A CRUELDADE E A BARBARIDADE DE UM CRIME

A violência anda mesmo solta e incontrolável por esse país afora. Ao ler as notícias, é fácil constatar que ao invés de queda, há aumento significativo dos índices de homicídios e estupros, bem assim dos crimes de furtos e roubos, que vai do roubo de pessoas a roubo de cargas e a roubos a bancos, é o que revela dados divulgados quinta-feira (25/04) pela Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, conforme notícias do site UOL Notícias Cotidiano, de 25/04/13.

Por aqui, na minha cidade, em Cuiabá, Mato Grosso, a onda de estupros é também grande e preocupante. Na grande Cuiabá ocorre 01 (um) estupro por dia (DC,23/04), e em Barra do Garças/MT a polícia anda atrás do “maníaco da moto” , que já teve sua prisão temporária decretada e é autor de mais de oito estupros naquela cidade.

Na noite de quinta-feira (25/04) a polícia registrou, aqui em Cuiabá, a prática de um crime brutal ocorrido na região do Manso, na rodovia Cuiabá-Chapada dos Guimarães: um chacareiro foi morto com golpes de machado na cabeça e o seu corpo foi jogado atrás de um chiqueiro.

Se formos aprofundar a pesquisa, há inúmeros outros crimes sendo praticados em igual ato de insanidade e de barbaridade, e não é minha intenção escrever nenhuma resenha policial.

Todavia, quero aqui registrar uma profunda indignação contra todos esses crimes praticados com resquício de crueldade e brutalidade, principalmente aquele ocorrido em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

No dia 26/04 (6ª feira), por volta das 12:30 horas, a campainha do consultório odontológico da Dra Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46 anos, localizado na zona nobre da cidade de São Bernardo do Campo/SP, tocou e ela foi surpreendida pela ação violenta de três rapazes que queriam dinheiro e bens de valores. Dois a mantiveram refém e um terceiro, de posse do seu cartão bancário, saiu para fazer saques na sua conta. Uma paciente que estava no consultório foi vendada e teve objetos roubados pelo bando.

Como a dentista tinha apenas R$ 30,00 na sua conta, os criminosos ficaram irritados e decidiram atear fogo no seu corpo, matando-a de forma fria, covarde , inescrupulosa e por motivo fútil .

E, aí fico a pensar: para esses criminosos a vida é uma insignificância e não tem nenhum valor. O que mais me preocupa, em tudo isso, é o fato de que as nossas autoridades se mostram frouxas no combate à criminalidade, e o ser humano – por outro lado – está cada vez mais perdendo a noção de valores não apenas morais e religiosos, mas também valores como respeito à vida e à dignidade das pessoas, bem assim respeito como honestidade, generosidade, honradez, caridade, compaixão, e coisas mais. E, se cada ser humano está assim, a sociedade como um todo reflete a falta desses valores.

É preciso mais ação e menos discursos. O crime está ficando fora do controle, e isso não é bom para a sociedade e muito menos para nós, em particular, que convivemos com a falta de segurança e com o temor de que a próxima vítima poderá ser um de nós.

Sinceramente, e parafraseando a cientista e filósofa Danah Zohar, eu diria que já estava na ora de aprendermos a lição que nos diz que nenhuma sociedade, em qualquer parte do mundo, será bem sucedida se nela o comportamento de alguns ainda fere e mata os outros.

E, a exemplo do que disse o Governador de São Paulo, eu também o digo : foi um crime bárbaro. O que aconteceu nos envergonha !

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eldes@terra.com.br