Não ao assédio nas ruas

Nós mulheres sabemos muito bem o que é sofrer assédio sexual em lugares públicos, por estranhos que pensam que são machões. Nós sabemos o quão desagradável é ouvir assobios e frases obscenas sobre nossos atributos físicos. E também sabemos que um indivíduo que pratica tal ato, jamais terá chance alguma de sequer saber nosso nome, a não ser que seja a força. Isso é fato. Mulher não gosta de receber cantadas baratas na rua, na frente dos outros, é extremamente desagradável e não cola.

Existe um site britânico, o Hollaback, que ajuda as mulheres que sofreram qualquer tipo de assédio a divulgar os lugares em que eles ocorreram e postar até fotos dos homens que cometeram tal fato. No Japão e Coréia do Sul, alguns campi universitários estão sendo equipados com mais iluminação e os metrôs estão sendo preparados para receber somente mulheres num determinado vagão, em determinados horários. Essas medidas têm ajudado de certa maneira no combate a esse assédio. Porém não resolve definitivamente. O que poderia resolver seria uma punição severa ao agressor, por que isso é sim uma agressão, pois muitas vezes, o constrangimento passa dos limites verbais.

Um fato incontestável é que as mulheres são criadas para ignorarem as tais cantadas, para fingirem-se de desentendidas, mudarem a direção do olhar, atravessar a rua, até o sujeito desistir do intento. Porém isso só encoraja mais ainda o agressor. O que as mulheres têm é que fotografar o indivíduo, fotografar a placa do carro, se for o caso e dizer a ele que vai denunciá-lo, fazer um BO do ocorrido, colocar tudo na internet, infernizar a vida desses ditos machões de esquina. Aí sim a coisa vai começar a mudar de figura, eles vão ver que as mulheres não são mais aqueles seres tão frágeis e incapazes de se defender.

E aos homens que são contra essa abominável prática, que ajudem-nos nesse intento, que botem a boca no trombone também, pois a próxima mulher assediada na rua pode ser a filha, a irmã, sobrinha, a esposa e até a mãe de um de vocês. Pensem nisso e vamos acabar com esse constrangimento diário sofrido pelas mulheres há várias gerações.

Mi Guerra
Enviado por Mi Guerra em 28/03/2011
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