A FORMAÇÃO DOS CASAIS E DOS GRUPOS SOCIAIS

Há mais de 50 anos, os estudiosos em comportamento humano reuniram-se e decidiram, depois de algumas experiências e muitas discussões, elaborar a Lei da Atração Marginal.

Esta Lei foi redigida mostrando que os diversos grupos sociais com seus desejos, comportamentos, ideologias, escolhas afetivas, estado de humor e todos os fatores que compõem o ser humano, de certa forma eram os delineadores de atrações interpessoais e de busca da sua “outra metade”.

Os antigos, vividos e espertos, diziam popularmente que cada “balaio encontra sua tampa”

Um estudioso psicólogo de animais demonstrou que os animais buscavam encontrar seus pares conforme um odor não identificado pelo olfato, que ele chamou de ferormônio e que acreditava se tratar de um hormônio para despertar atração sexual, exalado pelas glândulas sudoríparas.

Algum tempo depois, um anatomopatologista, feitor de necropsias, se fez uma pergunta muito importante: _ Se tudo que não tem mais função no organismo desaparece, por que temos um pequeno orifício na junção do osso vômer com o osso nasal, que não desapareceu?

Estes ‘buraquinhos’ abertos nas duas narinas, conhecidos por todo estudante de medicina, chamado de “fóvea vômero-nasalis” (orifício vômero-nasal) mostrava aos alunos uma massa cinzenta em seu interior, que retirávamos e jogávamos fora, nas aulas de dissecação de cadáveres durante o curso de anatomia, crendo tratar-se de uma ‘melequinha’.

O anatomopatologista citado resolveu estudar estas ‘melequinhas’ e viu que se tratava de micro-células olfativas, que não dirigiam seus terminais para a identificação, na área do olfato, mas para a área da integração mental de forma inconsciente, captando as emissões dos ferormônios de outras pessoas s fazendo uma análise afetiva e personal dos seres próximos. O 'buraquinho' passou a se chamar Órgão Vômero-Nasal.

Um exemplo desta verdade, todos nós já vivemos com o seguinte exemplo: vamos a uma reunião e nos deparamos com uma pessoa sem chamativos no traje, no comportamento, na gesticulação, ou mesmo na fala e nós decidimos se esta pessoa nos parece simpática ou não. Os feromônios dela foram por nós sentidos e nos mostraram se pertence ao nosso padrão ideal ou não.

Nossa forma de ser é formada pela nossa educação, pela nossa genética e por todos os acontecimentos que nos marcaram, gerando para cada pessoa o seu ferormônio.

Com a descoberta do papel tradutor dos ferormônios, podemos concluir que a união dos casais é feita como preconizavam os antigos, “cada tampa encontra seu balaio”, com a seguinte complementação “geralmente com texturas similares ou complementares”.

Assim o ser bem amado ou mal amado, como todos acreditavam ser uma questão de sorte, na verdade é uma questão de aceitação da estrutura psíquica de quem escolhe, com a de quem aceita ser escolhido.

Gostos, desejos, frustrações, formações de personalidades criam seres com determinadas características que atraem ou repelem ao outro. Isto é tão importante, pois o inseguro buscará alguém mais inseguro para controlar, ou que também inseguro, o domine. Da mesma forma o seguro pode ser visto como não ideal para o inseguro e assim por diante.

Não existe na transferência dos feromônios a captação só do gênio principal do ‘cheirado’, ou do’ cheiroso’, mas uma percepção profunda do conteúdo geral de quem transmite.

Muitas vezes a impressão geral da atração é justificada por um gosto em comum, como a música, os tipos de filmes, festas, etc, mas isto pode ser uma máscara usada para camuflar o intento geral: ser feliz e não ser dominado, ou dominador; atirado para o sucesso ou temeroso ao fracasso.

Lembro-me de uma participante de uma desta palestras, que vim a descobrir era maltratada pelo esposo, mas disfarçava em público demonstrando muita afinidade com ele, desafiando a informação transmitida com a frase: _ Meu Deus, isto é puro determinismo; a vida e Deus, jamais Ele permitiria tal desastre!

Após ambos saírem para uma comemoração aliada á palestra, descontrolaram-se com um mínimo de bebidas e brigaram, acabando de ficar sabendo por ela, mais tarde, que era costume acontecer entre eles.

Recentemente os botânicos tentando entender como plantas sem odores agradáveis perceptíveis e mesmo não fornecedoras de mel, ou outro agrado palpável, escondiam um tesouro em ferormônios para atrair machos e fêmeas para cada espécie que precisavam para ajudá-las a conseguir sua polinização. E assim como os humanos, cada moita independente da planta, produz feromônios diferentes.

A partir desta nova percepção, psicoterapeutas conscientes sentiram a necessidade de demonstrar estes fatos aos seus clientes, abrindo espaço para a ideia de que existiria uma melhor transmissão de ferormônios que revelassem personalidades mais adaptadas, estruturadas, ao voltarem os olhos para dentro de si, buscando obter conhecimentos transformadores, através da análise de seus comportamentos.

Este tipo de Abordagem Cognitivo-Comportamental não enquadra o indivíduo num determinado padrão; só faz por levá-lo a ver o seu comportamento, criando conhecimento para modificar aquilo que o incomoda.

Podemos concluir dizendo que os grupos sociais são criados à margem de determinados comportamentos (daí o nome 'Lei da Atração Marginal'), que podem determinar se o grupo está feliz, ou está enquadrado em determinadas normas, como a exigir um controlador, ou trabalha em lugares com os quais suas idéias se identificam, sejam elas idéias criativas ou limitadoras.

Esta a razão de existirem empresas com funcionários alegres, cooperativistas, ou intimidados, dependendo do caráter de quem a dirige.

Daí eu ter escrito o livro: "Relações Humanas - A Grande Alavanca nas Empresas", que pode ser lido em E-livros.

Bom proveito e passe para seus superiores estas idéias comprovadas cientificamente.

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