Vendo a sociedade

Em tempo de outono, sente aquele vento no ouvido caminhando pela calçada observando cada detalhe da cidade, as arvores em meios a grandes edifícios a poluição sonoro de buzinas e britadeiras.

Pessoas zangadas no transito, estressadas do trabalho, fumando, bebendo, traindo, sumindo....

Ao anoitecer, tudo se acalma.

Luzes de bares, pessoas rindo, casais felizes.

Chefes e empregados cada um de um lado.

Continua a caminhada até o calar da noite, onde surge na calçada um garoto, de pele morena e cabelo frisado, que me pede dez centavos.

Vendo isso paralisei e me franzi diante daquela cena, o mundo parou e a indignação surgiu.

Pensei por alguns segundo sobre todos os que tem fome, todos os que não tem moradia, toda a pobreza destas ruas, pessoas drogadas e mau amadas, sozinhas e mal vestidas.

Tive um surto de existência, sociedade , riqueza, pobreza ,diferença...

Imaginei a mãe daquele garoto, como chegou a este ponto, se foi família, drogas, depressão, ou sei lá mais o que, como deixar isso acontecer.

Isso é problema político? isso é problema cultural?, de quem é a culpa disso? O que me pergunto quando percebo estar parada há vários minutos olhando para o rosto sofrido e secana daquele menino que diz:

-O Tia, nunca viu não? eu heim...

tatyvertebral
Enviado por tatyvertebral em 04/04/2012
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