QUE QUERO DEFITIVAMENTE ESQUECER-no.1.
 
Dando continuidade ao tema do título supra,na sequência de atos e fatos ocorridos quando delegado de polícia do Estado de São Paulo.lá pelo 1º. Distrito,da Vila Carrão,onde despachei à Chefia investigadores venais e pedi abertura de sindicância,pela liberação no páteo de carro apreendido por irregularidades e suspeita –realizada pela então OBAN,(Operação Bandeirantes),cujos integrantes eram compostos das Fôrças Armadas, Polícia Militar e Civil,sem alguma autorização de minha parte.
Cansado de conviver numa unidade –onde sequer havia carcereiro,só para algumas emergências,eis que nos presídios de Distrito Policial não deveriam jamais  permanecer –em definitivo- nenhum detento. Mas sempre ocorrem algumas detenções a pedido da família de algum tresloucado,ou mesmo a garantia das grades em flagrantes delitos,complexos,quando há muitos envolvidos...
Tomei a iniciativa de me dirigir  ao delegado de polícia da Capital,o chefe de todos os delegados e funcionários da Grande São Paulo,para ser transferido à cidade de minha lotação,na Alta Araraquarense. A resposta  foi imediata:Não. E sugeriu,então, que tentasse falar  com o maior dos maiorais- O DELEGADO GERAL, que se instalava no prédio antigo do DEIC,na época.
O delegado Julio,(nome verdadeiro)- assistente do DELEGADO GERAL, ouviu pacienciosamente o que pretendia:sair da 31ª. da Vila Carrão e voltar para a cidade onde estava realmente designado,na posse.Interior de SP. Aí pediu-me tempo para aguardar eis que  tentaria falar sobre o caso com seu/nosso superior,o indigitado DELEGADO GERAL.
Passados dois meses, fui chamado pelo delegado Julio e tentou me colocar na sala do DELEGADO GERAL, que soube mais tarde, seu extremo valor e competência, era simplesmente, ser cunhado do governador Laudo Natel.
Ao entrar na sala do DELEGADO GERAL, que estava de costas para mim e para o delegado Julio, fumando um cigarro com uma piteira branca,pelo que só vi...disse,alto e bom som:
“Julio já não falei para você que não falo com 5ª. classe”.
Quinta classe era o início da carreira de delegado de polícia,na SSP/SP...No caso era eu.  O poderoso e soberbo DELEGADO GERAL não queria ouvir nada e nada queria saber,até porque,enfatizou,ainda de costas,sem me olhar:
”Julio já não falei para você que não falo com 5a. classe!!”
O delegado Julio nem chegou,como eu, a entrar na sala do poderoso e desqualificado DELEGADO GERAL, colocou as mãos nas minhas costas,foi me retirando, e disse que tivesse paciência,  que de um jeito ou outro ele pessoalmente tentaria resolver o problema da transferência da Capital para o Interior.Aí,num desabafo disse ao generoso delegado Julio,no corredor:
“Do jeito que é isto...um dia saio da polícia...”
Julio – mais tarde conseguiu minha transferência para o Interior. Mesmo assim o agravo deselegante,impiedoso e sem nenhum respeito ao um novo colega, não foi esquecido jamais.
Na década de 80 dei adeus à instituição que procurei honrar com a tranqüilidade dos justos. E, sem discriminar ninguém,rico ou pobre.Preto,mulato,branco...
Quanto ao DELEGADO GERAL- nem seu nome guardei,só sei que era um verdadeiro “coice de mula”...
Um homem(colega?) errado...num lugar errado.
Assim foi.