O mau uso da racionalidade como principal causa dessa realidade frustrante.

Na civilização ocidental, se professa um certo ideal a ser buscado e seguido, onde é dito que o homem deve se esforçar o máximo para conseguir viver, uma vida repleta de felicidade, e isto somente será alcançado por todo aquele que conduzir sua vida de maneira semelhante ao protótipo que é visto como grande inspirador dessa realidade. O mito de que cada um deve buscar o seu sustento, que assim estará contribuindo para que todos possam ser sustentados, foi substituído pela dura realidade que diz: é preciso a cada instante que passa um aprimoramento das técnicas que são utilizadas para se sobreviver, dentro desse sistema de vida. Estimulados pela competição, os homens são levados a se moldarem enquanto componentes desse sistema mecânico num processo de domesticação contínuo. O indivíduo ao longo da formação de seu caráter aprende por diversas maneiras que ele deve se martirizar, para que assim possa chegar aonde deseja. O que muitas vezes faz com que esses indivíduos fiquem tão insensíveis a ponto de não se importarem com qualquer coisa que possa evitar um sofrimento, agindo cruelmente com todo aquele que tenta impedir a realização do seu desejo. Ou até mesmo, se isolando do mundo com a forte intenção de se tornarem realmente livres de tudo isso, que lhes causa um desconforto. Dessa forma, a humanidade já não corresponde à verdadeira Ideia de humanidade, pois toda essa insensibilidade existente no homem, dentro dessa existência pode ser dita igual à mesma insensibilidade encontrada nos animais irracionais. Por tal comparação, podemos dizer que hoje o homem está se comportando como se fosse um ser apático incapaz de construir qualquer tipo de relação com os demais “componentes” do seu meio social. Sentindo essa indiferença, não enxerga que isso só lhe oferece, na verdade, apenas um aumento de perturbações, que necessariamente irão aumentar seu mal-estar. Assim, essa crucial realidade não se importa em oferecer nenhuma condição pela qual o indivíduo possa agir com mais sensibilidade, não sendo tão perverso com os outros e consigo mesmo. Pelo contrário tudo isso, que impede sua felicidade é o grande fator responsável, por instantes angustiosos, onde o instinto destrutivo ganha força, fazendo com que o indivíduo o reproduza em suas ações. Transformando sua eficiência em atitudes malignas, para com o seu semelhante, ou com sua própria individualidade.

gilbertodetoledo
Enviado por gilbertodetoledo em 07/06/2010
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