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"APOSENTADORIA".
 ARMANDO LEMES.
 
Primeiro de abril! Se fosse seguir a tradição, escreveria aqui, um texto sobre uma grande mentira. Não sou muito chegado às tradições arcaicas das pessoas de minha geração. Não tenho histórias de pescador para contar, até porque não sou chegado a uma boa pescaria. Jamais comprei um peixe de cinco quilos na peixaria da esquina, para impressionar minha mulher dizendo que fui eu que pesquei aquela preciosidade. Não sou chegado a uma prosa de mineiro, onde rola causos e histórias mentirosa fantásticas. Só deixo claro, que me orgulho dos conterrâneos mentirosos contadores de causos e anedotas. Divirto-me com eles. Aproveito o primeiro de abril para contar um caso verdadeiro, que está atravessado na goela desse velho mineiro cansado. Realmente me deixou triste, ao invés de me deixar alegre. Hoje recebo meu primeiro beneficio referente a minha aposentadoria. Depois de esperar 12 anos para a justiça decidir o óbvio, de que tinha direito a minha aposentadoria depois de contribuir 35 anos. Afinal hoje, chegou o grande dia. Aquilo que deveria ser recebido com júbilo me tornou frustrado e estressado. Contribuí a vida toda pagando sempre pelo máximo, o mínimo que esperava era receber a aposentadoria integral. Qual não foi minha decepção depois de tanto tempo receber setenta por cento do máximo. Questionando o advogado me disse que eu me aposentei pela Lei antiga, e, portanto não tenho direito ao máximo. O que fazer?  Novamente ir para a Justiça pedir revisão para me integrar na nova lei da aposentadoria. Isso levará devido a costumeira lentidão da justiça de nosso país, há mais uns cinco anos de espera.  Esse é o país de todos os brasileiros, onde prevalecem dois pesos e duas medidas. Se dever ao governo é cobrado a ferro e fogo, se é credor tem que aguardar seu jogo, te paga quando lhe for conveniente. Paguei o máximo e receberei o mínimo. Boris Casoy diria: Isso é uma vergonha!
 
Santa Rita do Sapucaí, MG-01 de abril de 2013.