Alienação.

Nossa, é incrível o número de crianças com doze ou treze anos que nem ao menos sabem ler em nosso país, estamos na metrópole de São Paulo, descrevo precisamente a Grande São Paulo, pois, fiquei desconcertada ao constatar, como as crianças, frequentam às aulas e no entanto, quando pedimos para que leiam um trecho qualquer de revista, elas dizem que não sabem ler, dia destes pedi a um garoto de mais ou menos uns treze anos, ir até um mercadinho vizinho, próximo,

afim de comprar alguns ítens anotados num papel, fazendo um parentese aqui, devo dizer que o mesmo, parece ter uns dez anos de idade, pois, não é muito desenvolvido na altura, é pequeno e miúdo, até essa compleição física dele, faz parte do panorama o qual está inserido, isto é, uma vida familiar difícil e com parcos recursos, continuando, ele virou para mim e disse:

- O que é pra comprar, eu não sei ler! - Nossa!? Alarmante? ...

Estudei até o quarto ano, porém saí da escola sabendo ler, algumas

vezes sentia dificuldade na escrita, por exemplo, mais precisamente

quando era necessário usar o W, Y e o Z, ou quando a palavra soava

com o sentido de uma letra e era outra, mas, meu primário, vejo hoje,

que foi exemplar, e depois, no decorrer da vida, fui estudando mais e

assim, penso que deu para o gasto, mas, e essa geração aí? - O que é

que vai ser deles?!... E olha, não é um caso isolado não, são muitos

os garotos aqui, que após tal constatação, percebi haver muitos e

muitos iguais a ele, e, o que é que essa turma vai fazer na escola? E que tipo de aprendizado estão empregando hoje? Nossa!?... Agora, retornando ao passado, penso que a profissão era um sacerdócio,

na minha infância, lembro que aos sete anos de idade, tive o primeiro contato com as letras, com as vogais, as consoantes e os números.

O alfabeto, estudava pelo cartilha "Caminho Suave", e já aos oito anos de idade, sentia orgulho de mostrar o quanto já sabia a todos,

ajuntava as letras e formava as palavras e afinal, as lia em voz alta e,

quando passeava de coletivo, ia lendo os anúncios, alguns slogans de

lojas tradicionais, percorria os olhos e falava em voz alta, todo mundo

achava graça, do quanto ficava maravilhada por estar lendo!... Hoje,

nem sequer as propagandas restam para as crianças lerem, a lei de

manter a cidade limpa, livre da poluição visual é boa, porém, acaba

com o prazer das crianças, mas, deixando isto de lado, penso que é

o ensino de hoje o maior responsável pela atual situação, sem contar

que estas crianças, além do mais, sentem-se constrangidas, separadas

pelo fato de suas dificuldades, elas sequer tem prazer em ir para a escola, para as taís, escola é sinômino de tortura, se pudessem, não

iriam mais, e o pior de tudo isto, é que com o passar dos anos, elas

vão passando por passar, sem saber mesmo, simplesmente, deixam

de ser retidas, por simples fator de estatísticas, mas, jamais saberão

de fato ler, não sei o que farão de suas vidas, e nem se no futuro ao

menos terão como sobreviver, ou, se ao menos quando perceberem o

quão defasadas estão, o quão necessitam mudar tal situação, ou ainda, como farão, não saber ler é o mesmo que privar a visão, acaso

conseguirão revertê-la um dia. Fato é, que no atual momento elas demonstram desprezo, descaso, apesar de seus olhinhos mostrarem uma tristeza sem fim, o garoto em questão frisou que era "burro mesmo", pode isto? Como pode considerar-se tão incapaz ao

ponto, de achar que são "burros mesmo", que é uma dificuldade maior,

a qual elas não tem condição de preencher, é muito triste, pois, observo, ou melhor sinto que não queriam ser assim e inclusive

gostariam que fosse diferente, talvez até a partir daí, sintam ou

sofram algum tipo de discriminação, aumentando o abismo entre

elas e o interesse em aprender. As vezes acho que o ensino poderia

não ser tão linear assim, deveria levar em conta os limites de cada um,

o básico, que é aprender a ler, ser focado, buscando despertar as

mentes adormecidas e que tenham mais dificuldades, com interesses

que lhes sejam peculiares, além, de uma boa e reforçada alimentação

matinal, e ainda introdução desde cedo das ginásticas e práticas

esportivas, também, ser um ensino em tempo integral, com inclusão

de aulas práticas além das teóricas e ir de um extremo ao outro, isto

juntar a arte, ecologia e tecnologia numa interação ambiental que chamasse mais a atenção das crianças e jovens, além, de afastar os

mesmos de lares conturbados e sem condição de oferecer uma mente sadia e equilibrada, poderia incluir todas as práticas desportivas, isto

é, todas as modalidades, além de oficinas técnicas de aprendizagem,

afastariam essas crianças dos perigos das adoções marginalizadas de

traficantes e de escórias sociais, se um país quer ser grande, tem

que pensar grande em matéria de educação, da manutenção de ensino que formem e qualifiquem melhor sua futura sociedade, teria que ser para todos, sem distinções de condições sociais, levando em

conta o dom e capacidade natural de cada um, alguma coisa, toda e qualquer pessoa, há que estar apta e hábil para realizar, pode se destacar em competições esportivas, natação, futebol, nas artes em

geral, nos esportes variados, na tecnologia, na ecologia, nas ciências sociais, nas ciências exatas e também, preparadas e qualificadas para

atender ao público na área da indústria, do comércio e de serviços, para tanto, os cursos desenvolvidos teriam necessariamente que abranger todas as áreas possíveis, assim, alguém que terminasse o ensino básico, isto é, aprender a ler e escrever e fazer uso correto das quatro operações fundamentais, além de ter inserido neste currículo aulas de reaproveitamento e uso ecológico de materiais descartáveis com aplicação correta no dia-a-dia, preservando o meio ambiente e à natureza, podendo ainda, dar continuidade aos estudos sequencialmente ou ainda especializar-se de forma profissionalizante em uma área a qual tivesse maior aptidão e adaptação em exercê-la, muitas vezes ouço dizer que serviço não falta, o que falta é pessoal qualificado para exercer determinadas áreas e funções novas devido ao avanço tecnológico e a falta de capacitação para tais cargos, assim, estariam de fato redistribuindo indivíduos capacitados para preencherem os posto que exigem tais qualificações. Outro fator necessário, é a integração aluno, escola, isto é, corpo docente e corpo discente, a começar por nossas salas de aulas, é formada com um atrás do outro, isto é, fileira, aonde um vê a sua frente a nuca do outro, além do fator de promover a facilidade de esconder-se entre as fileiras e conturbar o ambiente da sala de aula, atrapalhando assim o desenvolvimento dos trabalhos, além, de dificultar a alguns a visão do que se passa à frente e favorecer o distanciamento de mestres e alunos, neste setor, o ideal seria uma sala de aula mais vibrante, viva e participativa, que tal, as cadeiras fossem dispostas de forma circular, isto é formassem um círculo aonde todos estariam diretamente vendo-se, isto é, observando-se, dando ao mestre a parte central do sala, seria como um palco, as aulas seriam mais participativas, afugentaria o foco da dispersão e evasão mental, além de tornar mais aconchegante e aproximar os lentes dos alunos, aprenderiam a olhar, um nos olhos dos outros, mais fácil para interagir, mais dinâmica ficaria a sala de aula, talvez até mais humana, mais igual, sem favoritismos dos primeiros ocuparem os primeiros lugares e dos que destoassem do grupo ocupassem os últimos lugares, como se pra ficar escondido, apagado, sem função!... Esta, é apenas mais uma idéia, a de incluir e não excluir; também, outra idéia é a aplicação de testes vocacionais, para determinar em que área e ponto de aptidão poderiam estar inseridos, respeitando-se assim o dom e o limite de cada um, sem essa obrigatoriedade de todos terem que seguir o mesmo caminho até o fim, posto que nem todos nasceram para serem doutores assim como nem todos nasceram para não o serem? Respeito, respeitar a vida, o ser humano em sua diversidade, em seus limites e em seus dons e aptidão, uma nação forte procura respeitar a vida, procura preservar a cidadania e o os direitos fudamentais que cercam tanto um lado quanto o outro, uma sociedade forte e respeitável nasce na manjedoura primordial do saber, que é a educação e a formação de seus cidadãos!