O Amor é livre!

Ontem um trecho da Avenida Ana Costa (Santos/SP/Brasil) foi palco de uma grande concentração de pessoas. Jovens, adultos, homens, mulheres, negros e brancos reunidos por um objetivo comum: Protestar contra a atitude homofóbica. Depois de pouco mais de uma hora confeccionando cartazes, conversando e fazendo amigos, finalmente partem em marcha sob a flâmula do arco-íris e entoando gritos de guerra como “Eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser”, “homofobia mata”, “Pula saí do chão quem é contra a opressão”, “A nossa luta é todo dia, contra o racismo, o machismo e a homofobia”. Destino? O Bar Toca do Garga, que havia expulsado um casal homossexual do estabelecimento. Foi uma caminhada pacífica, assim como foi pacífica a manifestação em frente ao bar, que terminou num grande “beijaço LGBT”. Mudou a opinião intima dos freqüentadores daquele espaço? Do dono do bar? Acredito infelizmente não, porém, talvez faça com que tais pessoas (e outras que acompanharam o caso todo) pensem duas vezes antes de tomar uma atitude discriminatória.

Foi bonito ver a união. Foi incrível conhecer o movimento Mães Pela Igualdade, formado por mães de homossexuais que querem ajudar a garantir que seus filhos tenham um lugar seguro na sociedade, que não sofram violência física ou moral. É pedir muito? Acho que não. Foi incrível ver heterossexuais por lá também, conscientes de que as diferenças DEVEM ser respeitadas, de que a espécie humana é uma só e todos merecem compartilhar este mundo com igualdade.

É triste pensar que em pleno século XXI a humanidade já conquistou tantas coisas, mas não conquistou ainda o respeito pelo semelhante. Ainda é preciso se reunir, marchar e lutar por um mundo onde o amor seja livre? Onde cada um busque a sua felicidade da forma que melhor lhe apraz? Qual o sentido de discriminar o próximo pelo que ele faz em sua vida pessoal? É engraçado como as pessoas falam tanto em amor, amor, amor e não conseguem aceitar que não existe uma só forma de amar.

Participei do ato de ontem com orgulho e vou participar de quantos atos forem necessários até que a sociedade entenda que o amor não se prende a gênero. Até que seja comum ver pessoas de mãos dadas pelas ruas. Ver beijos trocados nos encontros e despedidas, nos bares, nas baladinhas sem que isso seja motivo de escárnio, ódio ou choque. Até que não mais seja necessário levantar uma bandeira para lutar por direitos. Até que o arco-íris possa ser erguido com orgulho sim, mas não como luta e sim como comemoração!