O VALOR DOS PAIS

O VALOR DOS PAIS –

Chama a atenção, o conteúdo de um email sob este título, que circula pela internet e que merece especial comentário, por se tratar de um tema estrutural, na educação familiar.

Vivemos um capitalismo caótico, que trouxe a desestruturação da família, gerada, entre outros fatores, pela ânsia de sobrevivência, consumismo, competição, ausência de laser e de tempo.

Nesse contexto de desvios, as grandes vítimas foram as crianças e jovens, por perderem o essencial diálogo com seus pais e, em troca, receberem o impacto de centenas de informações diárias, que tumultuam suas cabeças e os deixam exauridos, sem condições de enxergarem valores primordiais, como o reconhecimento, a gratidão, o respeito e a colaboração.

O email relata a história de um jovem acadêmico, cujo percurso, entre o secundário e suas pesquisas de pós-graduação, deu-lhe sempre uma excelência de notas, fato este visto pelo diretor de uma grande empresa, que o estava entrevistando, para uma vaga de supervisor.

Impressionado com os dados do jovem, o diretor quis saber em quais escolas ele havia estudado e onde seus pais trabalhavam. O respondeu que nunca estudara em escolas particulares, que seu pai havia falecido quando ele tinha um ano; que somente sua mãe custeava seus gastos, principalmente com bons livros para estudar e que o trabalho dela era lavar roupas para fora. O diretor então lhe fez uma exigência – antes que você retorne para a segunda entrevista, quero que vá para casa e limpe as mãos de sua mãe.

Mesmo sem entender o objetivo de tal pedido, o jovem ficou todo feliz, por haver passado pela primeira etapa, e foi satisfazer a exigência lhe fora feita. Apesar da surpresa de sua mãe, ele insistiu e pegou suas mãos para lavar. Tomou um grande susto, ao observar que elas estavam bastante enrugadas e tão cheias de contusões, que até a água lhe causava gemidos.

Perplexo, o jovem sentiu um imenso remorso por nunca haver percebido o sacrifício de sua mãe. Lágrimas de arrependimento lhe brotaram dos olhos. Naquela noite, os dois conversaram bastante, enquanto ele a ajudava lavar a roupa.

No outro dia, foi para a segunda entrevista. A primeira pergunta que o diretor lhe fez, foi saber o que ele sentiu ao lavar as mãos de sua mãe. O jovem, cheio de emoção, respondeu que havia aprendido a dar valor aos esforços que ela fizera, para que ele tivesse condições de ser alguém na vida. O diretor o parabenizou e lhe deu a vaga.

Fica aqui uma lição para todos os filhos, cujos pais ausentes de seus convívios - no objetivo maior de lhes proporcionar oportunidades de crescerem na vida, não conseguem fazê-los enxergar seus sacrifícios.

Essa é uma história comovente, de final recompensado, mas pontual na sociedade em que vivemos, isso porque, presenciamos nos dias atuais, fatos que vão bem mais além de uma cegueira circunstancial. Uma grande maioria dos jovens, acomoda-se na situação de sustentados pelos pais, deixa as oportunidades passarem e usufrui do conforto oferecido no presente, sem nenhuma responsabilidade para com o futuro. Bem mais tarde, quando a realidade bate à porta, se uma herança não aparece como tábua de salvação, resta a batalha feroz de recuperar o que foi perdido e o apoio de psicólogos e psiquiatras, que ainda irão lhes convencer de que, a essência da culpa desse estrago todo, cabe à falhas cometidas por seus pais.

E assim, continua a girar o mundo, indiferente à raiz de todos os problemas nele existentes!

Ercy Fortes
Enviado por Ercy Fortes em 05/07/2013
Código do texto: T4373411
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