A tela de Theodor de Bray retrata o movimento de um ritual antropofágico.
►O brasileiro primitivo tem a forma e o nome de uma mulher: Luzia. Ela tem traços africanos e viveu há 11 mil anos. Foi encontrada em Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte, Minas Gerais.
►Os antropólogos Walter Neves, da USP, e Héctor Pucciarelli, da Universidade La Plata, da Argentina, defendem a tese de que a colonização das Américas ocorreu pelo estreito de Bering. Os primeiros americanos teriam vindo da Ásia, 15 mil anos atrás, e se pareciam com os aborígenes australianos.
►Pucciarelli encontrou indícios de que Luzia tinha parentes vivos até a descoberta da América: os "pericus", do México, dizimados pelos espanhóis no século 16.
►Antes do descobrimento, habitavam a região que se chamaria Brasil 5 milhões de índios de mil povos diferentes. Hoje são 400 mil pessoas e 227 povos. Os principais troncos são: Tupi-Guarani, Macro-jê, Caraíbas (ou caribes) e Aruaques (ou maiporés).
►O português Nicolau Coelho fechou o primeiro negócio no Brasil: trocou um barrete vermelho, uma carapuça de linho e um sombreiro preto por um sombreiro de penas de ave e "um ramal grande" de continhas brancas, segundo Caminha.
►Várias tribos no Brasil praticavam o canibalismo, mas a mais famosa era a dos Tupinambás. Eles acreditavam que ao comer a carne do inimigo recebiam suas virtudes, como inteligência e coragem. Assim prestavam uma homenagem ao morto. O cozido das vísceras de suas vítimas era chamado de mingau. Vem daí a palavra que hoje está no cardápio infantil.
►Em 1501, ano em que a expedição portuguesa comandada por Gonçalo Coelho testemunhou a primeira cena de antropofagia dos índios brasileiros no atual Rio Grande do Norte. As vítimas foram dois membros da tripulação.
►O português mais famoso a ser comido pelos índios foi o bispo dom Pedro Fernandes Sardinha, em 1556.
►O navegador Américo Vespúcio não deixou de reparar nas moças. Viu corpos asseados e formosos, vagando nus e libidinosos, e tratou por "milagroso" que elas não tivessem "as mamas caídas".
►Até o fim do século 18, na cidade de São Paulo, falava-se a língua geral, uma mistura de português e Tupi-Guarani. Ficaram de herança nomes como Ibirapuera, o nome do belo parque paulistano que significa "árvore podre". A língua Tupi deixou muitas outras heranças nas linguagens do Brasil: Guanabara, Anhangabaú, Araraquara, Mogi-Guaçu, Ubatuta, Carapicuiba, Potiguar, Mandioca...
►As tribos Tupis ocupavam quase todo o litoral brasileiro. Em 1500, vivam em grande aldeias, algumas com mais de 2.000 mil habitantes, e a agricultura era o principal meio de subsistência.
Dados colhidos no "Aventuras na História" - O Guia da História do Brasil - Editora Abril.