Sustentabilidade e consciência

A humanidade desgasta-se com teorias que não chegam a efetivar-se.

Isso porque conhecimento não garante sabedoria.

A prática do conhecimento é que gera sabedoria.

Mesmo assim, hipocrisia é o que mais se ouve, se vê, se apregoa.

Sabemos da necessidade de mudança de comportamento em relação a nós mesmos, à humanidade, ao planeta, como um todo.

Sustentabilidade é a palavra "da moda". Porém, podemos ver que tudo está ligado permissivamente à uma economia desregrada, imoral e injusta.

Nossa conexão com a vida é precária e insustentável.

Interesses extremamente egoístas atravessam as "boas intenções" e as corrompem.

Tudo o que gera destruição, mas garante mais renda para alguns poucos, está intimamente interligado entre si, círculo vicioso, como a devastação das florestas, a poluição das águas e do ar, a matança de animais, a fome, a miséria, a doença, entre outras coisas.

Diante disso tudo, o que é ter consciência? O que é conscientização?

Consciência e conscientização são duas faces da mesma moeda, porém uma é individual e real e a outra é coletiva e temporal.

Enquanto a consciência fala à realidade, a conscientização fala à atualidade, instigando pensamento coletivo sobre possíveis necessidades que não são, na realidade, importantes, como o consumo exacerbado, a busca pela juventude eterna, o poder como forma de mais se ter, quando deveria ser uma forma de se servir mais, entre outras conscientizações que fazem parte da nossa História atual e que contribuem para o detrimento físico, psicológico, moral e espiritual da própria humanidade, caminhando, lado a lado, com a destruição de toda a vida.

É a consciência que deveria ser coletiva, não como uma ordem, ou uma obrigação, mas como prática espontânea da realidade.

Ter a percepção de que tudo o que existe se completa e é importante, é ter consciência sobre a realidade e sobre a vida.

Deixar-se levar pelo apelo do senso-comum, dos modismos, do egocentrismo que contamina o pensamento, é deixar-se levar pela conscientização do famigerado carpe diem, e nocivo, extremamente nocivo, quando compreendido como "eu posso fazer tudo o que quero, independentemente dos resultados, pois o que importa é o agora e, especialmente, o que eu quero".

Compreender, que é, sem dúvida, mais que entender, pois exige de todos nós a prática e, portanto, sabedoria, é ter a consciência da realidade, sempre transformada, melhorada, mesmo que não seja para a nossa própria apreciação, mas que, por amor à vida, que deve ser preservada, é imprescindível que aconteça.

Somente assim essa mesma consciência terá, então, a chance de se expandir e de transcender os ínfimos e egoístas interesses de uma humanidade que se perde de si mesma, dia a dia, devido a contradição dos seus próprios conceitos,preceitos, teorias e filosofia, em relação à sua prática, como eterno antagonismo, incoerência abjeta entre o pensamento e as atitudes.

Consciência não é momentânea, tampouco narcisista ou egoísta. É, pois, a verdadeira morada da vida.

Sugestão de um filme maravilhoso chamado Ponto de Mutação, totalmente baseado no livro do físico austríaco Fritjof Capra: "The Turning Point"

Portal: Ciência à mão

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