A prática que muda a vida
Acho que encontrei um modo de estar sempre bem comigo mesmo, independentemente de ter ou não as coisas que todos vivem a procurar. É um exercício que precisa ser constante e deve haver pessoas que o praticam automaticamente, embora seja difícil avaliar. Em minha opinião e levado pelos maravilhosos resultados que obtenho quando consigo praticá-lo por um bom tempo, é tudo de que precisamos para a nossa felicidade, pois é viver de verdade. Falo da forma correta de mantermos nossa fisionomia. Se observarmos porque muitos vivem contrariados e insatisfeitos, vamos concluir que parte do interior esta deficiência. Manter o rosto contraído e sério contribui para sentimentos negativos, que estão na constante espreita de apoderar-se do ser humano indeciso. Torna-se difícil manter pensamentos negativos quando a fisionomia está sorridente.
Sorridente não significa mostrar os dentes a todo instante, mas esforçar-se - no começo vai ser preciso um pouco de esforço e persistência. Parece haver uma espécie de magia; Deus reservou ao ser humano infindas benesses quando a alegria e a gratidão permeiam os pensamentos do seu dia a dia. Alegrar a fisionomia é demonstrar satisfação por estar, naquele momento, sentindo intensamente a vida. É o ponto crucial, pois não é, de forma alguma, algum acontecimento profícuo que deve transformar a expressão do rosto, de rotineiramente fechada e contraída, em uma bela e radiante fisionomia; é exatamente o contrário. É a alegria que precisa trazer a satisfação e não o oposto. Tudo parte do nosso interior e quando é esse interior prenhe de luz, abrem-se as portas da felicidade.
Vivemos preocupados com o dia que transcorre, com os seguintes, enfim, com o futuro. É este estado de espírito antinatural que propicia todos os sofrimentos. Logo, vejo na manutenção da expressão alegre um milagroso preventivo para todos os males. Mas, vai além, muito além do imaginável este comportamento. O que é preciso entender é: não tenho que esperar algo de bom para me alegrar, mas me alegrar para ter tudo de bom. Tudo começa e acaba na mente. Não há absolutamente nada que venha para a vida de uma pessoa que não tenha sido, de alguma forma, atraído por sua própria mente. E mente significa pensamentos. Não há como tê-los negativos quando a mente está alegre e isto se consegue trancando-se a porta do mal com a chave da fisionomia iluminada. Quem se dispuser a experimentar poderá constatar o poder desta atitude, simples, a disposição de todos; basta estar vivo para exercer esta dádiva, vale mais do que qualquer tesouro. Melhor dizendo, não tem preço, pois traz o que todos almejam; a felicidade.
É incrível como não se percebe a atitude corriqueira de estar com os pensamentos voltados para lugares, problemas e assuntos que nada têm a ver com o momento em que se vive. A dispersão mental chega a ser a principal causa da infelicidade. Parecem um exagero essas palavras. Se pararmos, contudo, para analisar o nosso comportamento ao longo de um dia, vamos concluir que deixamos de viver. E por quê? É porque saímos do momento presente em pensamento e deixamos a preocupação tomar conta de nós. Viver feliz ao longo do dia representa vivificar o agora; encontrar no agora o germe da felicidade.
É certo e gratificante descobrir que ele está ali, bem na nossa frente, ou melhor, dentro de nós, enquanto viajamos para o mundo das divagações e acabamos por beber, na taça das angústias, da ansiedade e do cansaço, o que poderia ser o mel da vida.
Ao caminharmos na rua ou numa condução, percebamos, pelo esforço da vontade de valorizar o agora, como se torna tudo interessante na medida em que colocamos em prática o dom da observação. Percebemos detalhes que antes nunca nos houvera chamado à atenção; uma sensação de vitalidade, paz e bem estar nos invade corpo e alma. Imagina a diferença em felicidade, um efeito tão poderoso por causa de uma mudança tão simples! Perpetuando esse comportamento, fazendo-o constante, teremos transformado totalmente nosso interior. O que parecia um exercício, talvez no começo forçado e consciente transforma-se em predisposição natural se implantarmos, nas primeiras horas do dia, a luminosidade em nossa fisionomia.
Não há palavras que traduzam os verdadeiros efeitos de um comportamento despreocupado; somente aqueles que o experimentam, e colhem os seus benefícios, saberão descrevê-lo. Então não custa tentar. Se pensar que 'a vida é tão cheia de problemas que não consigo desligar meus pensamentos’ e não tentar a mudança, nunca conhecerá a felicidade. Mesmo porque não é se preocupando com os problemas que as soluções vão surgir, mas agindo-se da forma certa e no momento apropriado. Por mais simples, modesta e humilde que seja uma pessoa ela será feliz se não se deixar dominar pelas preocupações. Por outro lado, até mesmo um gênio em riqueza e inteligência não será verdadeiramente feliz se não conseguir deixar as preocupações de lado.