Minha Primeira Quarentena

Ano passado, digo, em 2019 na virada de setembro para outubro, o que eu estava ou não deixando de fazer, tudo era deletado. Foram quatorze dias consecutivos sofrendo com uma dor horrível na parte superior do meu olho direito.

Sem pedir licença, ia logo me agarrando, pois ela era assim, "imprevista e surpreendente". Mesmo sabendo ser um verdadeiro sofredor, fui um vitorioso graças a minha qualidade de ser um bom observador. Esta habilidade qualquer pessoa teria se estivesse no meu lugar possuído por esta dor tão sorrateira que era.

Imaginem conviver com a pior pirraça todos os dias e no mesmo horário e ter que tolerar esta tal estranha dor que mudava de nome em cada dia que marcava sua presença? Aff... Se cuida meu amigo e minha amiga, pois sempre após as primeiras três horas do meu despertar, do nada ela chegava toda sorridente e dizendo na maior cara-de- pau: "Óia eu ai de novo!..."

Cheguei até fazer um diário e não quis saber de ir a um especialista. Mantive firme com a opinião de sentir o gosto de uma quarentena.

Neste período, após uma semana sofrendo e analisando todos os riscos que meu olho corria, fui obrigado a não aceitá-la mais. Tinha que tirar um cochilo rápido e curiosamente acordava para passar o restante do dia tolerando a maldita dor com menor intensidade até meu próximo e bom sonho durante a noite.

Do oitavo dia para frente deixei de tirar a tal soneca com o propósito de eliminá-la e provar pra mim mesmo que minha paciência e tolerância estava sendo já esgotada.

Os dias foram passando e tudo de novo continuava, sempre naquele mesmo momento após o meu despertar, porém sem ir para cama.

Minha decisão de ser mais forte do que esta dor me fez criar um resumo de tudo que pesquisei pela internet.

O dia foi tenso e o sol se punha. Fui até a geladeira e peguei uma pedra de gelo. Envolvida em uma toalha procurei deixá-la sobre o olho até o momento de ir dormir.

Isto sim foi minha quarentena de 14 dias.

Jamais vou esquecer do chute que dei nesta malvada dor que me adormentava diariamente.

Manoel Ferreira Abrahão
Enviado por Manoel Ferreira Abrahão em 07/01/2021
Código do texto: T7153900
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