Fanatismo político

Existem o moderado (a) e o fanático (a). O fanático na sua obseção se dispõe com outras pessoas ofendendo com palavras, agredindo se ferindo e já vimos em alguns casos até morte entre torcidas. Futebol, política e religião são três assuntos tão polêmicos, tão tensos, tão complexos, que a simples tentativa de uma troca de opiniões sobre eles vai imediatamente drenar toda a racionalidade do ambiente e transformar um bate papo casual no que poderia ser descrito como uma briga de facas, e pode despertar os nossos “instintos mais primitivos”. Isso pode ser observado claramente nos sites de relacionamento, na mesa ou no balcão de um bar, o quão absurdo as discussões políticas podem se tornar em um ambiente entre “amigos”, mas, inevitavelmente os três elementos faz parte do nosso cotidiano e deve ser discutido sim, mas sempre respeitando as diferenças e opiniões, sem imposição. Estamos vivenciando um período eleitoral em que um simples gesto de cumprimento e cordialidade, ou mesmo se fazer presente em uma convenção pode caracterizar para alguns incapazes e desprovidos de inteligência o hasteamento de uma bandeira em prol de uma determinada candidatura. Em cidades pequenas, como muitas em nossa região todos se conhecem, e fora de época de eleição, os mais esclarecidos racionalmente se respeitam, mas quando chega à eleição, em determinadas pessoas os instintos primitivos afloram e os que não conseguem se refrear avançam o sinal e falam bobagens. Na verdade não existe assunto que não possa ser discutido, se nós soubermos discutir. Não porque a constituição garante, não porque liberdade de expressão é sagrada, não porque vivemos um novo momento, mas porque essa troca de opiniões é mais do que um sinal de civilização, é um mecanismo de evolução em termos sociais. Somente com o choque de opiniões, com a troca de ideias, com a capacidade de ouvir o diferente sem reagir fanaticamente que conseguimos sair do lugar comum e expandir a nossa visão além do que a nossa cabeça consegue pensar sozinha, gerando mudança. O importante nesse processo eleitoral é sermos inteligentes e respeitar o espaço e a decisão de cada um e não deixar o fulano (a) ou o sicrano (a) invadir o nosso espaço para tentar impor a sua preferência.

José Renato Bueno