Drogas ilegais, amanhã lícitas

Enquanto se debate com muita propriedade o uso das chamadas drogas lícitas como as bebidas alcoólicas, e, sobretudo, o cigarro como o maior vilão, enfatizando os graves malefícios que causam à saúde dos fumantes, extensivos aos fumantes passivos, preocupa-nos o fato de ao mesmo tempo se estabelecer uma discussão, digamos, paralela quanto a liberação do uso da maconha, isto é, descriminalizando o que há muito tempo a lei definia como crime. Mesmo com a total abertura, não podemos imaginar ninguém com qualquer representatividade popular para propor tal aberração contra a sociedade que o elegeu, usando e abusando da sua liberdade de expressão nas tribunas da república brasileira, votando para que qualquer um possa legalmente se drogar, causando uma vergonha nacional, até porque ninguém é dono da saúde dos jovens e das pessoas em estado vulnerável, pois todos conhecem o futuro de angústia reservado a maioria dos viciados. Que digam os pais de usuários o que esta dependência química significa para eles e para quem faz uso dessa maldição com qualquer grau de intoxicação. Para aqueles que não querem tomar conhecimento dessa funesta realidade, há muito é do domínio público que a “inofensiva” cannabis sativa, a popular maconha, é sempre um estágio já avançado para chegar às drogas pesadas, sendo muito mais comprometedoras e um quadro deveras irreversível. Aliás, tem muita gente apostando no futuro do livre comércio da droga que poderá ser promissor quando legalizado. Quem foi votado para representar o Povo e o Estado não pode votar aprovando o uso da maconha como uma forma de agradecimento. “Não se pode aliar ao inimigo, ainda que seja difícil combater”.