Felcogenismo

"Mercado até onde é possível, governo quando é necessário". Sílvio Berlusconi, rei da máfia italiana e controlador daquele país, disse a frase acima. Este é o princípio do Capitalismo Máximo Neoliberal. Neste trabalho irei comentar sobre isso, serei contudo, breve. A teoria é simples.

As conseqüências do Capitalismo Máximo são exatamente essas, o investidor com plenos poderes e o Estado intervindo apenas nas práticas burocráticas necessárias. Essa palavra - necessidade - usada pelo siciliano tem inúmeras possibilidades de aplicação potencial. O que Berlusconi não disse é que o governo intervindo quando necessário significa quando as transnacionais precisarem - em prol delas mesmas. Analisemos o futuro do Capitalismo, para onde esse sistema nos leva.

Pessoas e empresas com mais poder (entenda-se poder o fato de ser financeiramente suficientes e realizarem seus interesses em atos) disputando mercados (entenda-se mercados o poder de interesse e compra das pessoas). Empresas "suficientes" possuem recursos, tecnologias, interesses, que são correspondidos por aqueles que as apóiam ou delas dependem. O maior poder de uma nação são suas terras, sua gente e sua tecnologia. as empresas possuem os dois últimos por vezes em maiores quantidades do que as nações. Quantas pessoas dependem, preferem ou gostariam de fazer parte da Microsoft em detrimento de seu país? É isso o que quero dizer. Faltando apenas terra para uma empresa controlar diretamente um poder soberano, as grandes transnacionais poderiam comprar terras. Ora, nada as impede que elas assim façam e isso é perfeitamente legal para qualquer pessoa que possua capital e deseje investi-lo em terras. Algumas empresas obviamente já fazem isso, como é o caso de Dubai, onde empresas privadas compram e constroem terras para comercio pessoal. Uma empresa que compre uma grande quantidade de terra, seja contínua ou descontínua necessitará de administração nestas terras, mesmo estando sujeita à legislação do(s) país(es) onde ela estará instalada - legislações estas que podem sempre modificarem-se, como acontece todos os dias pelo globo terrestre. Em suma, uma grande corporação pode, com a convergência de vários fatores, vir a se tornar uma espécie de "SubEstado". Diversos SubEstados espalhados pelo globo, disputariam entre si os mais variados interesses. Coisas como marketing, desenvolvimento socio-econômico de determinadas regiões, ofertas governamentais, ações de interesses variados, commodities, parques industriais, e qualquer outra coisa que possa interessar e atrapalhar a concorrência. Nesta espécie de jogo capital o papel do Estado seria regular os interesses que repercutissem na sociedade.

Os Estados que não fizessem parcerias com os SubEstados estariam fadados à miséria, caso os SubEstados resolvessem não investir nesses territórios ou os próprios cidadãos se revoltassem pelo direito de comerciar e pertencer ao SubEstado corporativista, que nesse ponto abreviarei o nome e a ideologia descrita cima como Corporismo, que subentende-se o Capitalismo Máximo Neoliberal com as mega-corporações englobando pedaços dos países, das pessoas e de suas necessidades para si.

O Corporismo, no entanto tende a se expandir, não por uma razão ideológica em si (não faltarão àqueles que lutarão contra esse sistema, assim como em todas as eras da evolução social humana), mas porque interesses estarão sendo disputados e comercializados. As guerras entre os SubEstados Corporistas serão guerras econômicas, que desfalecerão contingentes inteiros de outros SubEstados. A guerra armada tenderá a acontecer, sendo encarada como uma atividade clandestina pelas autoridades corporistas, mas na verdade sendo financiadas por elas. O que mudará é que não acontecerão mais guerras entre nações, mas entre os SubEstados, o que significa que as fronteiras não contarão mais como linhas de interesses. A guerra pode acontecer dentro de um mesmo país, por interesses corporistas diversos, os aliados podem estar do outro lado do globo ou ao lado, assim como os inimigos. E o fim destas disputas será a aquisição de um SubEstado por outro, que será adquirido por outro, e outro, e dividido em partes por outros, num sem parar de interesses. No fim, restarão poucos SubEstados, agora não mais chamados de SubEstados mas de Feudos Corporativistas, ou Field Corps., para simplificar. As pessoas se reúnem nos domínios dos FieldCorps (empresas ou conglomerados de empresas) para os quais trabalham. Neste momento o que se entendia por Governo tende a desaparecer e ser substituído por órgãos reguladores dos interesses dos FieldCorps, democráticos, hierárquicos e castais (como explicarei mais adiante). Chamarei de Felcorporismo ('Fel', de Fields ou Feudos; 'Corporismo', de corporações) esse sistema que expliquei até agora, de "países empresas" controlando contingentes populacionais e impondo seus interesses ao restante por meio de guerras tecnológicas e econômicas.

Uma questão importante é a questão tecnológica. A Ciência e a tecnologia obtida por intermédio de sua aplicação são os instrumentos maiores de sabedoria e conhecimento da raça humana. O maior dos saberes, o conhecimento do próprio ser humano (a genética) também estará empregado nesta sociedade Felcorporista. O estudo genético tende a se desenvolver a ponto de poder prever o comportamento mental e biológico da maquinária corporal. Assim, ao nascer, as pessoas serão, obviamente, examinadas e, pelo mapeamento genético, detectar-se-ão as que poderão ser aproveitadas pelo Felcorporismo das que não serão. Estas últimas podem ser comercializadas com nações inimigas (ou aliadas), podem servir para a pesquisa e estudos em laboratórios ou podem ser simplesmente descartadas, transformadas em adubo orgânico ou matéria útil semelhante. As que servirão para a sociedade, serão classificadas em castas, segundo seus parâmetros de desenvolvimento potencial.

As que irão desenvolver doenças antes dos vinte ou trinta anos, irão para a casta mais baixa, que estará acima apenas dos serviçais escravizados (a menos que existe um gênio entre elas, pois este deverá ser aproveitado até que não possa mais produzir realmente, mas ainda assim classificado como subcasta); as que viverão até a fase adulta, mas apresentarão doenças na velhice, servirão para uma casta mais alta do que a anterior, devendo formar a grande parcela da população (seguindo as mesmas regras para as mentes geniais apresentadas anteriormente); as que não aprsentarão doenças serão de uma casta mais alta, que produzirá durante longo tempo; os que tenderem para uma saúde perfeita, longa vitalidade, boa genética hereditária e mente avançada serão treinados para serem a classe dominante e pensante. A esta última casta ficará reservada a condição de serem treinados em três campos especializados: Matemática (os que cuidarão das tecnologias de ponta a serem desenvolvidas e aperfeiçoadas), Filosofia (os que cuidarão das leis, artes, literaturas, educação e propagandas da sociedade) e Medicina (os que pesquisarão a ciência genética).

Esse sistema genético de seleção de castas pode ser entendido como geneticismo. Ele será importante para a manutenção do Felcorporismo, sendo aperfeiçoado conforme se fizer necessário (e aqui encontramos a necessidade, mostrada no início deste artigo). A todo este aparato social que incorporará feudos, genética, capitalismo e corporações dei o nome de Felcogenismo.

DoctorD
Enviado por DoctorD em 11/05/2008
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