Armas em Casa

Texto escrito em 28/03/2014

A violência aumentou nos últimos anos. A cobertura da violência tem aumentado cada vez mais, devido à possibilidade de se gravar vídeos e áudios, fazer fotos, mesmo sendo com o celular menos tecnológico.

Esse aumento da violência, ou da cobertura da violência, tem levado algumas pessoas a ficarem cada vez mais com medo. O medo leva as pessoas a tomarem medidas drásticas, colocando até, em caso de descuidos, a família em risco, achando que estão protegendo seus entes queridos.

Uma dessas medidas é ter uma arma em casa. Antigamente era comum as pessoas terem arma em casa, sendo usadas para defender a honra da família (a famosa expressão “Lavar a honra com sangue”). No caso dos militares, era comum as casas terem arsenais expostos nas paredes e/ou guardados em cômodos secretos, como indicativo de status social.

Hoje em dia, ter uma arma em casa requer muito cuidado. Deixá-la exposta em locais onde crianças podem pegar, por exemplo, pode acarretar em uma tragédia. Como aconteceu com o menino de treze anos, em São Paulo, que dizem ter matado a família e ter se matado em seguida. Os pais eram policias militares. E como aconteceu também com o adolescente no Rio de Janeiro, que foi mostrar para um amigo a arma que o pai tinha em casa, e a arma disparou acidentalmente.

Todo cuidado é pouco. As crianças de hoje em dia são muito mais espertas do que as de antigamente. Há umas décadas atrás os heróis de bang-bang eram idolatrados pelas crianças, mas as brincadeiras eram inocentes. Todas as crianças que tinham acesso a armas em casa respeitavam a ordem dos pais e não tocavam nelas, nem por curiosidade. Hoje em dia, com a falta do controle de informação, o que é bom, porém com a autonomia dada às crianças, e com a mídia cada vez mais incentivando a violência, tirando o lúdico dos filmes de bang-bang, cada vez mais elas se sentem totais conhecedoras dos manuseios com as coisas que realmente são de adulto. É aí que também está o problema.

Estatísticas

Segundo o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, pessoas que andam armadas têm, estatisticamente, probabilidade 56% maior de ser feridas ou mortas.

Dois segundos é o tempo máximo que uma pessoa tem para reagir, armada, a um assalto. Depois disso, é quase certo que saia ferida ou mesmo morta. A não ser policiais altamente treinados.

O bandido tem a seu favor o efeito surpresa, além de uma experiência muito maior no manuseio de armas.

Em São Paulo, doze mil armas são roubadas anualmente e reforçam o arsenal dos bandidos.

No Rio de Janeiro, 30% dos homicídios decorrem de motivos fúteis: briga de trânsito, de namorados e outros nos quais a arma disponível transforma uma discussão tola em fatalidade.

Uma pesquisa recente do Instituto Vox Populi mostrou que comprar um revólver ou pistola já passou pela cabeça de 14% dos brasileiros e que pelo menos 7% têm algum tipo de arma em casa. O dado é subestimado. O número pode ser ainda maior, consideradas as opiniões, que ainda são divididas sobre o assunto.

Em um estudo realizado em 1993 pelo especialista em criminologia Steven Barkan, no livro Criminology – a sociological understanding (“Criminologia, um entendimento sociológico”, inédito no Brasil), foram estudados incidentes letais em famílias similares em vários aspectos, exceto no que diz respeito à posse de armas de fogo. Comparando residências com armas e sem armas na mesma vizinhança e formando pares por idade, sexo e raça dos moradores, ele concluiu que as casas com armas tinham 2,7 vezes mais probabilidade do que as outras de ter um morador assassinado – normalmente, por um membro da família ou conhecido. Essa relação mostrou-se ainda mais pertinente quando foram inseridos os dados sobre uso de álcool e drogas e o histórico de violência doméstica nas casas.

Conclusão

Não é em todos os lugares que se tem arma (s) guardada (s) que acontece uma tragédia. Há quem consiga guardar tranquilamente um objeto como esse dentro de casa, registrado, sem que ninguém descubra e nada de ruim aconteça. Porém, sempre é aconselhado as pessoas que, em casos de assalto, seqüestro etc, não se deve reagir e procurar a polícia assim que possível. Ter uma arma em casa é uma segurança psicológica que algumas pessoas precisam ter em meio ao caos que a cidade grande é.

Como não se deve reagir, é aconselhável não ter arma em casa. Ameaçar um bandido com uma arma é uma espécie de reação. Reação essa que pode ser impedida com um disparo feito pelo bandido com a arma dele. Afinal de contas, o dono da casa, a não ser que seja militar, pega na arma somente em casos de emergência. O bandido pega em armas todos os dias.

Referências Bibliográficas

Disponível em:

http://veja.abril.com.br/especiais/seguranca/p_040.html - Acessado em 11/11/2013

http://super.abril.com.br/tecnologia/armas-442832.shtml - Acessado em 11/11/2013