Artigo 196 da Constituição Brasileira

Artigo 196 da Constituição:

Sou médico, geriatra e me orgulho da minha profissão. Concordo que a medicina é um sacerdócio, assim como o direito, a engenharia, a arquitetura e a psicologia e tantas outras belas e importantíssimas profissões que trabalham para o bem estar das pessoas. Em todas as profissões existem bons e maus profissionais, isso não seria diferente na medicina. Mas, uma coisa posso lhe garantir: os médicos brasileiros, na sua grande maioria, são éticos, honestos e trabalhadores. Muitas vezes dobram um plantão para não deixar uma escala descoberta e pessoas sem atendimento. A maioria dos médicos brasileiros é oriunda de classe média e hoje cresce o número de médicos oriundos da classe pobre. Para se formar em medicina o cidadão ou a cidadã enfrenta um dos vestibulares mais concorridos, seis anos de faculdade em período integral e depois mais três a seis anos para se especializarem, só ai que ele vai iniciar a sua carreira como médico. Com tristeza vejo o governo, seus asseclas e admiradores jogarem a culpa do péssimo sistema de saúde do Brasil em cima dos médicos. A população das pequeninas cidades espalhadas por esse país continental não contatam com serviço médico, assim como não contam com serviços jurídicos, de engenharia e professores em número e qualificação inadequada. Por outro lado, cidade como Rio de janeiro, São Paulo e Brasília, que possuem um número de médicos maior que o preconizado pela OMS, a saúde é de péssima qualidade e morrem pessoas nas portas dos hospitais sem atendimento. A SAÚDE É UM DIREITO DE TODOS E UM DEVER DO ESTADO (Art. 196 da Constituição). Quem deveria assumir a responsabilidade pelo caos da saúde prefere jogar a culpa nos médicos e iludir a população com soluções paliativas e demagógicas. O SUS, em teoria, é maravilhoso, mas, na prática deixa a desejar, ele promete atenção a todos, mas não desenvolve meio de operacionalizar de forma adequada essa atenção. Apoio a ideia de que todo médico recém formado deveria passar dois anos no interior do Brasil, mas isso, sem um plano da carreira é impossível. Propor que o curso de medicina passará para oito anos e, nos últimos dois anos, o estudante de medicina irá passar nos rincões do Brasil prestando serviços é desconhecer a formação médica no Brasil. Um estudante não tem registro no Conselho Regional de Medicina e necessita de um professor ou preceptor médico no local para supervisioná-lo e para completar a sua formação. Creio que o governo precisa conversar com a sociedade, estudar a realidade e o que é melhor para o povo, pois as decisões de bastidores, nos gabinetes regados a mordomias não resolveram os problemas de saúde do povo brasileiro.