QUEM SABE FAZ A HORA, NÃO ESPERA ACONTECER

Nós e o mundo

Em um determinado momento, nós nos surpreendemos com as pessoas. As pessoas menos importantes no contexto geral, são as que têm as atitudes mais cordatas e mais conscientes. Temos a predisposição, inconsciente, de acharmos que as pessoas de condição mais humilde são necessariamente néscio e parvos, o que, para nosso alívio, nem sempre é um fato. Muitos são os que se nos apresentam com um cabedal de conhecimento e experiência de vida e profissional impressionantes. Bem vestidos. Bem falantes. Com uma apresentação pessoal impecável que nos leva a afirmar: “Este é o cara!”

No mundo corporativo e empresarial este é um fato corriqueiro: sua apresentação pessoal, aliada à sua capacidade de expressar-se é, com certeza, meio caminho andado para o sucesso. Mas no mundo real. O mundo das relações interpessoais o que conta verdadeiramente é o envolvimento. É a satisfação do dever cumprido. A certeza de que podem contar conosco, mesmo que nossa aparência não seja a de um executivo e nosso jeito esquisito de falar, com erros grosseiros de português e colocação indevida de perguntas, muitas das vezes, infantis, não sejam tão agradáveis aos ouvidos de quem nos entrevista. Quantas vezes deixamos de fora de posições importantes, pessoas que foram julgadas por nós como incapazes de desenvolver determinada tarefa apenas por puro preconceito.

Surpreendemos-nos, agradavelmente, com novos amigos que, em tempos idos, não fariam parte de nosso círculo de amizades. Seriam “inferiores” sociais, como se pertencessem a uma casta diferente, e, portanto, indignos de gozar de nossos favores. São precisamente estes pretensos “desfavorecidos” sociais que demonstram a cada dia uma postura de trabalho comunitário, de preocupação com o outro e um engajamento em idéias de mudanças no “status quo”. Serão aqueles que colherão, com certeza, os frutos do trabalho com real merecimento. Mesmo assim, ainda encontramos os espertos que se apresentam na última hora, para colher os frutos do trabalho alheio, com a “cara de pau” de intitularem-se os “trabalhadores da última hora”, numa referencia equivocada à parábola do Cristo. Aí vale recordar o que diz o Apóstolo dos Gentios: Paulo de Tarso: “O tempo do plantio é livre, mas a colheita é obrigatória. O que plantares isto mesmo colherás”. Não adianta a esperteza de apresentar-se após o trabalho concluído, pois nesta condição não terá o melhor lugar à mesa. Senão onde a justiça para com os que suaram a camisa nos momentos de luta? O lema de nossa Associação assevera isso: ”QUEM SABE FAZ A HORA, NÃO ESPERA ACONTECER!”