SOCIEDADE DO ESPETÁCULO

Vivemos no auge da “sociedade espetáculo”. Tudo que reflete; que reluz; que brilha (mesmo que não seja o seu próprio brilho) prende a atenção. Desperta emoções; risos; aplausos; salvas; vivas... a sociedade espetáculo vive e sobrevive disso. Das matérias televisivas e sensacionalistas. Do apresentador representante de “seu povo” melancólico, raivoso ou mesmo vingador; pois fala e mostra aquilo que povo queria falar e/ou queria ver.

A sociedade espetáculo vive da musicalidade chula e das letras curtas. Quanto menor melhor. Fica mais fácil de gravar e repetir. Do tipo: “sobe mais. Sobe mais um pouquinho...desce mais. Desce devagarzinho.”

A sociedade espetáculo canta funk e axé “embebecida”.

Belas bundas e polifonia.

Que sociedade iria querer gravar em sua mente o “Faroeste Caboclo” do Legião? Fala sério NÉ Renato! Quase dez minutos de letra cantada, falada e narrada!

E chata!

A sociedade espetáculo vive na era da pós modernidade. Pragmatismo: uh uh ah ah cê tá ki nen lok mêo!

Viva o espetáculo! Isto sim é letra! Objetivando a transmissão da mensagem rápida e curta.

O u. O h. O a. O c....e assim por diante.

A sociedade espetáculo ama tornar público o impublicável.

A exposição da intimidade diante do olhar coletivo.

A glória do ex anônimo que forçosamente e repentinamente é transformado em ídolo.

O espetáculo Vive de glamour; de reality show; da morte ao vivo e a cores; do seqüestro relâmpago filmado por uma câmera da frente do condomínio; da zona; da cena de sexo explícito ou mesmo implícito; sexo verbal; oral não importa...tragédia natural ou provocada; tiro; sangue de bandido morto ao chão das favelas ou mesmo do policia no camburão; do inocente culpado pela injustiça social; da guerra urbana de grupos facciosos; do resultado de DNA; da fofoca de gente famosa; do caso de família que foi exposto; do milagreiro de chapéu de palha e é claro. Novelas.

Ah!

As novelas!

As nossas novelas de cada dia dai-nos hoje.

Que seria desta sociedade sem as novelas?! Da tarde. Das seis. Das oito. Das nove e trinta.

Nossa! Gosto nem de pensar!

E o futebol da quarta. Da quinta. Do sábado a tarde. Do domingo.

Ah! Os clássicos regionais!

Nem morto fica sem assistir!

A sociedade espetáculo é fiel em seus compromissos. Vota sempre em seus digníssimos representantes: mensaleiros; bancada evangélica; fichas sujas; representantes do bom e velho clientelismo; ex artistas; ex jogadores; palhaços...

Racionalidade diante destes fatos e eventos?!

Pra que serve isto?

O mundo real na sociedade espetáculo vira farsa e a falsidade das imagens acaba por se tornar veraz!

A coisificação do ser humano e a venda de sua intimidade, torna tudo muito comum e efêmero. O espetáculo sempre termina rápido e ao mesmo tempo nunca tem um fim. Sempre surgirão novos atores e novos personagens para este circo do horror querendo mostrar o que já foi mostrado inúmeras vezes. E mostrar algo inúmeras vezes, significa que já não há mais o que mostrar! Pois aquilo que se era pra mostrar, não se mostra. Se mascara. A alienação é exatamente isto. Nova roupagem do “pão e circo”.

Qual a finalidade disto?

A que propósito isto serve?

A narcotização coletiva.

A massificação da futilidade. A venda do ilusório. Da coisa boba.

A supervalorização daquilo que se encontra em qualquer lugar e a qualquer hora. Nada de raridade. Nada novo. Nada autônomo. Sempre repetições.

OBS.: MILHARES DE PESSOAS ASSISTIRAM HOJE (29 de Abril de 2011) AO CASAMENTO DE WILLIAN E KATE TRANSMITIDO AO VIVO POR ALGUMAS DE NOSSAS EMISSORAS...MUITOS SE EMOCIONARAM E ATÉ CHORARAM...

MUITOS DE NÓS QUERÍAMOS VIVER NESTA COISA ESPETACULAR E ILUSÓRIA. UM CONTO DE FADA. UMA ESTORINHA DE CRIANÇA. MAS NO NOSSO MUNDO REAL....

Enquanto isto ..... as escondidas....LA em Brasília...

Pense Filoliveira

filoliveira
Enviado por filoliveira em 07/05/2011
Reeditado em 06/07/2016
Código do texto: T2955112
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