Sobre Alucinações: entre visões falsas e verdadeiras.
Em seu livro "O Mundo Assombrado pelos Demônios", Carl Sagan escreve-nos que há mais de 2000 anos as pessoas da região da atual Palestina tinham alucinações facilmente, principalmente aquelas que tinham um assédio muito grande pelas tradições cristãs. Munidas de solidão, no deserto, sob fome e insônia, tinham alucinações com anjos, diabos etc; anjos fazem parte de uma representação arquetípica.
Todas as minhas pesquisas em cima da Filosofia e da Psicologia foi para ficar mais ciente sobre as ações que a nossa mente pode desenvolver no que diz respeito à visões que parecem reais, mas fazem parte de um padrão metafísico.
Toda vez que um espírita quer me convencer que o que ele viu foi um de seus entes queridos, passo a refutá-lo. Passo a dizer que a mente dele teve uma reação momentânea, provavelmente alucinógena. Mas ele parece não ter noção de Psicologia, e logo intervém com a ignorância; Carl Jung já dizia que antes de pensarmos, o pensamento já vem a mente.
Não estou aqui para desaprovar o Espiritismo, pelo contrário. Estou querendo chegar a um concesso e mostrar que certas coisas que vemos não são reais, porque quem ver não são os olhos, mas o cérebro. A mente tem várias maneiras de interpretar o que está vendo, por isso que Popper critica o indutivismo, pois a Ciência não se baseia apenas em observações.
MUITAS PESSOAS TÊM VISÕES EM CONDIÇÕES PSICOLOGICAMENTE NORMAIS. 60% da sociedade têm ou já teve algum tipo de alucinação, mesmo sem estar doente. Pessoas que têm apneia do sono, ou outros transtornos do sono, ficam privadas de sonhar dormindo e passam a sonhar acordadas, literalmente.
Não existe apenas alucinações visuais, temos também as alucinações auditivas em que o sujeito escuta sons que só existem dentro de sua mente ou metafisicamente. Do mesmo jeito que a visão pode errar, o nosso aparelho auditivo também erra. E é por isso que os indutivistas ingênuos defendem que quando quisermos começar com a Ciência com a observação, que façamos com os nossos sentidos normais.