É o que esperamos da vida

O paradoxo do contentamento acomete-nos dia após dia, e há cada vez menos consenso a respeito. Tal situação exemplifica-se por nossa euforia em pleno dia útil, aparentemente sem motivo algum, em oposição à apatia frente a situações – em tese – muito felizes.

Em meio a uma sociedade marcada pela selvageria capitalista e consumismo arrebatador, a felicidade materializa-se no que não possuímos: para o pobre, o dinheiro; para o rico, a simplicidade; para o ignorante, o conhecimento; para o culto, menos criticidade. É por isso que a grama do vizinho parece-nos sempre mais verde: nosso patamar de referência para a felicidade do outro é mais baixo.

Curiosamente, desenvolveu-se um certo preconceito contra os felizes –particularmente, creio que fruto de inveja ou ciúmes – em geral espontâneos e extrovertidos. Estabeleceram-se certos parâmetros para a felicidade popularmente difundidos. O interessante é a frivolidade, a indiferença, a contenção das emoções, por mais belas e dignas de compartilhamento que sejam.

Inúmeros pensadores discorreram sobre o tópico: Aristóteles via no equilibro (famoso meio-termo) a receita para ser feliz. Para Holbach, construiríamos uma sociedade feliz quando cada um sentisse prazer com o bem-estar alheio. Talvez tivessem mesmo razão...

Após tantas considerações, uma certeza: não há quem não se anime ao ver o sorriso genuíno de uma criança e , subitamente, não sinta seus músculos faciais se movimentarem na tentativa de moldar a mesma graciosidade no rosto.

Em suma, é por experiência própria e observação atenta que lhes digo: felicidade não se compra, não se restringe na aquisição de um objeto. Além disso, nos melhores momentos de sua vida, indubitavelmente esteve acompanhado. A felicidade não está nos altos cargos e poderio sócio-econômico, mas na simplicidade e nas boas companhias. Não deve ser nunca estereotipada. Encontre a sua e siga em frente!

Júlia Marssola
Enviado por Júlia Marssola em 04/10/2012
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