Estado Islâmico, xiitas e sunitas e feminismo

A divisão entre mulçumanos xiitas e sunitas existem desde o séc. VII. Com a morte de Maomé, o profeta, criou-se o cargo do califa, que regulava as normas da nova religião islâmica. vale lembrar que os árabes não diferenciavam política da religião, por isso, segundo Murilo Melhy, não havia a concepção "estatal" nessa sociedade; religião e poder eram inseparáveis. No início, a dinastia do califado era endogâmica, ou seja, a sucessão era decidida pelo casamento. Então, sogros e genros de Maomé integraram a primeira dinastia, chamada de Rashidum. Ali ibn Abi Talib, preterido para a sucessão depois da morte de Uthman, terceiro na dinastia Rashidum, acabou se desentendendo com Mu'yaiah, primo de Uthman, que não aceitava se submeter a Ali, iniciando uma guerra civil. Com a morte de Ali, Mu'yaiah assumiu o poder, sem a contestação do filho do falecido. a partir daí, inicia-se a dinastia Omíada, agora hereditária, com o filho de Mu'yaiah.

Mas a morte premeditada de Ali não calou seus seguidores, assim se criou os xiitas, que aceitavam apenas a linhagem de Maomé no poder. Já os sunitas, seguidores da Sunnah, uma biografia de Maomé, consideravam que os califas podiam conquistar o poder por qualquer meio, seja eleições ou guerras, mesmo não sendo necessariamente descendentes do profeta.

Saltando mais de mil anos no tempo, surge o Estado Islâmico, um grupo sunita que quer difundir o Islã por meio da guerra e da violência. Para entender esse "radicalismo", devemos lembrar que nos anos 1970, os EUA criaram uma visão preconceituosa do Oriente Médio, como se fossem os "bárbaros'' de hoje. E como os romanos, não conseguimos "colonizar" essa terra. Pelo contrário, os islamitas que se infiltraram na cultura ocidental, abalando os dogmas europeus "civilizados". A burca, o linchamento de mulheres, não devem ser vistas do ponto de vista do machismo ocidental. As razões são outras. É um povo "machista"? Sim, mas não é com nossas concepções de feminismo que vamos mudar essa realidade. Aliás, deixem que as próprias mulheres mulçumanas se libertem do seu modo. Vamos preocupar com nosso umbigo, pra variar?

Celina de BH
Enviado por Celina de BH em 14/10/2014
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