POR ORDEM E PROGRESSO

Cada um bem sabe onde seu sapato aperta e só pode saber quem passa.

E por isso realmente não entendo como algumas pessoas, brasileiros de nacionalidade, podem ir contra as manifestações na rua, contra as greves dos servidores estaduais.

Não poder ir por causa do trabalho, dos filhos. Não querer participar, por simplesmente querer se omitir é um direito de todos nós e que eu também defendo. Agora, ficar feliz com as demissões, com a violência policial e fazer comentários maldosos a respeito disso, eu realmente não posso compreender.

Parece que falta a estas pessoas aquele teor de compaixão e respeito ao próximo, mas parece também que elas não utilizam serviços públicos. Seus filhos estão em um escola particular e elas próprias nunca pisaram em uma estadual. Nunca precisaram ir a um hospital público. Saem de carro para ir até na padaria. Jamais doaram sangue. Defendem a ditadura, veneram a rede Globo. Sonham e viajam para outro país e não conhecem as regiões mais longínquas do seu próprio.

Desta forma parecem não estar academicamente e tampouco socialmente habilitados para defender uma bandeira em que todos saem perdendo, inclusive eles próprios, membros de uma elite, só que mais pobres que a classe média norte-americana.

Não é novidade para ninguém que a carga tributária no Brasil é altíssima, não e novidade pra ninguém que muito pouco é repassado para nossos serviços essenciais como saúde, educação e segurança. Ganha pouco o médico que estuda muito. Ganha menos ainda o professor que deve ensinar o futuro médico, e perde muito mais do que ganha o policial que no seu trabalho arrisca seu bem mais precioso- a vida.Deste último depende uma parte da justiça. E esta que se torna ainda mais injusta por ter seu repasse de verba- e parece que também de valores- deturpado, desviado, burocratizado.

Desculpem-me os termos meus amigos, mas para defender com tanta veemência e força um ideal tão ridículo, estas pessoas devem viver em uma realidade paralela, um mundo próprio. Desconhecem as injustiças históricas da história do país e nunca analisaram o mapa do Brasil. Mapa que foi dividido em capitanias hereditárias e ainda hoje assim está.Um país para poucos que tem muito e muitos que têm muito pouco. Aglomerados de gente na região sudeste.

Por favor, se não sabe defender um ideal verdadeiro, se desconhece a realidade além das lindas unhas e do jardim da sua casa não exija dos demais a mesma falta de senso de realidade, não diga besteiras.

Infelizmente nem todos nasceram em uma família rica, aliás muitos nem família têm. E a vida é curta demais e precisa ser realmente ser vivida como é para alguns e não apenas sobrevivida como é para muitos.

Mariana Montejani
Enviado por Mariana Montejani em 02/07/2014
Reeditado em 02/07/2014
Código do texto: T4867171
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