O MUNDO TEM DORES CRÔNICAS

O MUNDO TEM DORES CRÔNICAS

Ler jornais, é uma das formas de atualização com o que se passa no mundo, sem o reforço de uma voz a narrar detalhes que terminam por aumentar nosso terror do próprio existir, como se estivéssemos vivendo um pesadelo.

Se perguntarmos a qualquer ente humano, desde o menos esclarecido, ao mais culto, o que fariam para evitar tantas calamidades, obteremos as mais diversas soluções e formas de críticas, quase sempre voltadas para a negligência do poder público.

Impressiona ver a diversidade do sentir e analisar os fatos atuais, que essas pessoas possuem. Por que, então, persiste a mesmice de todos os dias? O que estará faltando para que tenhamos melhor qualidade de vida e um mundo mais sustentável?

Uma miríade de soluções avolumam-se prontamente em cabeças pensantes, cada qual gerando opções, sempre pendentes de seqüências. Considerando a diversidade de culturas e espaços, temos a realçar o universo ímpar do qual se compõe cada ser humano.

Essas considerações, nos remetem ao início da evolução humana, para entendermos o essencial, perdido ao longo de épocas e suas conseqüentes etapas. A primeira interrogação a se fazer presente, é sobre o que houve de comum entre os homens das cavernas. Sem nenhuma dúvida - o instinto de sobrevivência, que os motivou a enfrentarem todas as espécies de obstáculos encontradas, e saná-los com uma coragem sem limites. De experiência em experiência, eles foram chegando ao conhecimento e se agrupando para melhor se defenderem.

Essas considerações nos geram maiores interrogações. O que os homens da atualidade têm em comum, quando nosso planeta já manifesta sinais de extinção? Onde se perdeu esse instinto de sobrevivência, essa conscientização do risco de vida?

Vivemos em um mundo, predominantemente egoísta, preconceituoso e corrupto, com uma visão individual, que nos impede de enxergar as conseqüências de nossos próprios atos. Raros são os que pensam plural e, quando tentam se insurgir contra a passividade dos todos poderosos, são banidos pela própria sociedade.

Até quando conseguiremos conviver com tantos desvios, aceitando de braços cruzados, a impunidade, crimes de toda espécie, hospitais lotados, insegurança geral, educação caótica e um consumismo desvairado em contraste com a extrema pobreza? O que poderemos fazer para tirar de nossos olhos, a venda do comodismo, que nos traz a covardia da luta em prol de nossos direitos?

Na proporção em que a ciência e a tecnologia avançam, o conhecimento que cada ser humano deveria ter de seu próprio mundo interior, perde-se ante o encantamento de coisas externas, permitindo-se conduzir pelo materialismo que cega e esmaga o senso coletivo.

Resta-nos a esperança de que o futuro nos traga, a ampla conscientização de união em um só ideal, para que tenhamos a força e a motivação, capazes de transformar nossas vidas e a de nosso planeta, em algo que nos faça sentir a dignidade, correndo em nossas veias.

Ercy Fortes
Enviado por Ercy Fortes em 05/07/2013
Código do texto: T4373410
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