram de todas as ferramentas possíveis para me incluir na Igreja SUD. Eles elogiavam muito qualquer coisa que eu fizesse, e eu ficava lisonjeada com tudo aquilo, mas lá no fundo ouvia a voz de Deus falando comigo para permanecer firme.

A princípio, meu desejo foi realmente aniquilar minhas perguntas, mas quando percebi que elas eram AS MESMAS dos Elders, passei a levá-las mais a sério, e comecei uma pesquisa a respeito de Joseph Smith Jr., e de tudo relacionado à Igreja SUD. Na verdade, a estratégia dos Elders de mudar de assunto cada vez que se sentem encurralados, é semelhante a alguém que não tem onde colocar a sujeira, e varre para debaixo do tapete, para que não fique aparente. Pode ser que as questões que irei expor nesse livro, sejam as mesmas que gritem dentro de muitas pessoas que estão a ler essas palavras agora.

Quero dizer a você, que tem as mesmas dúvidas que eu tive ao ler o Livro de Mórmon, que Jesus tem todas as respostas, e Ele não esperará até que você tenha 15 ou 20 anos de “Mormonismo” para que esteja “preparado” para ouvir as respostas! Não! Ele responderá suas perguntas agora! Se você já leu materiais da Igreja, teve dúvidas, e as sufocou varrendo-as para debaixo do tapete, lhe convido a levantar o tapete de dúvidas varridas... Jesus limpará suas dúvidas e lhe dará uma certeza tão plena, que nada a tirará de você! E se você nunca leu materiais da Igreja, e gostaria de conhecer mais sobre a fé que abraça com tanto amor, também o convido: Descobriremos o plano do Senhor nosso Deus! E se você que está lendo este livro conhece algum SUD, trate-o com amor, não faça perguntas constrangedoras a ele, lembre-se que é o Amor de Deus que irá atuar na vida do SUD conduzindo-o ao arrependimento, e não perguntas duras em tom irônico.

Lembre-se: Deus ama aos SUD, e morreu por eles tanto quanto por você, portanto, seja manso quando for argumentar com algum SUD, porém, muito firme. O resumo dos fatos é que em Jesus encontramos tudo o que precisamos:

Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade. (Colossenses 2:10)

Parte 6 - Mórmons ou SUD?

Para que entendamos a complexidade do Mormonismo, faz-se necessário um pequeno “mergulho” na vida dos jovens missionários. Atualmente, em 2010 o número de SUD no mundo é de cerca de 13 milhões. O Mormonismo tem crescido muito, especialmente no Brasil. Isso se deve ao fato dessa igreja investir de forma pesada em missões. Os jovens da igreja SUD que completam 18 anos, saem por cerca de dois anos para “fazer missão”. Essa é a idade “padrão”, mas homens mais velhos também podem servir como missionários.

A missão para homens é obrigatória, já para as mulheres é opcional. Temos que entender que ocorre um grande conflito na mente de um jovem, que desde pequeno ouve sua família dizendo, que a ‘melhor coisa do mundo’ na vida de um homem é ‘servir como missionário’. Que ’as moças só se casam com rapazes que já serviram missão’. Que ‘é mais digno de honra o rapaz que serviu missão’, e quando está chegando a idade de servir missão, os olhos dos membros de toda a ala (igreja local), se voltam para o rapaz. A pressão emocional é intensa. Também conta a ansiedade de todo ser humano, afinal, ”fazer missão” implica em viajar, sair de sua casa por dois anos inteiros, é como uma “declaração de independência”, e isso também possibilita o conhecimento de outras culturas e novas pessoas e cidades, é como uma “aventura”.

Se algum missionário por qualquer motivo desiludir-se com a missão, não é tão simples assim, apenas abandonar a missão “no meio” e voltar para sua casa. Existe uma família por trás, que estará esperando explicações do jovem, e toda uma igreja! Também é importante deixar claro aqui, que os rapazes que voltam antes de completar dois anos de missão, por qualquer problema que seja, não são bem vistos pelos membros em geral. Existe muita cobrança em torno desses jovens, e temos que ser sensíveis a isso e orar por eles.

Lembro do momento em que conversava com os Elders já fazia alguns meses, e eu já tinha dito a eles tantas coisas que demonstravam contradições do Livro de Mórmon, e não entendia como ainda eles “continuavam sendo missionários”. O meu desejo era que eles me dissessem: “Ok, desisto, estou voltando para minha cidade amanhã, não quero mais ser missionário”.

Parte 7 - Tolerando a missão

Eu não entendia que as coisas não funcionavam dessa forma. Existem muitas implicações emocionais e sociais em uma decisão dessas. Até que Ethan contou-me uma história que aconteceu com ele antes de viajar em missão. Então, eu pude entender que não é tão simples assim quando se está no lugar de um missionário.

O pai de Ethan é um general americano no Pentágono. Ethan já havia comentado várias vezes o quanto seu pai era autoritário. E certa tarde, quando acontecia uma reunião em minha casa, diante de outros três Elders, Ethan narrou a seguinte história:

“Eu estava com a data da missão já confirmada, e meu pai deu-me de presente uma viagem de despedida, levei alguns amigos da igreja (SUD), e fomos para a Califórnia. Nessa viagem, meus amigos levantaram muitas questões do Livro de Mórmon, e fiquei quieto, pensando comigo mesmo sobre tudo aquilo que eles tinham falado. Acabei acreditando que o Livro de Mórmon não era verdadeiro.

Quando cheguei em casa, eu não queria mais fazer missão, não queria mesmo! Meu pai e eu tivemos uma grande discussão, ele disse: ‘Como eu aparecerei na Igreja agora? A sua passagem já está comprada, e você VAI para a missão no Brasil!’

“Então eu vim, mas quando eu voltar, não morarei mais com meus pais.”

A declaração dele me chocou tanto, que não me lembrei de perguntar se ele abandonaria a igreja ou coisa parecida, mas sei que ele fez essa declaração diante de outros três Elders, que ficaram seríssimos quanto à colocação de Ethan.

Nenhum deles se opôs, todos o ouviram em silêncio. A voz dele era carregada de pesar, amargura, e tristeza. Seu semblante revelava um jovem que tinha sido obrigado a caminhar pelas ruas do Brasil por dois anos inteiros, dizendo crer em algo que não cria, apenas para se submeter à autoridade de seu pai.

E para finalizar a conversa, eu perguntei: “Mas o que foi que seus amigos falaram do Livro de Mórmon? Que dúvidas eles levantaram?” Ele respondeu: “As mesmas que você está me falando”.

Sei que muitos jovens SUD que estão talvez, com a missão agendada, estão lendo isso agora, eu lhe digo: Você não precisa sair em missão por medo de seus pais, líderes, ou pressão de amigos. Não saia! Você pode perder seus amigos, Jesus você nunca perderá. Se forem amigos verdadeiros, nunca se afastarão de você. Se você sair em missão por obrigação, isso irá lhe destruir espiritualmente e emocionalmente. Você sofrerá calúnias e desprezo se não cumprir missão, mas sofrerá muito mais, se sair por aí falando algo que não vive e não crê, e ainda poluindo a vida de outras pessoas com mentiras. Tenha coragem não saia em missão! Jesus disse:

Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e a sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.

Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim, quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim. (Mateus 10: 34-37)

Aos pais que têm filhos em idade de fazer missão, eu digo: Não force seu filho a sair em missão, coloque-o diante de Deus em oração:

Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados. (Colossenses 3:21)

Parte 8 - O resultado do desafio de Joseph Smith.

Eu faço a você uma pergunta: Você já leu o Livro de Mórmon todo? Se sua resposta for “sim”, eu lamento dizer que você não prestou muita atenção na leitura, e lhe convido a examinar isso com base em fatos reais, tanto Bíblicos quanto no próprio Livro de Mórmon.

Já, se sua resposta é “não”, o convite continua em pé, vamos conhecer a Verdade:

Jesus e seus preceitos. E se você está a pensar: “Bem, eu fui SUD a vida inteira, e conheço Jesus e seus preceitos”, não preciso dessa leitura… Então me deixe lembrá-lo que o próprio Joseph Smith disse:

Porque meus inimigos não atacam a doutrina?(...) Desafio todos os homens a tentar subvertê-la. (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja – Joseph Smith, pg 299)

Ele lançou um desafio, você não gostaria de ver o resultado? Ele desafia “todos os homens”, a tentar subverter a doutrina SUD, bem, se o próprio Smith lançou tal desafio, sinal de que confiava na infalibilidade da sua doutrina correto? Aqui, nesse livro está o resultado do desafio proposto por Smith. Se ele confiava tanto na doutrina que ensinou, e você SUD confia também, não há nada a temer certo?

Lembre-se que a Bíblia diz:

O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. (...) (Oséias 4:6)

Smith lançou um desafio, e agora é minha vez de lançar outro: Leia esse livro que tem em mãos, e ao final, não precisa orar a Deus perguntando se as coisas que estão escritas aqui são verdadeiras, e sabe por quê? Por que o Espírito Santo, o convencerá disso sem que você pergunte. Você saberá no íntimo do seu coração que isso é real, que não foi inventado, e que Deus é Deus e não um homem.

Parte 9 - Templos, Alas e Estacas

A igreja SUD tem as seguintes divisões: Templos, Alas e Estacas. Os Templos: São construções raras, atualmente no Brasil existem apenas cinco Templos (o sexto está sendo construído em Manaus). Eles são muito parecidos com castelos: enormes, suntuosos, exuberantes, ricamente adornados com objetos de ouro, e prata, com detalhes requintados e luxuosos, lustres de cristal e finamente adornados. Tudo dentro de um Templo é agradável à vista, e ao toque.

Todos os Templos SUD são dedicados (consagrados) pelo Profeta SUD que estiver vivo na época de sua dedicação. Antes de ser dedicado o Templo é aberto à visitação do público em geral, essa é na verdade uma estratégia para atrair novos membros através do requinte. É permitida uma “excursão” pelo interior do Templo, e as pessoas “comuns” podem então ver a exuberância dessas construções.

Após a dedicação é vedada a entrada de pessoas que não sejam SUD, pois eles creem que a partir da dedicação aquele edifício é um lugar sagrado. E somente santos, ou seja, os SUD podem entrar nesse ambiente.

Mesmo os SUD precisam marcar uma visita com antecedência, e passar por uma entrevista em sua capela (igreja SUD local), para irem ao Templo. As cerimônias realizadas ali são absolutamente sigilosas, e os SUD são orientados a não comentar com nenhuma pessoa sobre o que acontece lá dentro. Eles alegam o seguinte: “O Templo não é secreto, é sagrado”, por isso o sigilo. Dizem eles, que as pessoas não entenderiam as “ordenanças” lá realizadas.

Existem pouquíssimos Templos no mundo, em comparação com o número de capelas (igrejas SUD locais). O Templo Sede Mundial fica na cidade de Salt Lake City, no Estado de Utah, nos Estados Unidos. E é em Utah, onde existe o maior número de SUD no planeta, cerca de 60% a 70% da população do Estado é membro da Igreja SUD. Lá em Salt Lake os bancos têm nomes de locais do Livro de Mórmon, as escolas têm os nomes dos homens que os SUD consideram seus profetas, e assim por diante.

Os Templos do Brasil estão localizados em São Paulo, Campinas, Porto Alegre, Recife, Curitiba, e um está sendo construído em Manaus. O número de SUD no mundo chega a 13 milhões. Segundo o senso demográfico do IBGE até o ano 2000 havia no Brasil cerca de 199.000 membros da igreja SUD. Esse número com certeza subiu muito, pois um Templo só é construído em locais que tenham certo número de membros, e depois do ano 2000, foram dedicados quatro Templos, isso é sinal de que o Mormonismo está crescendo no Brasil. No Templo são realizados os seguintes rituais: Casamento para a Eternidade, Batismo Pelos Mortos, Benção Sacerdotal, e Selamento das Famílias.

Alas : São as igrejas locais SUD, como se fossem regionais de bairros. São os locais onde os SUD se reúnem durante a semana para realizar suas reuniões, que são feitas em clima de Escola Dominical. No primeiro horário existem classes dividas por idade. Logo mais tarde, acontece a reunião com todos os membros, onde é notável o clima de harmonia, hinos são cantados (eles usam um hinário), geralmente os instrumentos que acompanham os hinos são o piano e o violino, sempre instrumentos de música clássica. Então alguém no final da reunião faz um discurso sobre algum tema escolhido, como se fosse uma pregação. Os membros ouvem todo o discurso em um silêncio absoluto.

Todas as reuniões são realizadas em clima de muita reverência, e os hinos são geralmente clássicos conhecidos da maioria dos cristãos como “Já refulge a glória eterna”, ”Noite Feliz” e “Mestre o mar se revolta”, também existem alguns hinos particulares dos SUD, contando alguma história sobre Joseph, ou apenas cantando sobre temas que eles consideram doutrina, como famílias eternas, casamento eterno, etc.

Em todo primeiro domingo do mês os membros SUD fazem o “Domingo do Testemunho”, é um dia que não existe o discurso final, e sim um momento onde todos os membros que desejarem prestam seu “testemunho de que o Livro de Mórmon é verdadeiro”. Durante todo o período da reunião, os membros vão até a frente da congregação e dizem algo, sempre terminando com a frase: ”Eu sei que o livro de Mórmon é verdadeiro e que Joseph Smith foi um profeta de Deus, e também sei que a Igreja é verdadeira”. Isso é como um ritual, muito repetitivo, pois cada pessoa que vai até a frente fala a mesma coisa, o que torna a reunião muito cansativa. Todos os membros estão em jejum para esse dia de testemunhos.

Estaca: O agrupamento de várias Alas de uma cidade é uma Estaca.

Parte 10 - SUD para o mundo

Os SUD passaram por muitas dificuldades ao longo dos anos, mas, hoje em dia são independentes. Possuem canais de televisão, e um dos corais mais famosos do mundo, o “Mormon Tabernacle Choir”, atualmente com 360 vozes. Tem um dos maiores órgãos de tubo de todo o mundo. O órgão tem hoje 11.623 tubos, feitos de madeira maciça de pinho, tirado de Utah em 1860. O maior tubo do órgão tem cerca de 10 metros de altura. Tudo feito para ostentar grandiosidade.

O programa de rádio dos SUD “Music and the Spoken Word” (Música e a Palavra Falada) transmite as apresentações do Coral Mórmon para mais de 2.000 estações de rádio, e vários canais de TV. São donos do canal de TV “BYU Television International”, que exibe programas de TV via Internet.

Já produziram inúmeros filmes com temas “mórmons”. São donos de várias Escolas e Universidades, somando assim cerca de 50.000 estudantes. A mais famosa Universidade da Igreja SUD é a “BYU”, ou Brigham Young University, em Provo no Estado de Utah, com cerca de 30.000 estudantes. Brigham Young foi o homem que assumiu a liderança da Igreja SUD quando Smith foi assassinado. É a maior Universidade particular dos Estados Unidos, com um campus. Essa Universidade também proporciona cursos pela Internet, e soma mais de 130.000 alunos.

São também donos do maior banco de dados genealógicos do mundo, o Family Search-Family History and Genealogy Records (Centro de Pesquisas de História da Família e Arquivos Genealógicos), que contabiliza com o arquivo de mais de 3.700 bibliotecas, e inúmeros registros de imigrantes de vários países do mundo micro filmados e armazenados de forma especial. Eles têm esse cuidado todo com registros genealógicos por acreditarem que precisam pesquisar os parentes que faleceram sem ser SUD, para realizar um batismo em nome dos entes falecidos (doutrina conhecida como ‘Batismo pelos Mortos’).

Todas essas informações logo no começo do livro são necessárias para que todos entendam que os SUD não são um grupo minúsculo, pobre, obscuro, de pessoas ignorantes e iletradas, que não sabem o que estão fazendo. Eles sabem muito bem o que estão fazendo, e estão conquistando muitas almas pelos meios mais inusitados. Estão procurando atingir todos os meios possíveis com sua doutrina: mídia, música, escolas e artes. Esteja preparado quando um SUD bater à sua porta, para transmitir-lhe o recado de Deus:

“Diga aos mórmons que Eu os amo...”

Rosaine Dalila
Enviado por Rosaine Dalila em 28/01/2017
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