A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE CULTURA E PODER NAS ORGANIZAÇÕES PARA A ATIVIDADE DO GESTOR*

Soane Costa Guerreiro**

A cultura organizacional e as relações de poder dentro de empresas e/ou instituições tem características bastante específicas dependendo de cada modelo de gestão adotado. A cultura está relacionada ao significado, a imagem que a instituição reflete. Isto caracteriza sua identidade tanto no ambiente interno quanto no externo, o que é essencial considerando o processo de globalização e o nível acirrado de competitividade no mercado.

O poder está ligado a possibilidade de influenciar decisões, processos de controle e mudanças estruturais. Assim como a cultura, também não se manifesta somente no interior da organização, é necessário considerar as influências que uma organização tem sobre outra e ainda como a inter-relação destas interferem nos resultados de cada uma.

Tendo em vista esse contexto, uma das principais características do gestor dentro das organizações é gerenciar e desenvolver pessoas e processos e ter a capacidade de liderar uma equipe, considerando o fato de que o gestor cumpre o papel de intermediar as relações entre a alta administração e a base operativa dentro da pirâmide organizacional. Dessa forma, considerando que cada organização possui uma cultura determinante, que irá orientar o comportamento de seus membros, se torna fundamental que o gestor se adapte a essa cultura, pois esta é a melhor forma de alcançar resultados relevantes na organização, além do que este gestor também terá a incumbência de difundir os objetivos e os valores da mesma. É claro que, na maioria das vezes, esse processo de adaptação e, de certa forma, a ação de internalizar uma cultura organizacional definida não é fácil, existem vários choques internos, relacionados à hierarquia e a dinâmica de trabalho que entram em atrito nesse ínterim.

Por isso é imprescindível ter em vista as relações de poder dentro de cada organização, já que estas interferem na rotina de trabalho das organizações mesmo sem que os funcionários percebam, de maneira semelhante à cultura organizacional, só que em âmbitos diferentes.

A partir do momento que se internaliza uma determinada cultura organizacional e compreende-se como funcionam as relações de poder dentro da organização é possível visualizar e analisar quais são os fatores internos e externos que também influenciam na rotina

de trabalho e na produtividade da mesma.

Segundo CASTELO BRANCO (2010), esses fatores estão ligados ao contexto¹: estrutura, cultura, contexto político, mercado e pressões; ao conteúdo: áreas de mudança que estão sendo analisadas e se referem a pessoas, crenças e valores; e, por último, ao fator processual, que está ligado aos procedimentos adotados pela empresa, como também às diversas interações entre as partes, no caso de se tratar de uma mudança estratégica. Ao realizar o compilamento desses fatores é possível pensar estrategicamente em uma organização.

Mas se torna relevante ressaltar também os fatores que dificultam a administração da cultura organizacional. Esses fatores dizem respeito não só às pessoas, suas interações e crenças, como também, aos seus posicionamentos sobre as estruturas da empresa, os sistemas, a missão e etc. por isso a comunicação tem a capacidade de criar maiores vínculos com o público interno da organização, de modo a influenciar favoravelmente a formação da opinião e valorizar a participação do público interno. Essa motivação tem relação com a própria capacidade da empresa de manter-se viva diante das turbulências a que está sujeita, além das exigências que lhe impõe o mercado. No entanto, para que se alcance essa visão é necessário ter um conhecimento amplo dos fatores que envolvem a rotina da organização e, mas do que isso, que se humanize os funcionários que nela desempenham funções.

Dessa forma, o estudo e o entendimento da influência da cultura e do poder nas organizações contemporâneas são essenciais. Mais do que a relação entre produtos, bens e serviços, a empresa está se relacionando com pessoas, que são a base do processo de produção, independente do setor. E se você, enquanto gestor, não tem o mínimo domínio de como essas relações se fundamentam, é muito provável que a gestão esteja fadada ao fracasso, partindo do pressuposto que o gestor tenha a capacidade de gerenciar as relações trabalhistas e interpessoais no ambiente de trabalho, sendo o elo entre os extremos da instituição: a alta cúpula estratégica e a base operacional.

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* Trabalho apresentado como pré-requisito para conclusão do módulo Cultura e Poder nas Organizações.

**Aluna do Curso de Gestão da Comunicação nas Organizações, turma C. Email: soaneguerreiro.jornalismo@gmail.com / soane.guerreiro@esporte.gov.br

¹grifo nosso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTELO BRANCO, Gabriel. A. L. A. Cultura Organizacional: entendendo um pouco mais sobre gestão. Material de apoio didático à disciplina Cultura e Poder nas Organizações. Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Gestão da Comunicação nas Organizações. UniCEUB, 2010, 24f.