Caiu na rede: Vídeo de casal fazendo sexo em banheiro de shopping

     Do jeito que estou abismado não dá para florear muito, vou direto ao assunto. 
     
     Assisti a um vídeo enviado ao meu celular por um conhecido que mostrava um casal de adolescentes tendo relações sexuais no banheiro de um shopping center. O casal estava sentado no vaso sanitário, ele por baixo e ela por cima, de costas para a aquela portinha que sempre tem o trinco emperrado ou quebrado e escritas aquelas mensagens "lindas" cuja leitura é quase compulsória, pois não há muitas opções nesta situação, não é mesmo? 
     
     A filmagem foi feita por cima da porta por uma terceira pessoa que julguei ser amigo, ou melhor, comparsa do rapaz que estava com a moça. Ela não via que estava sendo filmada porque estava de costas e ele olhava pra câmera com cara de safado, soltando aquele risinho maroto demonstrando sentir prazer mais com a situação do que com o ato em si. 
     
     O vídeo segue assim até que a moça percebe, vira-se repentinamente para trás e vê que está sendo filmada. O filme é interrompido e a pessoa que está filmando sai correndo. 
     
     O que aconteceu a partir daí? O vídeo foi colocado na internet e divulgado através de telefones celulares. Não é preciso dizer que em pouco tempo toda a cidade já estava sabendo do caso e comentando. Não tinha como fugir das rodinhas de comentário que se formavam em todos os lugares e ambientes. Um fenômeno cruel, sádico e incontrolável. Em pouco tempo a moça foi reconhecida e sua fama correu pela cidade a tal ponto da família ter que mudar.

     Vejam a gravidade do problema. Um pai de família teve que largar o emprego, abandonar tudo e começar novamente. A moça teve danos morais e psicológicos imensos e a família foi toda envolvida, sensibilizada e prejudicada. Se houve alguma reação ou processo por parte da moça, não foi divulgado. Quanto ao rapaz, ainda saiu com fama de “comedor”. Um absurdo ver como as pessoas invertem os valores quando o que está em jogo é a desgraça de terceiros.

     Hoje o caso já está esquecido, mas o “caiu na rede” vem ganhando força. São câmeras de segurança, máquinas digitais, celulares, mini-gravadores, canetas espiãs e dispositivos diversos prontos para capturar nossas imagens nas ruas, shoppings, academias, ônibus, bancos, escolas e até dentro de casa. Não há mais privacidade. A necessidade de segurança deu vez ao abuso e a tecnologia fornece as ferramentas para transformar algo muitas vezes inocente, em situações comprometedoras, ganhando adeptos principalmente nas redes sociais. Qualquer conteúdo pode ser alterado, editado, “recontextualizado” de forma a tornar-se um HIT na web. Tudo avaliado somente levando em consideração o número de acessos feitos pelos internautas. Lamentável.

     Se um vídeo detona a imagem de alguém, principalmente se for alguém famoso, aí sim, é um sucesso. E o pior é que esta prática vem sendo utilizada por meios de comunicação de grande porte que tem imensa penetração na massa da população. Não há um dia em que nos sites desses veículos não apareçam manchetes como: A atriz tal abaixou-se e deixou aparecer a calcinha. E mostra a foto da calcinha. A outra foi vista com não sei quem beijando em boate. E mostra a foto. Essas práticas estão ficando comuns e sendo aceitas como normais. Infelizmente, a vulgarização e a banalização são totais. E o pior, tem como piorar...