A POSSE DE DILMA É HISTÓRICA: a primeira mulher a assumir a Presidência da República no Brasil.

Hoje li no G1 que depois de “Isabelita” Perón da Argentina, a boliviana Lidia Gueiler Tejada, a haitiana Ertha Pascal-Trouillo, a equatoriana Rosalía Arteaga e todas as que se encontram mencionadas no quadro abaixo Dilma acaba de compor o a lista das mulheres mais poderosas da América Latina.

As mulheres presidentes na América Latina: País e Período...

María Estela Martínez de Perón Argentina 1974-1976

Violeta Chamorro Nicarágua 1990-1997

Janet Jagan Guiana 1997-1999

Mireya Moscoso Panamá 1999-2004

Michelle Bachelet Chile 2006-2010

Cristina Kirchner Argentina 2007-

Laura Chinchilla Costa Rica 2010-

Presidentes interinas País Período

Lidia Gueller Tejada Bolívia 1997

Ertha Pascal-Trouillot Haiti 1991

Rosalia Arteaga Equador 1997

(Fonte: Observatório de Gênero - Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República)

Dilma é a 11ª mulher a se tornar presidente na América Latina. Depois de uma história conturbada, um passado autoritário imposto por ditaduras e golpes militares e que ainda assombra muitos brasileiros, temos a honra de calar a boca dos mais conservadores do país e dos velhos lobos que deram o golpe em 1964 elegendo uma mulher que foi perseguida, presa e torturada pelos monstros do Exército que fizeram o jogo da CIA, do FMI e dos Estados Unidos aqui dentro quando não deixaram João Goulart assumir como presidente. Pois é, agora os canalhas e todos os que os apóiam terão que engolir a “Dama de Vermelho”.

Parabéns Dilma, emergiste como minerva, saístes dos escombros e das cinzas para nos dar a honrar, e honrar a todos os que foram perseguidos pelos “terroristas do Exército” a serviço da extrema direita, deixaste na lona os poderosos, desbancastes o machismo, passaste por cima do conservadorismo, rompestes barreiras preconceituosas e como Lula, hasteaste no mais alto topo do poder o pendão da liberdade. Já és a 11ª dama a ocupar o mais alto escalão do poder em um país de uma minoria rica e de uma multidão de pobres esperançosos. Tu não és a “mulher de Lula” como alguns mais simples a chamavam com brilho nos olhos diziam: “Vou votar na mulher do Lula”. Não, você Dilma é a mulher do Brasil, Lula foi apenas o homem que abriu caminho para que pudéssemos enterrar de vez os resquícios da ditadura e dos preconceitos te elegendo Presidenta do Brasil. “Eita gota” diria um nordestino orgulhoso por ver o que Lula fez, mas este mineirinho de Marilac dirá com orgulho: Uai sô! Essa é a mulher das Minas Gerais, filha de búlgaros, uma mineira de Belo Horizonte? Isso mesmo, uma mineira, não de Belo Horizonte, mas toda a grande Minas Gerais e do Brasil, que dará orgulho a todos os mineiros e brasileiros, nordestinos, nortistas e sulistas. Que você Dilma faça melhor que Lula, melhor que todos. Lula já entrou para o universo dos grandes mitos e ícones da História, agora é a sua vez.

Aos poucos vamos enterrando os ranços do passado e construindo uma nova História de um país que foi propositalmente atrasado por culpa dos ditadores para manter-nos sob o julgo do imperialismo. Aos poucos vamos avançando. O Brasil será gigante, não para fazer o mesmo que fazem os Estados Unidos na América, mas esse gigantismo só será completo se o povo não cometer a burrice de achar que alguém vindo dele irá lhe prejudicar confiscando velhos barracos e míseros teremos, quando romper de vez com a mentira de que os comunistas são devoradores de criancinhas inocentes, e quando a mídia deixar de denegrir a imagem de países como Venezuela e Cuba para enxergar que só há uma maneira de nos agigantarmos, falando a mesma linga que todos os nossos hermanos cubanos, venezuelanos e de todo Cone Sul. O Brasil será gigante se não repetir as atrocidades que praticaram as potências imperialistas que por interesses usaram a mentira do combate ao terrorismo para apropriarem-se do petróleo do Oriente Médio, seremos gigantes se a nossa mídia deixar de lado a propaganda das marcas estrangeiras para mostrar mais aquilo que é nosso. Seremos gigantes, não sozinhos, mas juntos com todos os nossos vizinhos latinos, quando nos aliarmos de vez à Cuba e não falarmos mal de Hugo Chavez, quando o Brasil cuidar mais de seus problemas internos e seus governantes voltarem mais para o povo que para fora, quando toda a sociedade voltar mais para si que para estrangeiros, quando cada brasileiro deixar de bajular os gringos que vêm aqui fazer o marketing capitalista através dos grandes nomes da música estrangeira “Paul Macartney”, quando valorizarmos mais o que é nosso: o samba, a música raiz, o sertanejo e parar de achar que nossas músicas são bregas, sem saber, os mesmos que chamam as músicas brasileiras de brega estão cantando os bregas internacionais pensando que são músicas de grande sofisticação. Assim como foram catequzados para desprezar o que é nosso, também foram ensinados a desprezar o próprio compatriota e lamber os pés dos norte-americanos, ingleses, franceses, alemães etc. Quando isso deixar de ocorrer, então poderemos dizer: foi rompido o cordão umbilical que nos prendia ao estrangeiro desde o pacto colonial e desde a falsa independência comprada com dinheiro inglês e confraternizada aos gritos pelas tropas de Dom Pedro às margens do Ipiranga, longe de toda a população da época. Quando rompermos com as correntes invisíveis do imperialismo, então estaremos juntos nos tornando gigantes junto com outros países irmãos da América Latina, e não aliados aos Estados Unidos e nem a países da Europa. Daqui pra frente e com Dilma, esperamos que o vermelho alcance toda a América do Sul torcendo para que o México retome as suas origens e nos sigam nessa luta, porém, acredito que será difícil aos governos mexicanos se desvincular, sair dos pés do gigante e do monstro de origem saxônica que no passado roubou mais da metade das terras mexicanas. Hoje todo privatizado e nas mãos dos Estados Unidos através do NAFTA torna-se mais difícil ao México aliar-se ao restante da América latina contra o gigante do imperialismo, porém, espero que com a “Onda Vermelha” ganhando o poder no restante da América, rompamos o mais urgente possível com os ranços históricos que nos tornam prisioneiros das potências imperialistas que causam muito mal à maioria da população que sofre com a fome, a pobreza e a miséria enquanto vê a produção de grãos bater recordes todos os anos, porém para alimentar cachorros, gatos e cavalos de raça lá nos Estados Unidos e na Europa.

Depois de um ex-metalúrgico, agora temos Dilma, o que mais nos falta? Romper com o imperialismo...