A IDENTIDADE CRISTÃ

O pastor Cristiano da Igreja Batista Vila Iorio, São Paulo, tem dividido conosco uma séria indagação: Será que o cristão voltou da pandemia com o mesmo fervor cristão? A identidade cristã permanece? Essas indagações são tema desse mês inteiro na igreja: A identidade cristã.

Mas quando falamos de identidade cristã, estamos falando de quê? ou de qual identidade cristã? Convenhamos que o crente, assim como todo mundo, parece ter identidades diferentes, dependendo o ambiente em que trafega. O mesmo homem que pode ser pai exemplar na família, pode ser um brincalhão no emprego, e uma grande pessoa para os seus amigos e alguém não tão querido assim para algumas pessoas entre seus familiares. A psicologia fala de identidades raciais, étnicas, sexuais, locais, por exemplo. Então, de qual identidade cristã é que a gente está falando, sendo que somos seres múltiplos e demonstramos uma complexidade na gama de interações que todos temos. Qual é a identidade cristã que estamos falando? Precisamos analisar, nem que sumariamente o assunto para ir delimitando o terreno.

1. A IDENTIDADE CRISTÃ NA FAMILIA E COM OS FAMILIARES

Se queremos saber com mais assertividade se a pessoa é ou não um verdadeiro cristão, talvez o primeiro lugar a procurar a resposta seja junto à sua família: esposa, marido, filhos. É praticamente impossível ser um cristão nominal dentro de seu lar. Os que o acompanham, que dividem a vida consigo sabem se o discurso é real ou não. Os filhos sabem se o pai ora de verdade, ou se lê a Bíblia. O marido vê a esposa interessada, ou não, em ir ao culto. Os pais sabem se os filhos querem mesmo aprender a Bíblia ou não.

Quer conhecer o cristão, vá onde ele mora e pergunte aos seus vizinhos quem é a pessoa. Eles poderão darem respostas que poderão comprovar ou não a identidade cristã da pessoa.

Tenho um pastor amigo, que um dia lhe perguntei se ele tinha o costume de fazer cultos no lar, principalmente nesses dias de pandemia, ele deu uma desculpinha meio esfarrapada, dizendo algo como que o povo dele não gostava e ficou por isso mesmo. Ele é pastor, mas não tem uma igreja sua, sendo um segundo pastor, ou terceiro, em mais de uma igreja. Sua esposa não vai ao culto com ele, assim como suas filhas e genros e noras e netos e sobrinhos que ninguém o acompanha. Acho essa situação muito estranha, pois se ele tem testemunho junto a família, então a família acompanha o crente, imagino eu, mas se a própria família não anda com a pessoa, desconfio que falta testemunho cristão, ou melhor dizendo, falta uma obra, um trabalho, de convencimento evangelístico dentro do lar. Não poucas vezes o radicalismo cristão afasta as pessoas do evangelho, ao invés de as convencer ao arrependimento. Ir ao culto, ou fazer um culto no lar, deve ser algo prazeroso, pois estaremos perante Deus, onde Deus pode nos direcionar na palavra, iremos adorar, cantar e nos encher do Espírito Santo, onde pode ainda, se Deus permitir, manifestar-se algum dom espiritual. Fazer culto, ir ao culto, é entrar perante o divino, o transcendental e tudo pode acontecer. Literalmente o Céu é o limite.

Independente se a família o acompanha ou não, o crente tem identidade cristã no lar? A família e vizinhos o conhecem como cristão. As pessoas pedem para ele orar ou não? Na minha casa as pessoas pedem para que eu ore, eles não falam: Peça ao pastor da sua igreja para orar por nós, não eles pedem para que eu ore. As pessoas pedem para que você tire uma palavra para elas ou pedem para o pastor tirar uma palavra para elas? Temos identidade cristã na nossa casa, ou imaginamos que a temos? As pessoas que vão ao culto conosco, vão arrastadas, debaixo de ameaças ou vão por que veem algo em nós?

2. A IDENTIDADE CRISTÃ NA SOCIEDADE

É muito complicado nos declararmos como cristãos no nosso emprego. As pessoas podem nos julgar por isso, sendo que o que devemos mostrar no emprego é o nosso trabalho bem feito. Será que fazemos corretamente o que somos pagos para fazer, ou não? Isso pode afetar o nosso testemunho cristão. No Hospital onde trabalho, tivemos vários crentes que confundiram o ambiente de trabalho com igreja ou trabalho missionário. No seu ambiente de trabalho é requerido e esperado que você trabalhe e faça bem feito o que é pago para fazer. Uma irmã, uma senhora, que hoje não trabalha mais conosco, trabalhava em um setor e quando a procuravam a mulher nunca estava lá, pois tirava o dia de trabalho para tentar evangelizar todo mundo que conversava, todo dia, o dia todo. Isso foi motivo de muita confusão junto a seus superiores, pois ela achava que estava fazendo o trabalho de Deus e não se convencia que não fosse assim. Acreditamos - eu e um monte de gente - que no emprego a pessoa, sendo cristã, ou não, deve trabalhar. Se fizer bem o seu trabalho, e isso não é difícil, pois o povo está cada dia mais relapso com seu afazer, que só fazer o que é pago para fazer é suficiente para sobrepujar uma leva de gente que não está fazendo. Quer se sobressair na sua empresa? Pois é só fazer o que você foi pago para fazer. Chegue no horário, saia no horário, seja educado, respeitador, cumpra seus prazos, faça o que é pago para fazer e você será reconhecido. Tivemos problemas com uma pessoa da manutenção, durante um tempo, pois quando o chefe procurava essa pessoa ele estava no bar. Quando vinha, vinha cheirando a bebida. Atitudes assim são péssimas para quem está fazendo errado, mas ótimas para quem está fazendo certo. No meu setor de informática, na pandemia, as pessoas chegavam a faltar dois e até três dias seguidos. Eu ia trabalhar e só de ir trabalhar fui reconhecido, o que me deixa pasmo, pois fui elogiado por ir trabalhar no meu horário, no dia de trabalho que eu logicamente deveria ir. O problema não estava em mim, mas nos outros que não estavam indo.

A vida financeira no Brasil não é muito fácil. O ditado popular diz que muitas vezes descobrimos um santo para cobrir outro, ou seja, deixamos de pagar uma conta para poder resolver outra. A gente vai driblando a inflação, equilibrando o salário, para poder viver. Vez ou outra estamos com mais dividas que o desejado, devemos apertar daqui, cortar dali, para resolver alguma coisa. Na medida do possível devemos pagar nossas contas.

Conheço gente que até acumula o dizimo alguns meses e leva todo o montante, dois mil, três mil e até quatro mil reais de dizimo para a igreja, quando vai, que é quase nunca, mas vive uma vida de fome, onde não tem gás, água e nem alimento para comer. Eu acho que o testemunho de uma pessoa que é dizimista fiel, mas não tem comida para comer, fica comprometida por falta de sabedoria. Devemos como cristãos dar o dizimo e as ofertas, mas deixar a família com fome, sem água, com fome, enquanto está segurando um dizimo que poderia ser benção para sua família, isso me cheira a falta de sabedoria e isso, pra mim compromete o testemunho.

As pessoas não crentes estão nos conhecendo como cristãos, a nossa fala é condizente com nossa vida? As pessoas vem alguma espécie de crente em nós, ou estamos nos iludindo?

3. A IDENTIDADE CRISTÃ NOMINAL E A REAL

Ao analisar a identidade cristã, devemos compreender que existe o cristão nominal, o de nome de crente, mas que não é um crente real, convertido, mas é um crente de aparência, mas não de atitudes, ou de coração convertido. Ele, ou ela, usa roupa de crente, mais para mostrar ao outro a sua aparência do que demonstrar um coração convertido.

"A boca fala do que o coração está cheio." Mateus 12.34 Um cristão verdadeiro, praticante, quando fala traz paz e sabedoria nas suas palavras. Gostamos de o ouvir, a sua presença nos traz paz, na verdade é a presença do Espírito em nós que causa paz nas pessoas. O cristão verdadeiro não precisa acusar ninguém dos seus pecados, as suas atitudes corretas já condenam as atitudes erradas. Um marido que chegue no horário do trabalho, todos os dias, é constante. Sua familia não vê o erro nele, sendo que ele sai no horário combinado e chega no horário esperado. O que confronta um marido de outra família que não tem hora para sair, não tem hora para chegar, não se sabe se foi trabalhar ou não, não se sabe com quem está. De vez em quando esse segundo personagem pode chegar bêbado, cheirando a perfume de mulher, altas horas e tenha que explicar o inexplicado. O marido que chega no horário, só o fato de chegar no horário acusa o que está agindo errado. A senha do meu facebook e do email é conhecida pela minha esposa e minhas filhas, não tenho nada a esconder. Assim como sabemos as senhas das filhas e da esposa também. Nós não temos nada a esconder um do outro, mas reconheço que atitudes assim acusam a quem tem uma senha forte, complicada, celular esse que não pode ser visto por ninguém.

Nossa identidade cristã é real, ou estamos apenas vivendo de fachada e nos enganando a nós mesmos e tentando enganar a outros dizendo que somos crentes, sendo que a Deus ninguém engana?

4. A IDENTIDADE CRISTÃ REQUERIDA EM NÓS

Eu consigo pensar em algumas características que a Bíblia nos indica de como deve ser o cristão comum. São características gerais que me parece que todo cristão deve ter.

a. CRISTO COMO OPÇÃO DE VIDA

É tão simples a idéia que nós acabamos nem falando sobre isso. A primeira opção deve ser ter Cristo como opção de vida. O que vier depois é seguimento dessa idéia.

b. AMOR

Deus é amor e todo amor é empréstimo ao homem. Alguns tipos de amor são deturpações desse amor inicial. Assim como tudo na igreja, esse amor é a principio espiritual, sobrenatural, não é comum. Quando aceitamos a Jesus e optamos em ser seguidor de Cristo, é implantado em nós esse amor. Criamos um amor especial por Deus, que não tínhamos antes. Criamos, ou é criado em nós, um amor pela igreja mundial e particular por certa igreja local, que é onde Cristo quer que o sirvamos durante algum tempo. Quando a obra nessa igreja estiver finalizada, então Cristo pode nos mandar para outro lugar, ou não. É criado em nós um amor pelos irmãos da igreja, onde o sentimento é o de que são mais chegados os irmãos da igreja, do que os da família. Mas esse amor é visto sobretudo no serviço cristão, no evangelismo, no trato com as pessoas. O crente é visto como alguém que tem amor pelas almas. Amamos do fundo do coração o perdido, a desgarrada, aquele, ou aquela onde ninguém dá nada. Deus coloca pessoas na nossa frente e nos coloca em frente a pessoas para que nós as evangelizemos, cuidemos e abençoemos.

O crente ama a todos? Não, o crente ama aqueles que Deus coloca no seu coração para amar. Infelizmente, nem todos serão salvos. Vemos pessoas que rejeitam a palavra de Cristo, já tem a tendência de se perderem. Muitos rejeitam a Cristo, ou por ignorância, desconhecimento mesmo ou por não o quererem seguir deliberadamente, pois uma vez que foi falado de um Deus Criador, as pessoas têm obrigação de seguirem esse Deus Criador. Porém, para esses fica mais fácil negarem a existência de Deus, mesmo que haja entre eles um Universo a se explicar de onde veio, ou a mente humana ser capaz de pensar, ou a mulher de dar à luz, que é um verdadeiro milagre. Se a pessoa reconhecer a existência de Deus tem obrigação de o seguir.

c. SANTIDADE

É inegável que a santidade é uma característica principal do cristão. O cristão é conhecido por ser separado para o serviço cristão. A Bíblia, com seus altos padrões exige santidade, separação do mundo, novos ideais ao cristão.

d. COMUNHÃO

A igreja é conhecida como A Comunidade da Graça. Somos uma comunidade, um povo, reunidos numa igreja local, com o intuito de conhecer a Cristo e sermos mudados, transformados por ele.

Isso significa muita coisa, primeiro que a pregação da Palavra deve ser centrada em nos explicar Deus, Cristo, o Espírito Santo, a Igreja, as Doutrinas Bíblicas, o nosso serviço cristão. Quando, entretanto, a igreja ao invés de pregar a Bíblia de forma a explicar o texto bíblico e nada além disso, fala os famigerados testemunhos, onde o pregador sai da Palavra e começa a contar algo da sua vida, essa igreja não está cumprindo o seu papel. Nós vamos para a igreja para aprender sobre Deus e o que Ele requer de nós. Ninguém vai para a igreja para ouvir o que aconteceu na vida do irmão pregador, por mais importante que seja, feliz ou infeliz, isso é particular dele e não deve substituir a Palavra. Se é contado um testemunho pessoa na hora da Palavra, isso significa que o testemunho tem o peso da Palavra? É óbvio que não.

e. SERVIÇO

Há uma confusão a respeito do serviço cristão. Os irmãos em Atos serviam a igreja, em primeiro lugar. Principalmente a igreja Católica e o Espiritismo, tem a idéia de um serviço junto a não iniciados e não acredito que deve ser assim cem por cento das vezes. Não vamos exagerar também, senão acabamos não ajudando o irmão da outra igreja ou um parente não cristão. Porém, eu aprendi com alguns irmãos quando evangelizamos que o evangelho é para o crente. Por mais que oremos e abençoemos as pessoas, eles só vão receber a benção se aceitarem a Cristo. O nosso serviço a principio é servir a igreja, como visitar os irmãos que estão com alguma dificuldade, doar alimentos, roupas cobertores, ou outros e servir numa igreja local. Todos temos alguma capacidade possível de ser usada na igreja. Todos os cristãos de uma igreja devem trabalhar, sou contra a idéia de igrejas onde tem um grupinho que fala, que canta, que prega, que ensina e uma maioria que fica sentado dia após dia só ouvindo, sem poder opinar, fazer, ou ser usado no seu dom. Não é essa a idéia original da igreja como vista em Atos. Se todos trabalharem vamos ser obrigados a abrir mais igrejas em mais lugares e o evangelho chegará a mais pessoas. A meu ver o melhor evangelismo atual é abrir igrejas. E se Deus quer usar todos na igreja em algum dom, então não dar oportunidade ao outro é barrar a obra de Deus. Uma obra principal de um pastor é fazer os dons dos irmãos da igreja aflorarem, aparecerem. O pastor deve ser alguém com percepção para fazer os outros trabalharem e não só ele trabalhar. Só o pastor prega, só o pastor canta, só o pastor abre a igreja, só o pastor ensina e os mestres, evangelistas, os outros pastores, enfim, o ministério quíntuplo, vai pra onde? O que a gente faz com os dons que o Espírito quer dar para a igreja?

Servir tem dois caminhos. O primeiro caminho é servir aos irmãos, ajudar o próximo, primeiro os de casa, depois os de fora. A ordem seria mais ou menos assim: Primeiro os da sua família, os que moram com você, os que não moram com você são familiares. Segundo devemos ajudar a igreja, os irmãos da igreja. E em terceiro lugar os não cristãos.

O segundo caminho é pregação e ensino da Palavra. Não é qualquer pregação e não é qualquer ensino, é o melhor. Hoje ouvimos palavras que não tiram as pessoas de cima do muro. Nós temos um monte de gente não convertida por culpa de pregações que não fedem e nem cheiram. Muitas pregações deixam o pecador acomodado em cima do muro e a pessoa, um pecador que está à beira do Inferno a gente fala com ele, prega pra ele, o abençoando com a nossa palavra, não Palavra de Deus, pois se o pregador orar e orar, até entender o que Deus quer falar com a igreja, a mensagem seria outra. Palavras que deixam o povo em cima do muro está fazendo bem pra quem? Cristo quer voltar, mas isso depende muito de o evangelho chegar a toda criatura. O pregador tem uma responsabilidade de ser claro, objetivo e doutrinador. O pregador tem a incumbência de ser um ajudador na conversão do próximo. Todo crente tem a responsabilidade de fazer discípulos, principalmente os pregadores e principalmente os pastores. Se você não está fazendo discípulos e sua pregação está deixando os irmãos acomodados em seus pecados, então você está errando em sua pregação. Jesus nunca deixou ninguém acomodado. Se nós estamos fazendo isso, nós estamos errando.

f. TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

Uma identidade requerida em nós é termos o Espírito Santo, sermos cheios do Espírito Santo, a todo o tempo. Nós temos muitas confusões nas igrejas pois aquela irmã, ou irmão que um dia era cheio do Espírito, anda vazio, anda de passado, vive no que foi e pena que ainda é o que deixou de ser.

Essa semana ensinava sobre oração. Como orar e até quando orar? Mesmo que comecemos na carne, ou na nossa vontade, todas as orações, devemos orar até que o fogo do Espírito venha sobre nós. É inegável quando estamos sobre a influência do Espírito Santo e quando não estamos. Temos hinos cantados nas igrejas que não acendem o fogo do Espírito. Temos ensinos esquecíveis, que na porta da igreja, indo embora, a gente não se lembra mais. Temos pregações onde o fogo não pega, o Espírito não vem e nada acontece. As nossas vidas, as nossas reuniões está carente do Espírito Santo e a gente nem nota.

Eu estou ensinando e escrevendo sobre Romanos, onde a gente pode dividir o livro em duas partes: Dos cap. 1-7 é a vida sem o Espírito Santo. Dos cap. 8 até o final é a vida no Espírito. O grande diferencial cristão é o Espírito Santo, sem Ele nós somos vazios e nossa vida, nossos hinos, nossa pregação, nosso serviço, nossa evangelização, nossa pregação são obras vazias, sem vida. A palavra deve convencer o ouvinte e estamos ouvindo palavras que não convencem nem o pregador. Se dependermos apenas de palavras inócuas, que não fazem as pessoas opinarem para qual lado do muro quer ir, nós não vamos convencer o mundo de que Cristo é o melhor para todos. De novo, os maiores erros da igreja vêm do púlpito. A mensagem não da vida, não convence, não doutrina, não faz discípulos, deixa o pecador acomodado.

g. PREGAÇÃO

O pregador precisa em primeiro lugar aprender a pregar, a maioria nem sabe o que é homilética. Segundo, temos um montaréu de gente que nunca leu a Bíblia inteira e quer pregar e ensinar o que não sabe. Primeiro vá ler sua Bíblia e aprende-la, só depois disso, você ensina. Terceiro, quem prega testemunho é porque não tem Palavra. Quarto, os pregadores devem orar e estudar sem parar, para saberem com exatidão qual é a mensagem de Deus para aquela igreja. Existe aqui uma outra via, fazer uma enquete e perguntar aos irmãos da igreja o que querem aprender da Bíblia. Quinto lugar, o pregador deve ter consciência de que se a igreja está com deficiência na Palavra, falta de conversão, a igreja não está fazendo discípulos, a responsabilidade é sua, você não está pregando direito, não está ensinando direito, não está falando o que Deus quer que fale.

Em sexto lugar quero dar uma dica de pregação que aprendi. Certa vez estava orando e orando, durante dias para compreender qual era a Palavra que deveria pregar naquela semana para a igreja e Deus me respondeu para pregar qualquer uma, Ele estava confiando em mim para escolher a Palavra. Eu me senti privilegiado e preocupado, mas compreendi o que Deus queria dizer. Eu sempre fui de seguir uma ordem de pregação. Um mês podemos falar de Mateus no outro sobre a doutrina da salvação, num outro mês sobre um personagem bíblico, ou passagem bíblica. Sempre fui expositivo, então eu prego a Bíblia, uma única palavra que falo sobre mim, na pregação, o faço pedindo desculpas a Deus, pois estou me desviando da palavra. Pregar sistematicamente a Bíblia, como um irmão pastor inglês que pregou 16 anos, exclusivamente o livro de Marcos, vai acabar chegando no problema da crente, ou do crente que precisa ser tratado naquele porém. Pregar sistematicamente o força a ler e estudar a Bíblia e acaba não sendo chato, pois o nosso vocabulário é limitado e se pregarmos só o que gostamos, em dois ou três anos a gente está se repetindo e paramos de fazer a igreja crescer na Palavra. Por mais cômodo que seja pegar um sermão na estante, que já pregamos e ir pregar ele de novo, isso não faz a igreja chegar mais perto de Cristo. Os sermões precisam serem desafiadores para o ouvinte e extremamente bíblicos, mas tudo isso com fogo do Espírito. Falta o Espírito em nossas orações ao pedir a Palavra. Quantas vezes chorei no poder do Espírito ao preparar alguma mensagem que era claramente do Espírito Santo? Se você prega e os irmãos estão mais preocupados com o celular, então a sua mensagem está chata. Não critique os irmãos, melhore você, melhore a sua pregação, faça ela ser relevante.

Uma identidade cristã é a nossa mensagem, a nossa pregação, que é diferenciada de toda Palavra do mundo, pois ela não é desse mundo. Não existe filosofia que chegue nos pés da palavra de Deus. A Palavra supera qualquer ensino humano.

h. NOVAS CRIATURAS

É inegável que o mundo quer ver a mudança em nós. Mudança em comportamento, na vida, nas finanças. Se formos igual a eles, mesmo seguindo a Cristo a vida toda, então eles não são convencidos por nós. Quando alguém ora e nada acontece, perdesse o testemunho. Vai para a igreja todo dia, mas não muda nunca, é grossa, mal-educada, não paga as contas, é mal caráter. Mudou o quê? O irmão é valente, quer brigar com todo mundo, desafia os irmãos na igreja, só ele sabe tudo, ele é o único santo que sobrou em Israel, é um chato, fala palavrão, é vazio do Espírito. Mudou o quê, indo para a igreja? Primeiro me mostre suas mudanças como pessoa, depois fale de Jesus pra mim.

5. A IDENTIDADE CRISTÃ VISTA POR DEUS EM NÓS

Os padrões bíblicos são muito elevados, pé um desafio diário tentar chegar ao patamar bíblico sem virar um radical chiita evangélico, louco e santarrão, hipócrita. Como as pessoas nos enxergam? Essa é uma pergunta séria. Como a igreja nos enxerga, como membros dela? Como é que a sociedade, os vizinhos, os amigos, nos enxergam como cristãos? Estamos dando testemunho? Querem se espelhar em nós? Mas principalmente Deus, como é que Deus deve nos enxergar, pois ele nos observa conhecendo os nossos corações.

As pessoas não se perguntam, mas qual a identidade Deus quer criar em nós? É essa que devemos perseguir e lutar para ser. Existem essas características básicas que descrevi, mas existem características especiais, particulares de crente a crente. Existem dons específicos e serviço específico, que Deus quer revelar e nos usar nesse tempo, nessa geração. Qual identidade Deus quer criar em nós?

O Diabo não pode nos atingir, nos desviando da fé, desde que a gente não peque. A única coisa que pode nos fazer perder a Cristo é o pecado. A guerra do Diabo é para nos fazer pecar e o pecado é a única coisa que pode nos desviar do que Deus tem para nós. Então, não pequemos.

Amém.

Fique na paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 09/10/2022
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