Matando a fome no lixo

Como estamos lidando com a miséria no Brasil e até mesmo em nossa cidade? Ontem, estávamos passando pela Panificadora Mais e vi uma cena horripilante, um rapaz de uns 19 anos comendo lixo e do outro lado da rua, jovens bebendo, comendo e rindo a vontade, como se aquela cena não existisse, aquilo marcou muito. Pelo jeito, as cenas saíram da novela das 9hs e agora é uma realidade que muitos ignoram.

Onde estão as autoridades que não vêem uma cena assim? Foi aí que me lembrei dos tais políticos engajados em ajudar o povão, aqueles mesmos políticos que estão nos palanques gritando e esbravejando “1001 projetos para as melhorias da nossa cidade”.

Quais são os projetos para estes moradores de rua? Ah! Já temos uma casa de acolhida que o atual prefeito beneficiou nossa cidade, ótima iniciativa. Mas, quero salientar aqui uma questão! Porque os candidatos e seus correligionários lançam mão de falar mal e caçar brigas tolas, e vão correr atrás de idéias e soluções para estas pessoas que moram nas ruas? Dar oportunidades para que elas entrem no mercado de trabalho e para aquelas com problemas psiquiátricos, procurem viabilizar recursos para tratamentos.

Quando a política será realmente aplicada em prol do povo brasileiro? Apresentar projetos, viabilizar recursos e aplicar estes projetos, é claro. Porque há aqueles que têm tudo na mão e depois colocam no bolso, ignorando que o povo precisa de um pouco de atenção.

Vale ressaltar que o Brasil é um país que vive uma “Democracia”, talvez uma democracia aplicada apenas aos burgueses. Aqueles que ali pertinho, abusam da bebida, comida e som alto, enquanto o jovem do outro lado da rua come lixo e bebe restos de refrigerante quente e sem o mínimo de higiene.

Parafraseando o poeta rebelde, Cazuza:

Nas noites de frio é melhor nem nascer

Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer

E assim nos tornamos brasileiros

Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro

Transformam o país inteiro num puteiro

Pois assim se ganha mais dinheiro *

* Musica: Ideologia - Cazuza

Goianésia, 07 de setembro de 2012