Erguer muros não é a solução para o cyberbullying!

É comum ver algumas escolas aumentarem a altura de seus muros, tornando-se verdadeiros redutos. Pode ser com o intuito de evitar que estranhos tentem adentrá-las ou que alguns alunos saiam sem que os coordenadores vejam. Considerando este lado, é possível encontrar uma justificativa.

Mas atualmente, erguer muros não é a solução para as principais dificuldades e problemas vividos por muitos adolescentes, pois são perigos virtuais, e sendo assim, não serão muros que irão conseguir detê-los.

Seria bom e não constituiria problema se o uso de barreira físicas como muros altos, cercas elétricas, um segurança na entrada da escola, resolvessem os inúmeros casos de cyberbullying que acontecem a cada momento.

Aliás, nenhuma barreira física conseguirá evitar as práticas de cyberbullying, o que leva a constatar e aceitar aquele ditado que diz: a educação vem de berço. Sim, ela vem desde a fase do recém-nascido, passa pela fase de criança, pela pré-adolescência e chega até a adolescência.

Os educadores necessitam dar continuidade a esta educação e com isto conduzir o adolescente por caminhos seguros, não importa se mais difíceis ou não, pois a intenção é formar um adulto educado e seguro.

Aquela escola que possui uma base sólida, ou seja, um quadro de funcionários constituído por profissionais capacitados, dispostos e conscientes do seu papel na sociedade e principalmente em relação ao adolescente, não necessita de muros, ela pode ser em um local aberto e ainda assim, terá seus alunos frequentes, seguros e conscientes de suas atuações.

Para evitar dificuldades de relacionamento entre os próprios estudantes, a escola pode optar por incluir novas formas de ensino. Isto não significa que o “adolescente está com problemas”, mas sim necessitando de um norteamento ou melhores esclarecimentos de como se comportar.

Faz-se importante lembrar que os professores também precisam de reciclagem: aceitar e compreender as mudanças, os valores, as dores vividas pelos alunos e saber adentrar aos poucos nestas vidas, buscando compreender seus problemas diários.

Já ouvi relatos de uma educadora que dizia “eu não posso conhecer todos meus alunos, são muitos e cada um é diferente do outro e eu sou uma só”. Tomo a liberdade de lembrar a essa educadora que, como agente de transformação, faz parte das suas atribuições, conhecer e entender seus educandos, ser uma pessoa próxima, amiga, confiável o suficiente para que o adolescente conte a ela suas dificuldades e problemas pelos quais está passando.

Entende-se que a solução está na prevenção, trabalhada na família e reforçada com auxílio da escola, mesmo porque ela, a escola, constitui numa extensão da família, ao fazer parte da vida do adolescente.

Se na infância, ele recebeu o acompanhamento dos pais ou de um adulto responsável, com certeza, agora na adolescência ele não lançará mão do cyberbullying. Não viverá cercado por muros, pois é possuidor e faz uso de valores como: o respeito às diferenças, conhece a resiliência, é um ser dotado de empatia e tem claro em sua mente o que é “discutir”, fazer questionamentos e saber ouvir um NÃO sem causar atritos.

Além disso o adolescente conhece seus limites, valores estes, que se afunilam num canal condutor de uma vida saudável.

Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. Em Educação

O respeitar faz bem!

Sôniainformação
Enviado por Sôniainformação em 26/10/2017
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