Década de 1970 (Parte 8/12)

Eles começaram quando os Beatles acabaram no rescaldo do fim do sonho hippie. E terminaram logo após o punk anunciar o fim do mundo como o conhecíamos. Nesse intervalo, os anos 70 trouxeram a efervescência da era da discoteca, os filmes de catástrofe, o início da hegemonia do cinema hollywoodiano para adolescentes, os primeiros passos do hip-hop e da música eletrônica, o auge e a morte do rock progressivo, além de um vestuário que deu uma identidade toda particular para a época. Foram fatos, movimentos e estéticas que ajudaram a enterrar definitivamente as ilusões da década de 60 e a lançar as bases do que seria a vida a partir dos anos 80.

Foi uma década em que o mundo vivenciou a derrocada norte-americana no Vietnã, o escândalo político de Watergate, o surgimento do movimento punk, a crise do petróleo e a ascensão de um pensamento econômico ultraliberal. No Brasil, passava-se dos anos mais repressivos da ditadura militar para o início do processo abertura política. Por conta da censura e do regime autoritário, muitas das transformações culturais e comportamentais daqueles anos não foram completamente vivenciadas por aqui naquele momento.

Mas tanto aqui como lá fora, as roupas, as artes e o comportamento jovem mudaram radicalmente ao longo dos anos 70. A herança sessentista deu o tom nos primeiros anos, no visual e no comportamento hippie e nas artes psicodélicas. No final da década, partes significativas da

juventude tinham aderido ao modo de ser soturno e agressivo do punk ou ao estilo colorido, descompromissado e hedonista na onda da discoteca e da música pop.

Descubra nas páginas a seguir os fatos culturais mais marcantes da década de 70 e que até hoje simbolizam aqueles anos no imaginário de todos nós.

A música jovem nos anos 70

A música popular foi o que melhor retratou a diversidade e as transformações da cultura jovem nos anos 70. A década que começou com o fim dos Beatles teve uma fase megalomaníaca do rock. O heavy metal e o progressivo eram as vertentes em alta e suas canções estavam cada vez mais sofisticadas, com virtuosismos que flertavam com a música erudita. Bandas, como Led Zeppelin, Pink Floyd e Genesis, faziam concertos grandiosos, em mega turnês.

Enquanto isso, um novo estilo de rock, andrógino, teatral e cheio de glamour surgia nas canções e performances de David Bowie, T-Rex e Roxy Music. Separados, os ex-Beatles começavam novas bem-sucedidas carreiras. Recuperados da morte de Brian Jones e dos incidentes de Altamont, os Rolling Stones lançavam alguns de seus melhores álbuns com sua mistura de rock e rhythm’n’blues.

Fora do rock, a black music que emergiu nos anos 60 dava o tom da música pop, com sucessos românticos, dançantes, mas também carregados de protestos sociais, de Marvin Gaye, Sly & the Family Stone e James Brown. Outros artistas pop começaram a se destacar,

misturando rocks e baladas, como Elton John, Peter Frampton e Rod Stewart.

No Brasil, um tipo de canção de protesto disfarçada, por conta da censura, tinha como expoente a obra de Chico Buarque. E o tropicalismo ainda fazia eco nas canções de Caetano Veloso e outros artistas. Mas o que liderava as paradas e as vendagens eram as canções românticas do “rei” Roberto Carlos e os sucessos da música brega, uma vertente da canção popular extremamente sentimental composta e interpretada por artistas bem populares, como Odair José, Nelson Ned e Valdick Soriano.

Mas a metade da década tudo mudou. No momento em que o Queen despontava como uma das maiores bandas do rock, os rumos da música jovem estavam mudando radicalmente. Cansados da filosofia hippie herdada dos anos 60, das canções “viajandonas” que não falavam de sua realidade e das posturas super pop stars das grandes bandas, parte da juventude nos EUA e no Reino Unido adotou o “faça você mesmo” como lema artístico e comportamental. Nascia o punk, com seu rock básico, acelerado e visceral e um visual soturno e agressivo, tendo como expoentes os Sex Pistols e os Ramones.

Enquanto o punk chocava e causava uma ruptura, a música pop desaguava na disco music ou música de discoteca, baseada nos suingues da música negra e nos primeiros recursos da música eletrônica. A era da discoteca foi repleta de canções alto astral, feitas para dançar e descompromissadas, como mostram os sucessos de Donna

Summer, Abba e KC & The Sunshine Band.

O centro dessa nova subcultura jovem eram clubes noturnos com pistas de dança iluminadas por globos de espelhos e luzes estroboscópicas. Dançar sem parar, o uso de drogas, o erotismo e o florescer de uma cultura gay faziam parte da atmosfera da era da disco music. Enquanto o punk rompeu com a contracultura hippie para ser agressivo e niilista, a “era da discoteca” se opunha ao idealismo e coletivismo dos anos 60 com uma proposta hedonística, descompromissada e individualista.

No Brasil, a onda da disco music se popularizou antes do movimento punk. Na segunda metade da década de 70, as discotecas brasileiras eram um dos principais centros de entretenimento. A febre da disco music se espalhou pelo país com os sucessos da novela “Dancin’ Days” da Rede Globo e o lançamento do filme “Os Embalos de Sábado à Noite”, com John Travolta. O fenômeno permitiu também o surgimento de uma versão brasileira da música de discoteca, com As Frenéticas, Lady Zu e Tim Maia. Uma versão mais popular e erotizada do gênero ficou por conta de artistas como Sidney Magal e Gretchen, que atualizaram o estilo brega para o ritmo da disco music.

Mas, mais do que a diversidade de gêneros que surgiram ou definharam nos anos 70, a marca dessa década foi a radical mudança de rumo que a música jovem deu.

No Brasil, os anos setenta reafirmaram a identidade do rock nacional, trilhando o caminho deixado pela

jovem guarda nos anos 60. O movimento tropicália exemplifica esta tendência, donde se destaca o grupo Novos Baianos (idealizado por Gilberto Gil e Caetano Veloso). Em janeiro de 1975, o país vivia tardiamente a era dos festivais, com a realização do festival de “Águas Claras”, na Fazenda Santa Virgínia, município de Iacanga, próximo à cidade de Bauru (SP).

Mutantes, Secos e Molhados, o Terço, 14 Bis, Raul Seixas e os mineiros Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges, Toninho Horta e Flavio Venturini fizeram sucesso na década de 70.

O surfe, o skate e os bailinhos de sábado à noite mostram uma nova sociedade. A partir de 1970 surgem novas "tribos urbanas" com distinções de orientações entre si, tanto esteticamente (nas roupas, adereços gosto musical) quanto politicamente em suas visões de mundo e sobre o mundo. Grupos urbanos que procuravam, através de uma atitude considerada não convencional, presente no estilo de vida, estabelecer parâmetros de identificação. O funk por exemplo, inaugura um estilo de vida: o jeito de se vestir, de andar, de dançar e uma forma solta de escutar música.

O sucesso do seriado televisivo

"As Panteras" fez com que o visual

e o cabelo das personagens

fossem imitados pelas mulheres

Dez ícones dos anos 70

John Travolta: astro dos sucessos “Os Embalos de Sábado à Noite” e “Grease – Nos Tempos da Brilhantina” tornou-se um símbolo da era da disco music e do cinema teen da

década.

Dancin’ Days: a novela da Rede Globo foi um sucesso nacional ao contar a história de uma ex-presidiária, interpretada por Sônia Braga, e ao mostrar parte da cultura da discoteca.

Sid Vicious: o baixista do Sex Pistols representava a essência do movimento punk: jovem, anárquico, caótico, agressivo, sem virtuose musical alguma, sem futuro – com todas essas “qualidades” ajudou a mudar os rumos da canção jovem no mundo inteiro.

Guerra nas Estrelas (Star Wars): o primeiro filme da saga de George Lucas encantou e deixou boquiabertos jovens no mundo inteiro. Darth Vader, Luke Skywalker e Hans Solo entraram definitivamente para a galeria de ídolos da cultura pop.

Pelé: o melhor jogador de futebol de todos os tempos, autor de mais de mil gols feitos contra times bons de verdade, foi jogar no milionário time do New York Cosmos e ajudar a popularizar o futebol (soccer) nos Estados Unidos.

Clint Eastwood: o ator personificou Dirty Harry o violento e politicamente incorreto policial em filmes que retratam a cultura e a atmosfera urbana dos anos 70 nos Estados Unidos.

Helena Ramos: a atriz foi um símbolo sexual do cinema brasileiro dos anos 70, com participação em vários filmes produzidos pelo “cinema da Boca do Lixo” e em pornochanchadas.

Roberto Carlos: saindo da Jovem Guarda ingressa nos anos 70 em uma fase romântica e erotizada, tornando-se o rei da música popular no país e líder de vendagens e das paradas de sucesso

durante toda a década.

Pink Floyd: o supergrupo de rock progressivo e psicodélico lançou álbuns conceituais, como “The Dark Side of the Moon” (1973), que foram considerados obras de arte com suas letras filosóficas e sonoridade viajandona típica do início dos anos 70.

As Panteras: seriado televisivo, que trazia a atriz Farah Fawcet como um dos “anjos de Charlie”, mostra três belas detetives que exemplificaram o charme e a moda dos anos 70.

Moda

A moda que caracteriza os anos 70: hippie e romântica.

O estilo dos anos 70 são calças enormes boca de sino, tachinhas, bordado e muito brilho. As calças de cintura baixa, com cintos largos. Estampas florais ou psicodélicas. As roupas artesanais também eram muito usadas. Saias longas estampadas, estilo cigana. Botas de camurça e sandálias de plataforma.

O visual e a atitude jovem, ao longo da década, migrou do riponga e do black power da virada dos anos 60 para os 70 para uma diversidade que ia da agressividade do punk ao chique e colorido da disco music e da new wave no final daqueles anos. Herança da contracultura hippie, as batas, pantalonas, saias e vestidos com estampas floridas ou étnicas, com influências ciganas e indianas, e os cabelos compridos deram o tom da moda jovem na primeira metade da década.

Com o surgimento do movimento punk, que se opunha ao estilo de vida e às idéias

hippies, uma parte da juventude aderiu à filosofia niilista e agressiva dele e adotou um visual sadomasoquista inspirado nas criações da estilista Vivienne Westwood, com suas roupas de couro, camisetas rasgadas, cintos e pulseiras de tachinhas, cabelos coloridos e o corpo cheio de piercings.

Parte da elegância que existia na música negra dos anos 60 inspirou o visual dos freqüentadores das discotecas na segunda metade dos anos 70. Até porque muito da disco music derivava do funk e de outros ritmos da black music. Mas era uma versão mais extravagante e exótica com camisas de cetim e de seda, calças a base de lycra, meia-calças combinando com saias, tudo cheio de lantejoulas. No Brasil, a novela “Dancin’ Days”, de Gilberto Braga, veiculada pela Rede Globo em 1978, ajudou a popularizar o vestuário da onda disco.

O colorido da discoteca, mas com outros tons e uma versão mais futurística iria aparecer também na moda new wave, que surge no final dos anos 70 e se constituiria na representação visual dos anos 80, com seus blazers com ombreiras, calças “bag”, camisas em tons pastéis e cabelos ao estilo “mullets”.

Na moda começa a profissionalizção. As boutiques se firmaram e criaram suas própias confecções, começa o estilismo, o publico era a classe média e nesse movendo a fundação do prêt-à-porter nacional.

As legítimas criações nacionais está a tanga, em 1974, exportada para outros países.

No início dos anos 70,

inova-se com laterais de amarrar.

Paradoxalmente os anos 70 foram sinônimos de crescimento e internacionalização da econômia que deixou de se falar de moda autenticamente brasileira como estratégia de vendadas grandes protutoras de materia-prima, dispersando o estilismo industrial.

O visual mais popular e fácil de reproduzir dos anos 70 é o hippie. Além disso, é fácil adaptar peças atuais às roupas dos anos 70, já que muitos looks dessa época estão de volta. São calças boca de sino que puxa para o lado da moda jeans, batas indianas, vestidões, lenços, franjas nas bolsas e cintos, camisetas coloridas ou manchadas, óculos redondinhos e faixas nos cabelos.

Os hippies nos anos 70 se vestiam com calça de patchwork, bata indiana, franjas e óculos redondinhos. No mundo da moda antiga também o black power, woodstock, estilo Jackson Five, ou mesmo a Era disco, com muitas cores e brilhos.

Já para moda masculina as roupas dos anos 70 tem o estilo de John Travolta em “Os Embalos de Sábado à Noite”, de terno branco, calça boca de sino (claro) e golas enormes e pontudas. Não se esqueça dos sapatos plataforma e das sandálias de saltos altos e finos com meias de lurex.

Como vimos as roupas dos anos 70 são facilmente adaptáveis com as roupas usadas hoje em dia, e o importante é caracterizar o estilo usado na época.

Antimoda era palavra-chave. Desde as calças boca de sino, os trajes de algodão barato, tudo era permitido, até os

trajes de alta costura, tudo era permitido, desde que não tivesse um aspecto normal. O que tornava difícil alguém se vestir. Em caso de dúvida, as pessoas decidiram-se pelo Jeans, que havia se transformado no uniforme dos não conformistas – e quem é que não queria fazer parte deles no início dos anos 70?

David Bowie

Em 1971, a marca Levi Strauss recebeu pelos seus blue jeans o Cory Award, o prêmio da indústria da moda norte-americana. Até que o glam-rock trouxe de novo a cor ao jogo dos sexos Gary Glitter e principalmente, David Bowie manifestaram-se contra o desleixo geral, através de roupas de uma elegância cintilante e de uma requintada aparência estética.

Tanto sex-appeal deu aos estilistas a idéia de que também aos jeans desbotados se podia incutir uma nova vida com um pouco mais de glamour. Transformaram o clássico em calças de boca de sino, calças afuniladas, não evitando nem dobras nem as pregas. Assim, os clássicos Jeans dos trabalhadores transformaram-se em Jeans chiques, que exibiam orgulhosamente etiquetas Fiorucci, Cardim ou Calvin Klein.

Andy Warhol

Andy Warhol/Capa de disco Rolling Stones

A discoteca tornou-se palco de todos os figurantes que acreditavam no credo de Andy Warhol:

que cada um pode ser uma estrela por 15 minutos. No fim da décata, as mulheres tinham que se deitar no chão para conseguirem puxar o zíper dos Jeans. Os punks substituíram o love and peace pelo sex and

violence, e tudo o que era natural uma artificialidade gritante.

Fora com o algodão, viva o plástico!

No Brasil: Governo Médici, milagre econômico, Delfin Neto, “Brasil ame-o ou deixe-o”. Copa do mundo “… todos juntos vamos, pra frente Brasil…”. 1970 enquanto o País comemorava o tri, acontecem os seqüestros a censura e a repressão. O período de ufanismo vai até o final de 1973, quando o modelo econômico adotado começa a dar sinais de cansaço. O Brasil da década de 70m viveu conviveu sucessivamente com a supressão das liberdades políticas e individuais do progresso à crise em 10 anos.

Enquanto isso, as pessoas, voltam-se para a natureza, novos hábitos mais naturais: da comida macrobiótica aos tratamentos homeopáticos, a acompultura e os restaurantes naturais. O Cooper e a ginástica são as vedetes.

A moda fica mais esportiva. O espírito prático que dominou a época determinou uma série de tendências na moda. O jeans, aqui também, se sofisticou recebeu vários tipos de tratamento (délavé, manchado, escovado, aveludado) e tornou-se a segunda pele das pessoas. A moda anos 70 é dificílima de ser definida. Usou-se de tudo. As saias subiam e desciam como elevador: mini, micro, longa, midi. A roupa unissex ganha força com os terninhos e os conjuntos de jeans.

O primeiro grande caso de merchandising no Brasil tem registro com a telenovela Dancing Day’s (Gilberto Braga, 1979, TV Globo), na propaganda das calças jeans Staroup,

usadas pela personagem Júlia (atriz Sônia Braga). Em seguida apareceu a marca USTop, na telenovela Água Viva (Gilberto Braga, 1980, TV Globo), protagonizado pela atriz Betty Faria.

Bolsas da Década de 70

A moda dos anos 70 é difícil de ser definida, nunca foi tão discutida, tão controvertida. Usou-se de tudo, e os estilos variavam de estação para estação. O movimento hippie dos anos 60, com seu vestuário ecologicamente consciente e anticonformista exerceu uma influência indiscutível nos anos 70. Houve um grande revival na moda, buscando inspiração no passado, contudo com uma cara nova. Uma destas correntes foi o New Romantic, tendência que privilegiava as estampas florais, acabamentos em renda, chapéus de palha e uma série de acessórios com ares românticos da década de 1930.

O estilo Liberty (padronagens com mini flores) adornados com bordados eram usados tanto nas roupas como nas bolsas.

As bolsas com armação de metal, e as de estilo envelope, usadas na década de 30, voltaram a ser usadas.

Bolsa inspirada no movimento Power Flower com flores pintadas à mão.

Nos anos 70, as roupas pediam um mínimo de acessórios, pois a moda visava conforto e praticidade.

O look casual (mínimo de acessórios), foi acompanhado por uma bolsa larga a tiracolo (estilo sacola), muito usada por mulheres que trabalhavam fora e que visavam a praticidade e a funcionalidade. As mulheres desta época aprenderam a usar roupas e acessórios para

obterem sucesso profissional.

No Brasil a moda começa a ser profissionalizada. As butiques que ditavam moda nos anos 60, vão se firmando e criando suas próprias confecções nos anos 70.

Mini bolsas com longos cordões usadas na transversal do corpo, era um acessório de moda para quem queria aparecer nas pistas de dança.

Chapéus

Cabelo e Maquiagem

Cada tendência foi marcada por um tipo diferente de maquiagem

Hippies

A região dos olhos era mais valorizada. As sombras e lápis recebiam cores ligadas à natureza, como o verde e o azul. O cabelo tem aspecto natural e ondulado.

Juventude disco

O glitter prata nos olhos e têmporas davam glamour à geração disco. O boca era sempre finalizada por gloss.

Punk

Mais é mais para essa tribo. O cabelo, grande destaque, recebia cores inusitadas, como vermelho e amarelo. Os olhos dramáticos eram febre entre os seguidores.

Curtos Armados

Black Maquiagem

Visão Geral

Marcha a favor de Salvador Allende no Chile.

Richard Nixon foi presidente dos Estados Unidos durante quase toda a primeira metade da década de 1970.

Mural dedicado à Revolução dos Cravos em Portugal.

Foi a época em que aconteceu a crise do petróleo, o que levou os

Estados Unidos à recessão, ao mesmo tempo em que economias de países como o Japão começavam a crescer. Nesta época também surgia o movimento da defesa do meio ambiente, e houve também um crescimento das revoluções comportamentais da década anterior. Muitos a consideram a "era do individualismo". Eclodiam nesta época os movimentos musicais do Rock and Roll, das discotecas, e também do experimentalismo na música erudita.

Fatos marcantes

Guerras e política

Dá-se a Revolução dos Cravos em Portugal (25 de Abril de 1974) e a independência das então colónias portuguesas em África: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Timor-Leste também proclamou a sua independência em 1975, mas foi imediatamente invadido pela Indonésia, uma ocupação que durou até 1999.

Em Angola e Moçambique instalaram, a seguir à independência guerras civis (a guerra civil de Angola e a Guerra de desestabilização de Moçambique) com grande envolvimento de outros países, dentro do contexto da guerra fria. Ao mesmo tempo, intensificavam-se as lutas de libertação da Rodésia (que ascendeu à independência em 1980) e da Namíbia, que só se libertou da África do Sul com a derrocada do regime do apartheid na África do Sul, em 1990.

Em vários estados democráticos - especialmente na Alemanha, na França e na Itália - mas também naqueles em que vigiam regimes ditatoriais - Espanha, Grécia e países do Cone Sul), os anos 1970 foram

marcados por violência política, luta armada e terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato repressivo estatal.

Termina a Guerra do Vietname, com a derrota dos Estados Unidos da América e reunificação do país.

Economia

Ausência de combustíveis em 1973-74, durante a crise do petróleo.

A economia mundial, e particularmente a dos Estados Unidos, entra em recessão após a crise do petróleo de 1973, quando a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) triplica o preço do barril de petróleo. Tal fato ocorreu como retaliação dos países árabes, maioria dos constituintes da OPEP, aos Estados Unidos por estes terem apoiado Israel na Guerra do Yom Kippur, neste mesmo ano.

O Brasil, ainda sob impulso do milagre econômico, posterga os efeitos desta primeira crise do petróleo utilizando reservas cambiais e, em seguida, empréstimos internacionais para equilibrar sua deficitária balança comercial. Porém o milagre econômico começa a entrar em declínio.

Em 1979 uma nova crise do petróleo preocupa o Ocidente. Desta vez motivada pela queda do Xá do Irã, Reza Phalevi, então aliado dos Estados Unidos. A queda do Xá permite a ascensão ao poder do Aiatolá Komeini, líder muçulmano xiita e inimigo declarado de Israel. Mais uma vez, agora por pressão do Irã, o petróleo é usado como arma e tem seu preço duplicado em detrimento dos Estados Unidos, maior consumidor mundial e histórico aliado de Israel.

O Brasil sofrerá com muito mais intensidade os reflexos desta segunda crise do petróleo, tendo a inflação gradualmente acelerado seu ritmo de crescimento, por conta dos seguidos aumentos dos preços dos combustíveis no mercado interno. O milagre econômico então já acabara.

Fonte: Trabalhosfeitos

Helládio Holanda
Enviado por Helládio Holanda em 26/10/2014
Reeditado em 19/12/2014
Código do texto: T5012834
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