Por quanto tempo?

A luta da mulher por seu espaço na sociedade é marcada notoriamente pela opressão machista no decorrer da história.

Será que estamos fadados a eterna guerra dos sexos ou apenas é a representação de uma das nuances do domínio do mais forte sobre o mais fraco?

Isso nos remete a construção da identidade feminina intimamente relacionada à idéia de frágil, dependente em resumo submissa. Em oposição à construção do gênero masculino que cultua o intelectual, o racional. O homem seria o mais forte, o patriarca, o sujeito, enquanto a mulher o objeto de sua dominação. Essa concepção de masculino e feminino foi adotada e perdura até os nossos dias, no entanto, com algumas modificações.

Ocorre que todo autoritarismo pode reinar absolutamente em um determinado tempo, porém gera oposição e conseqüentemente a revolução.

A revolução que me refiro anteriormente seria o movimento feminista. Movimento este que não defende o etnocentrismo não queremos ser superiores aos homens, queremos apenas que respeitem nossas ideias e objetivos que estão além da vida privada do lar.

Vivemos em constante transformação, a mulher conquistou seu espaço na vida pública, apesar dos baixos salários e da dupla jornada de trabalho. Ela segue na construção de sua nova identidade que lhe proporciona a liberdade de escolher as decisões de sua vida. Simone de Beauvoir (filósofa e escritora), já frisava: “não se nasce mulher, torna-se mulher”

Alguns homens ainda persistem na burrice da opressão, recusam-se a dividir as tarefas domésticas, a responsabilidade na criação dos filhos, ou seja, continuam violentando a mulher física e emocionalmente. Com isso perdem, pois não possuem uma vida harmônica em seu lar e na vida profissional contam com uma profissional que não produz tanto quanto deveria, visto que, não tem o retorno salarial merecido.

Não podemos ignorar o fato de como fica esse homem que ainda não conseguiu visualizar que a mulher contemporânea busca uma nova identidade. Ele perdeu todas as suas referências e como lidar com essa nova realidade? Naturalmente a primeira saída é ignorar, mas por quanto tempo?

Carina de Almeida.

Participação e revisão no livro “A burrice de um homem na submissão da mulher” – Jason Barbosa dos Santos - Publicado em Julho de 2010