BARCAS DE PAQUETÁ, A VIAGEM... Da alegria a tristeza em 70 Minutos.

Será que à medida que o tempo passa nós vamo-nos acomodando e esmorecendo? Abalados, entorpecidos com as desilusões e descrenças, deixamos que o tempo se encarregue de dar soluções a coisas que deveríamos participar ativamente.

É com esse questionamento que abro essa matéria. Numa forma de autocritica ás minhas ações... Melhor dizendo. A minha apatia, para com acontecimentos e fatos que afligem a minha comunidade, essa minha Paquetá que eu amo incondicionalmente, as pessoas a quem tenho profundos laços de amizade e consideração.

Realmente é frustrante possuir o dom da palavra escrita e deixar com que as páginas passem em branco pelos nossos dias, formando imensas lacunas, para serem preenchidas pelo arrependimento implacável que se escreverá nas paginas da nossa omissão e será lida pela nossa consciência até o fim da nossa vida, que seguirá relegada ao ostracismo pautada no conformismo e na omissão.

Existem duas palavras irmãs em nossa língua, que se traduzem nos piores sentimentos contidos em todos os seres humanos que em maior ou menor escala produzem males irreversíveis. São elas a intolerância e a tolerância: A primeira é responsável pela maior parte do mal que podemos causar a outros indivíduos ou até mesmo uma coletividade de pessoas, mas, essa deixarei para falar em outra ocasião.

A segunda, como traduziu, nosso celebre escritor português José Saramago é muito mais nociva ao ser humano, porque abre o caminho para que outras degenerações se instalem dentro de nós. Vou apenas citar alguns exemplos de males que ao sermos extremamente tolerantes vir pode causar: Você chega numa empresa para trabalhar e detesta a refeição servida por ela, e ao reclamar a um colega de trabalho, este te diz: No meu início aqui, eu também não gostava desta comida, mas com o tempo você irá se acostumar... Ou fatalmente sofrerá do sistema digestivo o que acontecerá de qualquer forma. Ou este: Para sua rua se muda uma família da quais dois jovens são viciados em crack, mas os seus pais são tolerantes a esse respeito, ou cansaram-se de lutar. Logo, outros jovens se junta aos dois, você continua apático, mas, quando um de seus filhos opta em fazer parte do grupo, você se indigna e quer reclamar e cobrar por uma providencia tardia. Ou ainda esse: Um vizinho lhe avisa que sua mulher estava de namoro com um sujeito em outro bairro, você faz um escarcéu danado, ameaça quebrar-lhe a cara, mas pelo bem dos teus filhos, você resolve perdoar condicionando-a a prometer que isso não mais se repetirá. Alguns meses depois, você chegado trabalho mais cedo e a encontra em sua cama com outro homem. Bem, qualquer ação a ser tomada será extremamente desastrosa. Você como um homem civilizado e tolerante, resolve nada mais pode ser feito para e aceita ser um corno assumido com naturalidade, pelo bem de sua família.

Abri esse prologo, para uma chamada a nossa reflexão, espero que nenhuma dessas situações esteja acontecendo com você. Porem comigo e outros moradores daqui de Paquetá está ocorrendo algo parecido, porque simplesmente fomos tolerantes e incapazes de lutar contra imposição de um governo, e seus partidários; demagogos, sem compromisso com a população, que se venderam a interesses escusos.

Mas eu creio em Deus, e vi exemplos de homens que não se intimidaram com o tamanho e nem o poder de seus adversários e sagraram-se vencedores. David venceu o gigante Golias, (Bíblia) Gandhi venceu o império inglês, criando os países independentes Índia e Paquistão. Getúlio Vargas venceu o império latifundiário dos Barões do café, implantando a indústria de base, para modernização do Brasil. Ho Chi Minh venceu o poderio militar dos EUA, Austrália e Nova Zelândia, criando um Vietnã unificado.

Sei que estes homens não consertaram o mundo, e os seus feitos embora grandiosos, não foram unânimes ou completos. Todavia convém acreditar que devemos lutar por algo nosso, a aceitar com tolerância imposições de homens, instituições, governos que por interesses alheios a nossa cultura, costumes, fé ou simplesmente nosso modo de vida, se autonomeiem nossos como defensores, patronos, protetores, doutrinadores ou beneméritos, cujo real objetivo nada mais é do que obter o controle sobre nossas vidas e ampliar seu poder econômico pessoal.

Esse é o adversário, O Governo do Estado do Rio de Janeiro, a parte que vota com a situação e os que se abstém maioria absoluta. Os aliados são o povo de Paquetá em sua grande maioria, alguns indignados com o desmando e as falcatruas de nossos governantes, o Grupo Annonimous.org (internet), talvez alguns deputados da oposição, que venham a se sensibilizar.

Você que leu até aqui deve estar raciocinando, que tipo de louco sou eu? E sinceramente eu te daria razão até alguns dias atrás, mas, o mundo se movimenta a cada segundo, e triste do homem que se sente seguro, em seu espaço, e teme a luta pelos seus ideais, o arrependimento tardio não deixará de bater à porta de sua memoria.

Creio ter exposto boa parte da minha linha de raciocínio, agora, chegou o momento de explanar os fatos conforme meus sentimentos.

Assim como eu, a grande maioria dos moradores da Ilha de Paquetá, que é um bairro da cidade do Rio de Janeiro, vive descontente com tudo o que está ocorrendo dentro do nosso principal meio de transporte para o continente, pelas mudanças impostas pela nova concessionária das Barcas S/A, a CCR, que descreverei mais detalhadamente a seguir, devo nas próximas linhas descrever o absurdo golpe que o Governo do Estado e os nossos representantes na Assembleia Estadual ALERJ, deram mais uma vez contra o povo. Da seguinte forma: A CCR iria comprar a Barcas S/A, mesmo que os diretores desta estivessem veiculando informes que a empresa estava descapitalizada, nunca foi apresentada uma planilha que publicamente comprovasse este fato. O Governador, por sua vez pensando no bem estar do povo, resolve dar um aumento de 60% no valor das passagens, ou seja, cerca de nove vezes o valor inflacionado, fornecendo liquidez de mercado nos papeis (títulos, ações, etc.) desta, tornando então a Barcas S/A numa empresa altamente lucrativa da noite para o dia. O problema seria que o bolso do trabalhador não suportaria um aumento dessa natureza, com certeza haveria uma revolta geral da população. Pensando nisso foi planejada a seguinte solução: Os usuários desse meio de transporte, não desembolsariam diretamente esse dinheiro, e seria repassado dinheiro dos cofres públicos que deveria ser usado em saúde, educação, habitação, segurança e outras necessidades do povo do Rio de Janeiro. Então foi criada a tarifa social do bilhete Único, onde valor real da passagem é mascarado, ou seja, o contribuinte paga com seus impostos, o beneficio da capitalização que os empresários da CCR engordam seus cofres. Não é pouco dinheiro não, são cifras astronômicas os valores desse contrato. 85.000 passageiros dia, 30 dias, $ 4,50 preço de cada passagem... Resulta aproximadamente 11 milhões e meio por mês.

Porem para que tudo isso ocorresse dentro de uma suposta legitimidade, O Governador se utiliza da base governista para aprovar o aumento. Claro, nossos ilustres deputados, pensando no bem do povo, aprovaram quase que por unanimidade, principalmente por ser ano eleitoral e as campanhas politicas estarem a cada ano mais dispendiosas. Sabemos que nenhum deles aceitaria nenhuma ajuda vinda principalmente da CCR. Nunca questionando o porquê dessa aquisição, mesmo a CCR sendo administradora da Ponte Rio Niterói. Melhorar significativamente os serviços de travessia por barcas diminuiria fluxo de veículos de passeio e consequentemente o faturamento do pedágio da ponte.

Nossos ilustres empresários estariam dispostos a abrir um rombo no próprio bolso em prol da coletividade e disponibilizar um transporte de alta qualidade ao cidadão. Sendo assim, Sua Excelência, nosso Digníssimo Governador, conseguiu a façanha de imediato reunir não 40, mas 42 idealistas colaboradores. Abaixo seguem os nomes e partidos, para que todos os eleitores lembrem-se na hora de votar.

VOTARAM A FAVOR

Alexandre Correa PRB

André Ceciliano PT

André Corrêa PSD

André Lazaroni PMDB

Aspásia Camargo PV

Átila Nunes PSL

Bebeto PDT

Bernardo Rossi PMDB

Bruno Correia PDT

Cidinha Campos PDT

Comte Bittencourt PPS

Coronel Jairo PSC

Dionísio Lins PP

Dr. José Luiz Nanci PPS

Edson Albertassi PMDB

Geraldo Moreira PTN

Gerson Bergher PSDB

Graça Matos PMDB

Gustavo Tutuca PSB

Inês Pandeló PT

Iranildo Campos PSD

Jânio Mendes PDT

João Peixoto PSDC

Luiz Martins PDT

Márcio Pacheco PSC

Marcus Vinícius PTB

Nilton Salomão PT

Paulo Melo PMDB

Pedro Fernandes PMDB

Rafael do Gordo PSB

Roberto Henriques PSD

Robson Leite PT

Rogério Cabral PSD

Rosângela Gomes PRB

Rosenverg Reis PMDB

Sabino PSC

Samuel Malafaia PSD

Thiago Pampolha PSD

Waguinho PRTB

Zaqueu Teixeira PT

 

VOTARAM CONTRA

Altineu Cortes PR

Andréia Busatto PDT

Clarissa Garotinho PR

Domingos Brazão PMDB

Edino Fonseca PR

Enfermeira Rejane PCdoB

Flávio Bolsonaro PP

Graça Pereira PSD

Janira Rocha PSOL

Luiz Paulo PSDB

Marcelo Freixo PSOL

Myrian Rios PDT

Paulo Ramos PDT

Samuquinha PR

Wagner Montes PDT

Xandrinho PV

Bem essa questão agora corre no Ministério Público, que certamente concluirá favorável ao povo contra um aliado do Governo Federal. (Conto da Carochinha)

A MINHA CONTESTAÇÃO.

Sou paulistano, e vivo aqui no Rio de Janeiro a muitos anos, considero-me o mais cariocas dos paulistas, Moro a maior parte do meu tempo aqui na Ilha dos Amores, minha adorada Paquetá, Amo o povo daqui, embora resida algum tempo também em Niterói. Mas como já abordei anteriormente, a minha tolerância tem limites, Sou como aquele corno assumido, que fez vistas grossas ao Ricardão, quando esse estava em sua cama com sua esposa, mas quando ele começa a espancar os seus filhos, chega a hora de dar um basta, e responder à altura, mesmo sendo um pacifista convicto, creio na não violência, e colocarei toda a minha humilde massa pensante nessa causa.

A Nossa viagem de Barca Praça XV – Paquetá, em tempos anteriores era algo que continha uma mística de romantismo com aventura, os moradores da ilha em sua grande maioria, são velhos conhecidos, são assim como eu de natureza pacifica, possuem muita cordialidade e respeito uns pelos outros. Eu adorava viajar na barca que sai da praça XV às 19 horas, nessa embarcação, viajam em sua maioria, trabalhadores, que foram até o continente para cumprir sua jornada de trabalho, era delicioso observar aquelas pessoas, formarem-se em pequenos grupos e jogarem baralho, no percurso inteiro até Paquetá, Outra faceta pitoresca dessa viagem, era a quantidade de animais domésticos, no colo dos passageiros, gerava um clima de contato com a natureza mais elementar que para quem acredita em Deus, posso afirmar que tinha a sensação de estar num trem que tinha como destino o Paraiso. Os vendedores ambulantes eram outra parte importantíssima da viagem, vendendo doces, refrigerantes, agua, salgadinhos, algo que jamais importunou qualquer cidadão de Paquetá, além do que era muito divertido, e até lúdico, observar estas pessoas transitando nos corredores da embarcação, e o mais importante, tínhamos a plena certeza de que eles, em sua maioria, moradores da ilha tinham uma forma honesta e digna de ganhar a vida. Outro ponto, que desagradou boa parte dos moradores; refiro-me aos fumantes, é que na parte da popa no nível inferior da embarcação, praticavam livremente seu habito respeitando as outras áreas, sem serem molestados pela tripulação. Apesar da total falta de conforto, da viagem ser barulhenta e demorada, a barca era um espaço totalmente democrático e no semblante dos seus passageiros notava-se muita alegria e descontração. As compras feitas nos supermercados no continente eram fraqueadas, e passava livremente pelo embarque de cargas sem qualquer custo aos moradores. Nossos Mortos continuam a serem transladados dentro das barcas de passageiros. Se bem que eles não diferenciam vivos ou mortos, habitantes de Paquetá para eles é a mesma coisa.

Bem, como acabei de colocar isso nos foi tirado sem qualquer consulta estudo social ou beneficio em troca, visto que não considero beneficio a gratuidade das passagens aos moradores da ilha, e sim mais um golpe politico que fará parte do estratagema de campanha para o próximo candidato governista.

Antes do aumento da tarifa, as embarcações estavam cumprindo seu trajeto em cerca de 60 minutos, como num passe de mágica no dia seguinte ao reajuste, elas simplesmente estão mantendo 70 minutos como regra, tudo o que se fazia na barca foi coibido pelos homens de roupa negra, CONTROLE, que obedecendo às diretrizes dos tecnocratas da CCR cumpre com o que lhes é ordenado, óbvio que nós os moradores de Paquetá respeitamos e iremos continuar respeitando esses trabalhadores que precisam manter seus empregos.

Agora questiono: e o povo de Paquetá que durante anos viveu com, seus hábitos e costumes preservados, deve ceder às imposições arbitrarias de uma concessionaria que a cada dia tem causado mais e mais dissabores sem qualquer melhoria plausível ser apresentada no sistema, promessas de barcas novas que a muito tempo se repete, os 120 dias para a chegada das barcas que deveriam ser alugadas e entrar em serviço entre Niterói e Rio já expirou e estão longe de ser cumpridas, o que temos de concreto, foi a volta do obsoleto catamarã Expresso Macaé, das velhas barcas Itaipu, itapuca e Lagoa. Fazendo a travessia Paquetá.

E aqui eu volto a repetir, não podemos ou devemos em entrar em embates com a CCR, pois assim como a Delta Construções, é uma empresa Consorciada com Gente Perigosa, e faz tudo pelo dinheiro. Não seremos nós que usaremos de truculência, exatamente isso é o que eles desejam. Essas afrontas à sociedade de Paquetá, cujo intuito é demonstrar que o domínio (Controle) é executado pela opressão e pela arbitrariedade, objetiva provar e que foi eximida a vontade e as aspirações do morador da ilha.

Temos soluções para acabar com tudo isso:

Poderemos promover um enterro simbólico dos 42 deputados, feito pelas nossas crianças e adolescentes. Por que nossas crianças? Eles são os futuros eleitores e devemos prepara-los para expurgar os inimigos do povo.

Faremos o dia do NÃO ao Bilhete Único Gratuito, dia em que nenhum cidadão de Paquetá viajara nas barcas com o bilhete único fornecido pelo governador.

Tenho mais algumas sugestões, e preciso de muitas outras. Sei que embora requeiram muitos sacrifícios e articulações coordenadas inclusive com a participação opinião publica, seriam elas as nossas únicas opções para abrir um canal de debates e evitar outros desmandos mais que estão por vir.

Abro agora tópicos para serem apreciados pelos moradores e a nossa Associação Representativa a MORENA.

1- Suspensão imediata das atividades de controle, (proibições) sem melhorias, sem controle.

2- Suspensão imediata das cobranças das tarifas sobre as compras nos supermercados do Rio de Janeiro. Sem barcas novas sem cobrança.

3- Formação de comissão representativa de moradores reconhecida no âmbito dos transportes. Com autonomia para receber, avaliar e comunicar as reclamações de usuários e cobrar providencias junto ao governo e CCR, A AGETRANSP, por suas posições duvidosas, não deve continuar representar os cidadãos de Paquetá.

4- Estudos de Horários que possam atender ao nosso turista que pretende passar apenas o seu dia em Paquetá.

5- Em caso de negativa ou recusa a negociação devera ser aberto plesbicito, publico de moradores para que sejam levadas ao Governo Federal nossas Reinvindicações.

Deixo agora estas linhas para que nossos moradores, amigos, visitantes e outros que adoram nossa Ilha, reflitam, tirem suas conclusões, e caso haja interesse comentem e tragam sua colaboração, que será infinitamente benvinda.

Eu sou Luis Vigo, Pacato Morador e agora ativista por Paquetá, tenho a coragem de postar meu celular e meu e-mail, sei que minha causa é nobre e que cidadãos decentes e gente que se indigna com o que se faz nesse país se juntará a mim.

Luís Vigo: CELULAR Tim 021 8369-8253

E-MAIL luisvigo@bol.com.br

Zoiudo
Enviado por Zoiudo em 09/07/2012
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