Serviço de proteção ao Policial (SPP)

Depois que o policial ocupa seu posto de serviço, ele passa a decidir e ninguém mais o acompanha; sozinho, enfrenta todas as adversidades; utiliza equipamento inadequado à missão, munição vencida, além de uma carga de atividade excessiva, serviço noturno prorrogado, insalubre e estressante; tudo altera o humor e a eficiência.

Constitui-se de uma organização e não de um contingente informal, portanto, é orgânica da corporação policial. Tem a finalidade de acompanhar o policial e suas atividades em circunstâncias de serviço; conhece seu potencial e procedimento operacionais, analisa outros fatos relacionados com aquele servidor, conclui se pode ou não ser escalado nesse ou naquele posto de atividade futuramente. Acompanha o nível de instrução, sua reciclagem, seu condicionamento físico, vê a compatibilidade com algum tipo de trabalho, etc. Constata o risco em cada posto de serviço e compara se os equipamentos de proteção estão em consonância com a possibilidade de risco da atividade e/ou do local. Oferece merenda, água, cafezinho e sanitário móvel, especialmente, para quem exerce atividades nos logradouros públicos. Observa a qualidade de seu uniforme ou outra indumentária quanto a sua segurança e apresentação pessoal, inspeciona o armamento utilizado e se nele foi feita a revisão periódica, o estado das munições e se estão no prazo de validade, e, para o pessoal ostensivo, se os uniformes estão vencidos. Certifica-se das qualidades, características e estado de funcionamento sem risco de pane e acidente das viaturas e outros instrumentos e apetrechos postos à disposição do policial para o exercício daquela atividade. Observa a insalubridade do posto de serviço e se os equipamentos utilizados estão de acordo com os riscos físicos, tais como: proteção contra chuva, contra ruídos, os riscos do tráfego, contra o perigo de depredação e agressões de malfeitores, inclusive contra disparos de armas de fogo, sobretudo, em praças públicas e em outras aglomerações, se há proteção eficiente contra o fogo, se o policial tem preparo técnico para saber reagir de forma refratária, adequada, consciente e eficiente. É um serviço que se antecipa, que vai à frente, que avança, que indaga e que pesquisa, que se oferece mesmo sem ser solicitado ou requerido. É um organismo com determinação e iniciativa. É realmente necessário para a satisfação do homem e ampliação dos resultados. Por esse órgão, o policial poderá ter acesso a diversos serviços no seu próprio posto de trabalho ou na sua residência, tudo, de acordo com as necessidades. No posto de serviço o policial pode receber a visita médica, fazer curativo, assistência psicológica e social, e, outras oportunidades. O serviço de proteção ainda acompanha o policial ferido em razão da sua investidura no serviço ou com ele relacionado, assistindo aqueles que ficaram incapacitados provisoriamente até o seu restabelecimento ou sua inativação quando for o caso; estes inativados, ainda poderão continuar recebendo a proteção própria do serviço. É tudo uma questão de valorização a quem se doou para o crescimento da sociedade e da sua instituição.

Outro aspecto importante desse órgão é poder avaliar por grupo e por indivíduo, se a carga de atividades continuadas está ou não excessiva, a ponto de sufocar o homem, ultrapassando todos os seus limites de resistência humana. Um aspecto decorrente dessa própria carga de trabalho a se avaliar é o seu afastamento por dias prolongados de sua família, sobretudo, da esposa, esposo, filhos e do lar como um todo, principalmente, por temporadas destacadas por períodos jamais definidos e intermináveis, como é o caso nos destacamentos no interior, para aqueles que não residem no município. Semelhantemente, se existe carga horária de serviço noturno repetido afetando profundamente o sistema nervoso e o relacionamento pessoal, alterando o humor, tudo com o beneplácito do regime estatutário.

Este órgão também visa observar a segurança do policial em locais de serviço considerados isolados, ermos e perigosos quanto aos ataques de vândalos e outras gangues, fazendo trafegar patrulhas veladas próprias.

O serviço ora em análise, ainda poderá contribuir para minimizar o índice de faltas ao serviço, fazendo suas avaliações quando se deparar com um posto de serviço com a ausência do homem, pois, empreenderá uma abordagem sócio psicológica do faltoso ao seu trabalho, investigando, técnica e profundamente para obter as raízes e as origens reais daquela falta caracterizada, que em relatório à chefia, informará, não o nome, mas o perfil do faltoso, origens das faltas semanais, mensais e de certos períodos e de certos postos, fazendo relação com locais, horários e dias da semana, além da incidência faltosa para que as administrações façam adequações nas suas escalas, quanto a forma, a intensidade, e, principalmente, a humanização das escalas de serviço, sobretudo, nos grandes feriados, fins de semana e outras datas importantes. É boa regra a observar, que, em se tratando de escala de serviço, que os serviços noturnos não se repitam as escalas em fins de semana seguidos ou outros dias não úteis, como assim deve ser a distribuição das escalas para os grandes feriados e fins de semana prolongados ou datas importantes. Há casos em que policiais concorrem por anos seguidos, por exemplo, a escala do dia de natal, às vezes, engajando no ano novo.